sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

dia não sei quantos...estranhamente quinta: teve zZzzz, lá isso teve

Também é verdade que lavar os dentes lá pelas 15 horas e picos da tarde assume contornos de tranquilidade Cosserineana (lê-se Cosseryniana), um vórtice existencialista (para contradizer) sem paralelo no hemisfério norte e arredores. Mas bastou pôr a patorra ( o Cão lava os dentes mas infelizmente tem patorra) fora de casa para testemunhar um sobressaltado mundo que andava às trocas. Fui-me com gosto por ali abaixo e troquei-me por outro, que vos escreve. E é isto. 

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

dia não sei quantos terça vinte e quatro de dezembrhuuuuum: cenas que nos crescem na cabeça

Olhem agora: não sabemos se a casota está a voar, diz que sim, acreditamos. Ponto.  A expensas de alguns devaneios congeminados por neurónios mais esclarecidos percebemos que qualquer coisa se passa huuuuum: é dia de, tivemos o dia D e agora temos o dia de, entretanto, as forças do mal capturaram e torturaram alguns elementos considerados indispensáveis para a continuação desta posta, vamos a pique, a resposta não se fará esperar…[risos terríficos].


- imagem demonstrativa de uma das cenas que nos podem crescer na cabeça. 

[onde anda o Zz?]

domingo, 22 de dezembro de 2013

dia de domingo não passarão (de pássara): deixem passar

Não sei. Sei: sou como os arbritos (deixem passar) contra o sproting (deixem passar), tenho o crirério (deixem passar) laaaargo. Já passou? Tudo isto é igual a nada, tudo o mesmo nada, e passam dias, as semanas, as semanas todas, a eito, vai-não-vai, coisas a merdar pesadelos. 

sábado, 21 de dezembro de 2013

dia não sei quantos sábado ao calhas: temperança

Onze e trinta e um. Segundo os meus cálculos, apuradíssimos, está tudo fodido, não tarda. Lá fora a ausência de moi por momentos não é notada; pudera, a aproximação em forma de arbusto desmonta qualquer ardil. 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

dia não sei quantos quarta ou o caralho: entretanto


a coisa vai, que é como quem diz, a ver se. Fazer cuidado (deixem passar) com os cruzamentos, com as linhas rectas em velocidade, com os hematomas em forma de corpo humano que se escondem nas silvas. Além, estou a ver dois, três, quatro. Hoje (deixem passaaaaaar) não vi. Não deixaram passar. Sou cão para estar fodido.

domingo, 15 de dezembro de 2013

dia não sei quantos domingo ou isso: são prioridades

Ver o resumo do jogo do Sporting. Rever o resumo do jogo do Sporting. Acabar a limpeza da casota. Não fazer nenhum. Entremear não fazer nenhum com leituras. Pensar na vida lá mais para o fim da tarde. Tomar banho e cortar o pêlo. Ver das melhores bolachas da casota. Comer essas bolachas. Encontrar um contexto que seja favorável à descontracção impossível em qualquer domingo próximo de uma segunda-feira. Voltar a ver o resumo. Levar a reciclagem.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Dia não sei quantos sábado catorze: catorze é importante

Tomei a iniciativa. Saia uma iniciativa fresquinha, ponha gelo, deite, não tenha medo. Tome então a iniciativa. Está tomada? Ok, vamos a isto. Entretanto, definem-se os objectivos, determinam-se metas, minam-se trajectos e copos. Nada de novo? Quase tudo. As coisas vão indo (deixem passar por favor) com a vento em popa (embora as questões náuticas estejem arredadas há muito do nosso ADN), ao mesmo tempo que nos perdemos em raciocínios contaminados por merdas encaixadas em parênteses curvos. Onde é que eu ia mesmo? Ah, a cena do catorze. Acho.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Dia não sei quantos...já é domingo outra vez?: nãaaaaaaaaaaaaaaaao

Já lerpei um caldo de couves e uma sandes de carne picada e alface, material refastelado entre duas fatias de pão torrado quase do verdadeiro. Para baixo vais com Coca-Cola [risinhos]. A limpeza da casota continua? Não se sabe. Estava a pensar que tenho coisas em que pensar. Sou assim: um pensador. Trata-se de um fardo cheio de palha fodida. Depois de pensar nas merdas que tenho que pensar vou apanhar sol. Na verdade já estive a apanhar o sol de frente e de soslaio, as verdades são para serem ditas sem pensar. Antes desci a ladeira e passei por cerca de dois seres humanos desabitados de qualquer expressão extra domingueira. No tasco pedi a rosca e dei de frosques depressinha sem olhar para trás. Um terceiro ser humano (vi com estes olhos de ver ao longe) já enfrascava um favaios com cerveja. Não senti qualquer assomo de inveja. Entretanto tenho mais que fazer do que olhar para uma folha de excel, ou isso. A que horas é o jogo?  

sábado, 7 de dezembro de 2013

dia não sei quantos finalmente é sábado: as coisas são assim

A modos que fui. Continuei. Ao longe não se via um caralho. Ao perto era grupo. Faróis de nevoeiradas nem vê-los. Havia música e dois livros por perto. A páginas tantas, o caminho bifurcava e depois lá vinha mais uma rotunda, pejada de agentes não se bem de quê, mas equipados com sirenes às costas. Debalde. Um atalho não deu nem para esquecer a estrada principal, mesmo inclinada. Para subir já me chega a ladeiiiiiiiiiiiira! – Gritei então. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

dia não sei quantos domingo outra vez?: factura exposta

Não sei se o corpanzil já doía antes de e tal. Depois de e tal o corpinho doía. É um facto. Acoplado ao corpinho, lá bem em cima, dentro da cabeça, um cérebro debatia-se (e debate-se) com uma série de elementos estranhos, devidamente entrincheirados num já te fodes sem armistício que o valha. Obuses rodeiam esses momentos em que os elementos se batem sem quartel. Entra água nas trincheiras. A cabeça doí. Uma semana que se repete a cada semana. Um dia que se repete a cada dia. Faz doer. Assemelha-se, e muito, à dor infligida pela ingestão exagerada (para não dizer mais) de bebidas destiladas. Entra água na trincheira. Não chega para diminuir as hostilidades. Não era bem esta merda que eu procurava – escuta-se, som proveniente certamente de uma das trincheiras. Aguenta – é a resposta. Será código? A cabeça soletra outros devaneios que se escutam ao longe. Entretanto, a limpeza da casota começa a processar-se com a naturalidade possível. Regista-se a existência de um cobertor extra para a cama, tão pesado que lá dentro desapareceram dois mexicanos esvaídos no seu próprio suor. Porquê mexicanos? O cobertor em causa apresenta um padrão que nos recorda esse elemento tão interessante do vestuário cultural de uma parte do globo, denominado poncho. E poncho, a ver vamos, então.


[a Rádio Cão está de volta, ou isso]

domingo, 24 de novembro de 2013

dia não sei quantos ao sol de domingo: aligeirando o alcance

Vai haver falta. Não penses nisso. Logo não tarda a coisa recomeça. Onde? Não interessa. Recomeça, pois. É sempre a mesma merda, a mesma lengalenga ou isso. Podia ser pior. Pode sempre ser pior. Olha, do chão não passas. Ai não passo, ai não passo. [Ao longe escuta-se um som estranho, o sol ofusca os olhos – parece uma daquelas cenas de filme contadas por intermédio de outra pessoa, dir-se-ia uma cena do caralho e vai-se a ver não se passa nada – a música, pois é de música que se trata, vem mitigada com um bruumzuum, esse bruumzuum é conhecido, entretanto o som de uma varinha mágica vem ajudar à festa, com os The Chameleons agora claramente a chispar. Até que] … merda de aspirador, deixa-me ouvir a música. [zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzZZzzzzzz].

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

dia não sei quantos outra vez: as vantagens de

a ver se vamos, cada coisa num lugar algures. Resulta. O caminho não se faz senão a caminho. Volta e meia voltamos à casa partida. Nem sempre se fazem obras. Custa. E tudo. De seguida, uma personagem diferente daquela que exsua esta cena quase se trava de razões com um espelho. Tudo bem. Não está. Faltam sempre horas, merdas de coisas a pairar(em) por aí. Um fôlego novo não caminha às costas com um corpo. Ninguém repara. Tá tudo fodido. E depois?

sábado, 16 de novembro de 2013

dia não sei quantos diga lá outra vez: preâmbulo à loucura ténue

Nem sempre. Entretanto, as vozes continuam a dar de si, baixinho. Outras (vozes ou isso) desmancham-se em murmúrios cujo raio de acção não ultrapassa o microespaço de um corpo. Sim, falo sozinho. Leio sozinho. Hesse fala-nos dos engenhosos jogos da fantasia, a vibrante música da linguagem, leio então em voz alta vibrante música da linguagem, não sei se conseguem ouvir?, mas sempre podem lê-lo em voz alta, reconhecer na [vossa] voz os engenhosos jogos da fantasia, a vibrante música da linguagem. Depois, algures, fico a saber através de Baudrillard que a miséria dos outros e as catástrofes humanitárias tornaram-se no último espaço de aventura, essa aventura que nos traga num vórtice silencioso, vou então para longe (sem sair daqui), para bem longe, aquele longe a que talvez se referia Xavier de Maistre no seu Voyage autour de ma chambre. O Vilamatinhas parece concordar. Olha, Voyage Voyage

sábado, 9 de novembro de 2013

dia não sei quantos vê lá isso sábado: uma verdade patibular

Comecei o dia a ler uma cena do Vilamatinhas sobre os (diz ele) intermináveis diálogos de O Falcão de Malta de John Huston, um dos quais Vilamatinhas salienta como personificador do doutor Finnegans (Joel Cairo) e monsieur Hire (Sam Spade), uma cena assim:

Joel Cairo: tens sempre um explicação para tudo.
Sam Spade: E o que é que tu queres que eu faça? Que aprenda a gaguejar?


Fiquei uns minutos ainda a pensar na coisa, baldei-me para a dialéctica literária em causa – desculpa-me lá Vilamatinhas mas continuas a escrever sempre o mesmo livro só que cada vez melhor – e concentrei-me ginasticamente na frase, na resposta de Sam Spade: E o que é que tu queres que eu faça? Que aprenda a gaguejar?, ainda estarei, confesso, fechado num limbo fodido com essa frase escrita nas paredes desse mesmo limbo fodido, uma cena da bradar e que apenas o Montaigne poderia eventualmente perceber. O dia seguiu o seu curso, as paredes foram naturalmente encolhendo e delas saíram umas cenas em forma de facas, mas facas pouco afiadas, facas de lâmina romba, o que, como toda a gente sabe, pode ser bem pior. Não me recordo de ter visto o Falcão de Malta e cheira-me que hoje há jogatana, mas posso estar enganado. 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

dia não sei quantos pré sábado: relatório prêt-à-porter

As acções, bom, quase todas as acções para ser justo, não assumiram o mediatismo de outrora, na verdade não assumiram mediatismo nenhum, a bem dizer os tormentos precederam as acções em toda a linha, merdas que se permitem (vejam bem!) agigantar a olhos vistos, insinuando-se desde o âmago que comanda todas as nervuras até as neuroses. Confundem-se assim os tempos verbais num espaço temporal que não se resume a não ter um fim à vista como nós o conhecemos, mas que [até] se prolonga no mesmo sítio. Física quântica do mais puro quilate a absolver os dias daquela ideia do repasto de coisas únicas mas ainda assim indecifráveis. Não explico. 

sábado, 2 de novembro de 2013

dia não sei quantos eu sei lá, sei lá: não custa tentar


Descobri, não sem algum pasmo, que a minha vetusta mesinha de cabeceira tem mais livros que algumas bibliotecas particulares, cerca de sete, para ser quase exacto (com números nunca se sabe), isto sem contar com ramificações em formato papel que vão desde jornais a bulas de merdas medicamentosas, passando por caderninhos a caminho da jubilação. Mais a mais (toda) a [nossa] situação sociopoliticaeconomica actual – e antes que ocorra a musealização dos acontecimentos na vertente Baudrillardiana da coisa – cujo sound mais o bite nos endrominam os dias, chegando mesmo a endrominar-nos os aposentos mais recônditos do pensamento e da tripa, recorda-me uma máxima canina muito conhecida de uns poucos (deixem passar) eleitos, na verdade Moi e o Tal, que diz mais ou menos assim: de pívia em pívia ainda haveremos de ter um filho (outra versão refere fazer um filho). Não custa tentar.  

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

dia não sei quantos a perder de vista: a cousa pública


Também tenho sonhos, mas mais merdas dessas que acontecem durante a noite, dooooooormiiiiiiiir, coisa boa, nem sempre, quase sempre. De resto, outras vozes polvilham aquela cena dos dias, vozeirões, alto som, a banda sonora a dar para o torto. Às vezes faço stop, leio as entrelinhas, entretantos que vão dar não sei bem onde. Dou de frosques com a ladeira, sorrisos, sorrisos a entremear com os passos, nem sempre. Também é isso. 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

dia não sei quantos muitos: a coisa vai

Não é fácil o contacto. Um ei nem sempre se afigura como manobra suficiente. De manhã as coisas não fluem, vão fluindo (deixem lá passar), são cenas passageiras que se assemelham às folhas das árvores que vão calçando os caminhos, uma chatice proporcional a outras quedas. Um desalinho nunca vem só, cada pancada aspira ao seu galho através de uma quantidade de variáveis mais ou menos fodidas. Já dá para almoçar? Não se sabe. Vamos agora ver da coisa: um antigo convento anexado a uma vacaria, um mosteiro?, não temos assim tanto tempo. A coisa vai. É mais isso.  

domingo, 27 de outubro de 2013

dia não sei quantos e tal domingo: atempadamente


Depois nasceu o sol. Mas ninguém viu. Não porque não estavam atentos, mas simplesmente porque dormiam. O sol nasceu à mesma, assim só para chatear. Passadas algumas horas, não muiiiiitas, mas algumas, acordou o Je... o Moi, e então?, são tipo onze e picos mas na realidade são mesmo umas dez e picos. O Moi terá recordado que noutros tempos era fácil tentar que alguém tivesse em consideração que a respectiva chegada a casa não tinha ocorrido às sete da matina, mas apenas às seis da matina. Terá igualmente recordado que pouco importava. Nesse tempo ficava sempre alguém atento ao nascer do sol.  

[Entretanto o Moi continua a limpeza da casota]

sábado, 26 de outubro de 2013

dia não sei quantos já faço as contas sábado: a realidade confortável da

...
depois o mar, um hambúrguer (ia escrever) ranhoso, sol, na verdade, um bastião de luz a dar com a caminhada; uma escadaria, uns exercícios de matemática, ainda o mar à frente, um pouco de Vila-Matas: a questão da narratividade Hire ou um discurso potencialmente Finnegans. E é tudo. Até aparecer o Fatodetreininhos conjugado com um travão.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

dia não sei quantos eu já faço as contas [juro!] quarta: actualização

E tal dei a corda aos sapatos. As ruas todas em uníssono (deixem passar) a rumorejar lembranças, não se sabe bem de quê, mas creio que foi quase isso. E depois a coima dos olhares (apeteceu-me) na paragem obrigatória. Duas ou três apitadelas, está tudo?, até ver informação é poder. Quase nada na esquina seguinte. Releva uma imagem com música e tudo: o mundo fechado dentro de um veículo, uma maçã, um bolito daqueles condensados em esperanças modernas, a chuva a dar para o oblíquo, memórias à prova de água. Quase isso.    

terça-feira, 22 de outubro de 2013

dia não sei quantos já faço as contas terça: um produto nacional

Secar os ossos, menos mal. De manhã estivemos a reposicionar as linhas mas ninguém notou. Caso se deu que, o inimigo, a expensas de muita rebaldaria, lá se entremeou com os torrões caídos nas bermas da estrada, muita água, poças, uma noite que se prolongou até não lograr mais nenhuma posição. Vamos a isso, disse de mim para moi. E fui-me, quase todo, às vezes ainda a juntar os pedaços, aqui por ali, ali por acolá, já se vê. Não foi tudo. Mas sem resultados de monta. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

dia não sei quantos eu já faço as contas segunda: subindo ao tablado

Faina, diz que sim, chuva, alguma acidez. Tudo no trato. Ali ao lado, recordo, um livro, toca a abrir. Feito. Mais faina a dar com os pés. Na rádio, gravações anunciam a repetição (deixem passar) das horas: sintomático (gosto desta). Também se aprende a viver, dizem. Coisa menos coisa, o recuo da luz substitui a rádio. Debalde. Cheio.  

sábado, 19 de outubro de 2013

dia não sei quantos eu já faço as contas da nova era: dá-se o caso

Ora bem. Cof…cof, cof [tosse – para quem não está familiarizado com estas mardas], vamos lá a ver. Chuva, logo pela manhã. Meia janela à solta de luz. Dois jornais antigos (o ontem e o anteontem agora são cenas bué antigas, é a socialite do espectáculo – o melhor é lerem o Debord), um ecrã manhoso com uma maçã desenhada, um livro em cuja capa se podia ler Bioy, compunham o ramalhete junto ao corpo deitado na cama. Três almofadas ajustavam o centro de gravidade desse corpo em cujo cérebro de materializavam pensamentos matreiros sobre tarefas ligadas a cenas de faina, uma verdadeira compilação de idiotices, para ser mais ou menos exacto. A primeira tentativa para voltar a adormecer saíra gorada. As outras duas levou-as o ressonar da vizinha. Ora bem, cof…cof, entretanto ao corpo cansado amantizado com uma cabeça cansada juntaram-se-lhe uns olhos (ia jurar que não pertenciam a esse corpo) cansados como a porra e ainda não seriam onze e picos. O passo seguinte terá sido dado já na rua. Mas não sabemos. 

domingo, 13 de outubro de 2013

dia não sei quantos domingo com chuva da nova era: cuidado com a entrevadinha dos canaviais

Para começar não há nada mais relevante do que. Depois isso. Quase nada terá mudado, ouço da voz atrás de mim, uma voz cuja soturnidade intercede pelas nossas penas, um desejo absurdo e cesariano de sofrer, pois toda a gente sabe, mas apenas o Casares o escreveu que : uma grande tristeza dá liberdade.  Posto isto, aqui vai o caralho da lista:

- Arranjar tempo para ler como o caralho;
- Não esquecer que a leitura não salva mas amortece;
- Deitar para trás das costas a merda que já não cabe à frente;
- Não pensar demasiado no ponto anterior;
- Não dar de barato a destruição de células cerebrais;
 -Descansar sempre;
- Tratar de encontrar uma outra forma válida de arranjar graveto que se veja;
 - Aguentar na medida do possível a forma (in)válida actual de arranjar graveto (sendo que este graveto é microscópico), enquanto a forma válida do ponto anterior não se verifique;
- Levantar a crista e endireitar os costados, caso contrário nada dos dois pontos anteriores contribuí um pentelho para e tal…
- continuar  apensar nisto

domingo, 6 de outubro de 2013

dia não sei quantos domingo: sand de molho Amandine

Já percebemos a cena dos olhos para o Flaubert, pudera, para encarar a moça Sand, a moça George Sand, tinha que dar reviravoltas no marcador, cruzar, proceder com o estrabismo necessário, ou então recorrer à velha doutrina do saco na cabeça para te ver melhor. Fiquem então com a moça Sand, com nome de moço, não para ser aceite no meio literário ou isso, não, mas porque sim [risinhos]. Não é Amandine?


[o melhor é ler as postas anteriores para se inteirar das receitas]

sábado, 5 de outubro de 2013

dia não sei quantos sábado doze e picos: uma sande, por favor

Estava agora a pensar nisso, a forma, o caralho da maneira como eu vejo as coisas é fodida, a forma e a maneira como eu cheiro as cenas é fodida, mas como um dia escreveu o Flaubert à Sand: não posso mudar os olhos. E o nariz, Flaubert, o nariz também não.

[eu já volto com a Sand] 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

dia não sei quantos sexta e tudo [a remediar]: olha ali


É fácil, não se diz que é fácil mas lá está, lá está, o controlo remoto, longe, o controlo remoto é uma cena longínqua, está perto e permite a distância, diz que sim, mas vamos lá ver, nem sequer era isto. Recomeço: é fácil, mas não se sabe, a coisa é sexta, sexta-feira, dia de remediar os remotos e adiar ainda assim as proximidades, nem sempre resulta, mas… um poderoso aliado associado a cubos de gelo reconforta a mente corporal (deixem lá passar), nem que seja. Ora, nas séries americanas e coiso, o balcão do bar é uma planície luminosa de placentas desvairadas a go go, também se poderá imaginar outra coisa, mas vai dar ao mesmo. Tem um sinal e tudo. 

domingo, 29 de setembro de 2013

dia não sei quantos eu já faço as contas domingo e tal: entretanto [risinhos]

a coisa era mesmo preta, a sério, preta até dizer chega, e cheguei-me, quer dizer fui até lá, não muito, papelinhos na mão [risinhos] e ala que se faz tarde,  passeata na cidade, serenata à chuva com o silêncio destas cenas domingueiras a dar o mote, hora do almoço praí, ou talvez mais, umas banquinhas  a dar para o triste com umas velhotas a falarem numa língua esquisita: deve ser Belga - disse um transeunte. Deve. E depois pensei no Congo, pensei no Blaise Cendrars, caralho pá, o Blaise, pensei no Sebald, não sei mais em quê, enquanto rodopiava, acho que rodopiava,  e corria, ou isso. Depois foi a tarde toda e tal e coiso.

[antes havia sido a limpeza da casota - isso é cidadania]

dia não sei quantos eu já faço as contas domingo: entretanto

vou já ali meter o papelinho (ou os palelinhos, não se sabe) na cena preta, costuma ser uma cena preta com um buraquinho, costuma não costuma?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

dia não sei quantos sexta: relatório

Estou farto de reportar. Tem dias, é importante, não se passa nada, já se passou tudo, vai aí, só não vê quem não quer. Posto isto, aquilo vai dar ao horizonte perpeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeendicular à coisa. Nem sempre. Está bem. O caso de adiar é efémero, tem dias, reporta, assobia fiufiufiiiiiu, ou isso, vai dar lá, desagua, tem cais, não tem?, resolve-se, vai daí, consta, não consta, é importante, veja lá, dê cá, renove. Renove, caralho.  

terça-feira, 24 de setembro de 2013

dia não sei quantos doze mais vinte e seis: tem dias

Quanto à cena das unhas para a guitarra, vamos indo, da guitarra pouco se fala: fracota; diz que tem lastro, que até ver ninguém fez melhor, a coisa dá um cheiro a a gente é que sabe, um caralho de um cheiro intenso, que se pega ao pelo. Não faz por menos, lá do poleiro a ruminar sabedorias. Também isso aconchega o regaço (se é que os cães possuem tamanha proeminência), só que depois uma invasão de pequenos compartimentos de merda afloram junto aos atravessamentos, não raro o Cão dá de través e já está nas batidas inóspitas, dali não sai nada, sai ele, a moumar, e vai em frente, ou para o lado, dá quase igual, o jogo parece um vício de penumbras chagadas a bagaceira, onde jornais desportivos fazem a fronha dos dias. Mas nem sempre é assim. Tem dias.    

domingo, 22 de setembro de 2013

dia não sei quantos doze mais vinte e dois [da nova era]: cortar a etiqueta

Também ao domingo (hoje é dormindo, perdão domingo, não?) as nossas as…pirações – caralho, já me esqueci do que ia dizer – ou isso. Bom, também ao domingo (hoje é dormindo, perdão domingo, não?) as coisas se afiguram nada fáceis, ou menos boas, ou como aquela cena dos políticos futeboleiros: não são mentiras, são inverdades. A cena de domingo cuja analogia coabita com esta música que é a única que por aí conhecem dos ditos, criou um imaginário que poderia figurar no dicionário dos seres imaginários do Borges com a Margarita, não confundir com a cena do Bulgakov, embora se possa de forma até indelével, neste contexto, conceber determinadas balbúrdias com a palavra mestre. E eu que pensava, não há pouco tempo, que o dicionário dos seres imaginários era do mestre, perdão do Borges, com o Casares, desenlace óbvio das suas tardes de ócio que se prolongavam pelo noite dentro, noite essa, luminosa, onde habitavam os olhos do mestre, perdão, de Borges. Ocasionalmente ainda, a limpeza da casota na fase pano de pó leva-nos a devaneios debitados e teclados na folha branca projectada no ecrã. Posto isto, tudo fancaria. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Dia não sei quantos não me lembro: isso com letra grande

Deixem-me aproveitar que estamos em Agosto, não?, bom, estamos em Setembro – está aqui alguém algures (deixem lá isso) a dizer que afinal é Setembro, deve ser tanga, estou a ver lá fora uma lua sol com cenas de cor malucas amarelo e rósea à volta, ou isso, – para dizer escrevendo, escrevendo a dizer que, a tropicalidade não vale um caralho. Posto isto, vale tudo, até mais, é de um vale encaixado que se trata aqui, humidade, sempre foi, dizem, a coisa lá vai vai agarrando às arestas, pois é sexta, com a diferença que amanhã é sábado, dá para adiar o inevitável, desde que as coisas colem. Não colam? Então é tudo.  


querias, não?


[isto nem sempre corre bem]

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

dia não sei quantos praí e tal nove e picos: [risinhos]

Também digo, a coisa vai, não sei se vai, também digo, a coisa, a tal, coiso, vai, não vai [vaia], dá luta, aaah, olha agora a ver o espaço entre as fuças e o chão, querias?, não sei se querias, não adianta, ups, estou caaaaaaaaaaansado, vai dormir, não vou já, deixa-te estar. Depois, ou mesmo antes, nesse instante que nos passa ao lado, aí, nesse buraquinho, reside o âmago da questão. Mas passa ao lado. Pelo menos não bate. E estava um sol do caralho. Em vários pontos. Nos iiiiiiiiiiiiis. 

domingo, 15 de setembro de 2013

dia não sei quantos depois do oito e meio: nova suspensão do regula(dor) dos dias.

Tem dias que não há dias. Não explico. Uns dias atrás dos outros sem dias lá dentro. Tem dias que começam [de] noite e acabam noite e não chegam a acabar, pela sensação de permanência que dão, nada de volúpia acoplada a qualquer momento, todas a sensações sobressaem empacotadas em caixas muito direitinhas, caixas com rótulos perfeitamente definidos e organizados, caixas dispostas geometricamente na linha de montagem dos olhares. Mesmo assim segues o caminho da tabuleta que diz dias, e quando dás por ela já lá estás, quando dás por ela (deixem passar) estás a escrever na terceira pessoa, ou isso, quando dás mesmo por ela percebes a resma de merdas a enormíssima resma de merdas que povoam os dias, o imenso depósito de cenas, a imensidão atroz das vozes e das possibilidades, a questão do oito e do oitenta, outras questões de premeio e ainda nem sequer almoçaste, quer dizer, ainda estás na fase de roer a maçã em andamento ainda te restam horas e horas de jorna, ainda estás mal acordado, ainda agora ali atrás tomaste um café, ainda a procissão vai no adro. E depois continuas. Não sabes bem porquê, mas continuas. Não sabes bem porquê, mas faz sentido mesmo quando não faz sentido nenhum.


[agora vou ali ver se leio umas merdas]

domingo, 8 de setembro de 2013

dia não sei quantos 7 (ou 27 - já faço as contas) da nova era: topas?

Não tinha sistema nenhum nem para lá caminhava, pensava convicto que estratégia era uma espécie de balde cheio de merdas irreconhecíveis ao fim de algum tempo, confundindo estratégia com tácticas reactivas borrifava-se para tudo isso amando cada momento sem o saber. Anos atrás, naquela escadaria curva junto ao tasco, em frente ao rio da infância, ter-se-á levantado gritando: quero parar de pensar! O rapaz a seu lado percebeu e anuiu, não se sabe. O que se sabe é que o moço sem sistema nem de perto nem de longe caminhava para merda alguma, e se algumas vezes esbarrava, noutras saltava o muro com uma destreza tal que esta se tatuava na sua alma, talvez até no seu corpo, fundindo-o com a própria paisagem. Só que ele nem sempre o sabia. Algumas notas que recebemos mais recentemente falam assim:

Entrei na casota precária da precariedade laboral (deixem passar se quiserem). Ponto. Há quem diga, há quem faça. Bem vistas as coisas a diferença é um pontinho lá longe, no caralho do horizonte, um gajo tem que focar, franzir, desmantelar os olhos, as vistas, para poder ver o caralho do pontinho, arranja aí uns óculos, às vezes é necessário recorrermos à ciência, outras ao hipnotismo, outras até ao caralho da vontade para enxergarmos o pontinho. Esse pontinho que faz toda a diferença. Mas há mais, só que não digo. Já volto.    
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tum tum tum tuuuumtararata tum  tumtumtuuum taratatatum taratata ta ta tum taratatum tum tum taratatumtum tum tararatatatatatum tum tum tuum tum tuuuuuum tararatatum tum taratatum tum tum tum taratatum tum tum
tuuum taratatuuuuuuuuuuuuuuuuumtaratatuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum tararatatumtuuuuuuum taratatum tum tum tarata taratatumtuuuum tatataratatum taratatumtumtaratatumtuuumtum como?
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domingo, 25 de agosto de 2013

dia não sei quantos 411, 412, 413, 414, 415, 416: depois não digam que não avisei


[de resto, entretanto, a coisa vai, não vai, vai indo, tem dias, é a vidinha, podia ser pior, agarra-te bem, mais um vale um pássaro na mão – mas eu não gosto de pássaros, que outro a voar, mas prontos, é preciso ir a jogo, calçar as sapatilhas, apertar os cordões, olhar em volta, assobiar, fazer de conta, ter em conta, considerar a estratégia para ganhar, adaptar a táctica a cada momento, não explicar, às vezes fazer de conta que se explica, levantar cedo, cedo erguer, ter dúvidas, acreditar, oscilar, não cair, erguer-se a meio caminho, disfarçar, lá vem o assobio, a canção, música que se faz tarde, olhar o mundo: o mundo tem coisas do caralho!]

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

dia não sei quantos 410:entretanto, desculpem o incómodo

Mais ou menos isto: vamos no dia não sei quantos quatrocentos e nove, ou dez, mas antes do dia não sei quantos um já andávamos há, pelo menos, cento e cinquenta dias com e epíteto não sei quantos a pairar sobre a cabeça, ou seja, temos um arcabouço de não sei quantos quatrocentos e picos dias, mais cento e cinquenta dias, o que perfaz para aí uns quinhentos e sessenta dias, talvez menos, mas de qualquer modo verdadeiros não sei quantos dias, ou isso. Não explico. Vou entrar em estágio, só que tem outro nome. 

domingo, 18 de agosto de 2013

dia não sei quantos 409: no intervalo do jogo

Começa assim: u-u-u-u-u-gu-gug-guu! Oh, olhem para mim. Sou um pobre cão (...)


Numa execução técnica e talvez fora do vulgar, Bulgakov escreveu o tal "Coração de Cão", aliás, como paga da nossa consideração eterna a Margarita e o Mestre remetemos a análise da coisa para uma próxima oportunidade. Já começou? Bom, vou ver a segunda parte do jogo, dois a um entretanto.

sábado, 17 de agosto de 2013

dia não sei quantos 408: centralismo democrático

A camisola é minha, eu é que sei. Entretanto fui-me a uma passeata ao sol ruminando a laustíbia cervejeira ó espirituosa do noite anterior. Não se revelou de todo fácil já não sei bem o quê, e a partir daí foi um sábado a fazer jus ao tédio uniformizado de, pelo menos, uns cento e vinte sábado anteriores. Isto tem que mudar, pensei, enquanto morfava um magnum amêndoas, ou isso. Agora vou mas é tratar do polvo.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

dia não sei quantos 407: não custa menos

Fica adiado com a mesma facilidade que não ficaria, nem é preciso preencher papeis. Quer dizer, não é isso, eu já volto.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

dia não sei quantos 405: aaaaarrête-toi


Agora a sério, vou ali acabar umas merdas, quer dizer, umas merdas que comecei a fazer de manhã, limpezas e cenas do computador, estratégias de abordagem, lista, sim também fiz uma lista (não exemplifico), papeladas desencontradas, rapioquices mundanas. Entretanto fiz uns telefonemas e li qualquer coisa tipo Borges&Casares. Esta mioleira não pára, ainda não seriam nove e picos e já estava a dar esticadas neuronais, mais coisa menos coisa, antecipando em cerca de duas horas algumas decisões adiadas e a elaboração da famigerada lista, escrita numa escadaria a dar para umas vistas ranhosas. À volta tudo fechado. Fiquei fodido. A coisa vai.  

terça-feira, 13 de agosto de 2013

dia não sei quantos 404: ali, contornando a moldura

Tem de ser, não, tem que ser, iniciar a desmama, preparar corpo e mioleira para novos enfrentamentos (deixem passar), novas e puras manhãs sequiosas de alva, olhos remelosos que se dão ao viço de uma porta fechada, quase certas novas pisaduras, quedas, enganos, empreendimentos a meio gás. E já se vê, talvez apenas se vislumbre (deixem passar), um dedo, uma mão, essa mão ganha vida, assume formas, símbolos, merdas difíceis de perceber como o caralho, pelo menos à primeira vista, já se vê, vislumbra-se, um cais, um cais de chegadas?, um cais de partidas?, já se vê, vislumbra-se... e no meio de tudo isto, bem lá no meio, floresce um medo miudinho (uma cena de tripas) localizado, dir-se-ia, no estômago que é o âmago destas coisas. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

dia não sei quantos 403: uma (in)tranquilidade nova

Anda cá… a abrótea é assim, e mostrei-lhe, não sem antes dissertar acerca de e tal e coisa, também marcha cozida como a pescada com todos, ou sem todos. Entretanto já seriam umas dezasseis horas e picos, o dia terá começado cedo, incumbências de causa maior, entremeadas familiares, está tudo bem?, vai em recuperação, e depois deu-nos para bacalhoar ao almoço, café, anda que se faz tarde, o tempo já abriu, ou isso. Ruminações, cujo epicentro desenvolveremos numa próxima oportunidade, acomodam-se nas entranhas fazendo ninho. E é isto.   

domingo, 11 de agosto de 2013

dia não sei quantos 402: genérico Rádio Cão (lá em baixo)

Há mar e mar, há ir e voltar, ou como um dia escreveu William Blake: o que deseja e não age gera pestilência (acho). Agora vou ali estagiar em cascos de carvalho até ser vintage (deixem passar). 

sábado, 10 de agosto de 2013

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

dia não quantos 400: quatrocentos!?

o tempo passa, o Cão sonha, tem dias que a obra nem nasce nem sai de cima.

[vislumbram-se movimentações...eheheheh]

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

dia não sei quantos 398: olha parece que está a chover

A coisa vai não vai, o cenário não implica motivos culturais ou quaisquer outros. Privamos com o vai valer a pena lado a lado com o vai correr tudo bem, uma sociedade histórica que fica à esquerda da volúpia da areia, amordaçada (e bem) pelo mar. As incitativas próprias tornam-se evidentes mas nada previsíveis (deixem passar), já as iniciativas de terceiros são complementares ao tédio mais airoso dos últimos tempos. Mais das vezes resgatamos a mioleira com o corpo a tiracolo, outras vezes vamos correr, mas não muito.

sábado, 3 de agosto de 2013

dia não sei quantos 394: ei

ó manganão, para que lado é que fica o mar?...

(e este brum bruum, curiosamente, já era diferente, quer dizer, deixem passar)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

dia não sei quantos 293, perdão, 393: pede deferimento

Recomeçou o bruuuuuuum.
Fugiremos rumo ao mar. 

[entretanto adiar cenas para uma segunda-feira ainda mais distante]

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

dia não sei quantos 392: código zzz

Dez horas e meia de sono. Não fui correr. Não li um caralho. Depois fui ao tal sítio cumprimentar um amigo. Cumprimentei. Entretanto tratei de dois pendentes e de um oscilante. Fui depositar graveto por causa da outra cena que não dá graveto nenhum. As muletas custam dinheiro, diz-se. Aproveitei e dei um giro. Pensei que tudo está ligado por fios fininhos como o caralho que tecem uma teia invisível mas muito bem implantada no terreno. Formalmente estou a seguir em frente. Em breve farei interpelações. 

quarta-feira, 31 de julho de 2013

dia não sei quantos 391: vestir a camisola

Começar a descrever esta manhã. Parar. Que manhã? Ah, acordar (boa), levantar a peida e coçar-se (boa), desenjoar com chá preto e torrada (boa) e repisar toneladas de informação não formatada, não organizada, aleatoriamente distribuída (isto incluí locais tão variados como a mioleira e o corredor que desemboca no sítio dos livros), enquanto um bocejo se espraia anunciando o seu ar de tédio. Não foi o caso. Até deu para esgrimir umas patacoadas com o computador, até deu para ir espreitar uma instalação pantomímica na área comercial adjacente à ladeira…perto da mioleira. E sobretudo interiorizar que é necessário vestir a camisola. 


terça-feira, 30 de julho de 2013

dia não sei quantos 390: margem de manobra

Ainda assim, talvez nem assado, a coisa foi a despenhar-se, isto ao início, e a páginas tantas ao meio indiciava o final. Derrapagem calma. A projecção do combate pelo espaço vital avizinhava-se naqueles pequenos restos de luz que se projectavam junto à máquina de café. Isto antes e depois do meeting, mas talvez antes não fosse possível notá-lo. Três ou quatro conversas consagraram os momentos finais. A ver vamos. Logo se vê.  

segunda-feira, 29 de julho de 2013

dia não sei quantos 389: isto tinha outro nome

Entretanto, depois cheguei até aqui: ter talento não é suficiente: deve ter-se também a vossa permissão para tal – não é meus amigos? Escreveu um dia Nietzsche. Deixei ficar o não é meus amigos? não recorrendo ao dever de extrapolar. Permanecerá em vinha d’alhos.

sábado, 27 de julho de 2013

dia não sei quantos 387: aspirações


Onde se lê cineasta poderá eventualmente ler-se:
calceteiro; escritor; fundista; carteirista; topógrafo; alienista; vendedor; pastor; aguadeiro; filósofo; autodidacta; mercador; bibliotecário, etc... (tudo menos político)


sexta-feira, 26 de julho de 2013

dia não sei quantos 386: adira já

Hoje é sexta-dia-de-adiar as cenas para a próxima segunda. Hoje também é dia de continuar a aguardar. Amanhã também será sexta mas com cama de gelo e gin, isto se houver graveto. Depois também será ainda sexta, as merdas adiadas sobrevoarão esse dia que outros denominam de domingo, a cama de gelo e gin será uma recordação reflectida numa garrafa de cerveja. Ora bom, vinte e quatro mais vinte e quatro horas, mas as restantes do dia de hoje, uma risota de minutos e uma cambada de segundos,  tlim tlom, tlim tlom, e um tipo cão a olhar lá para fora. Entretanto, já se ouve The Killing Moon dos Echo & The Bunnymen , deve  ser a Rádio Cão. E é isto…

quinta-feira, 25 de julho de 2013

dia não sei quantos 385: o destino opaco?

Em linha recta foram para aí umas dez, onze horas de sono, nem me recordo se acordei para mijar, talvez tenha sonhado, quando acordei a sério já mal sabia andar, que fixe, pensei, vou aprender tudo de novo, vou ter cólinho, vou ser apresentado aos jornalistas como herdeiro de um trono canino, vou estudar umas merdas, ler uns livros, não, desta vez não vou ler um caralho, vou fazer merdas significativas e representativas do estado de direito onde se situa a minha casota, vou ter empregos catitas a dar com os sapatos, até vou ser capaz de balbuciar cenas apenas compatíveis com aquilo que se espera que eu diga. Serei ainda capaz de soletrar a palavra compaginar, nomeadamente. Mas isso será tudo lá mais para a frente. Agora vou-me ao leitinho.  

terça-feira, 23 de julho de 2013

dia não sei quantos 383: vamos lá ver essa

tentativa de uma nova abordagem, alicerçada quiçá no levantamento de paralelo, uma técnica que permitiu ao longo dos anos o desenvolvimento da calçada à portuguesa, ela própria uma técnica em si mesma (deixem passar). Sucede que acordei mal dormido e com a sensibilidade do paralelepípedo que me proponho levantar, não será por isso nada fácil conciliar as merdas todas num baldinho que tenho ali escondido para as eventualidades. Amanhã cheira-me que vou madrugar os costados. Esperemos não vir aí tempestade, senão tá tudo fodido. Avisei.

[voltei a fazer umas flexões e abdominais – passei na mercearia dos cartões]

segunda-feira, 22 de julho de 2013

dia não sei quantos 382: informação


Muitas cenas foram apanhadas de surpresa e tiveram que ser resgatadas. Outras cenas perderam-se. Partes da mioleira subiram às árvores. São esperadas novas réplicas e outras situações que dificultem as operações, embora não sendo certo que estas existam.

domingo, 21 de julho de 2013

dia não sei quantos 381: por isso

ou por aquilo, talvez nem isso, seja necessário um manual de instruções para nos ensinar que talvez valha a pena aprender, não explico, o Vasco Santana a páginas tantas não queria aprender mais, mas se calhar já havia aprendido muito, pelo menos tinha a capacidade de falar com candeeiros de rua o que já é um princípio. Aí é?, e depois só tarde, uns nem isso, outros bem a tempo, aprendemos a esperar a aproveitar cada cantinho onde medram as forças, a energia, aprende-se a aproveitar cada momento, e mesmo assim entre um já vos fodo e outro a coisa vai, a porta abre-se (ou não), além salta-se um muro, lá vai mais gesso, dá-se a volta, olha os cães, isso deixa comigo, procuram-se outras entradas, eu sei lá…

sábado, 20 de julho de 2013

dia não sei quantos 380: sobre a posição

Entretanto perdi a grelha da análise qualitativa, alguma vez a tive?, não se sabe, existem merdas que medram e crescem sem adubos e grandes regadelas, há por aí jardins em miniatura com demandas intelectuais do arco-da-velha, aquelas cenas bonsai que podem até extrapolar os campos (meramente) vegetais [risinhos]. Bom sai e vai mas é fazer-te à vida, mas é sábado, não?, não faz mal, ao sábado agora também se verga muita mola, não há cá frescuras ou ramadões, qualquer dia é bom dia para adiar merdas ou ir para o caralho. Por isso… 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

quinta-feira, 18 de julho de 2013

dia não sei quantos 378: [repetição]


[É preciso trabalhar, se não por gosto, ao menos por desespero, porquanto, bem vistas as coisas, trabalhar é menos aborrecido do que divertir-se - Baudelaire]

Já volto com cenas mais ou menos divertidas, cenas que não neguem em absoluto o valor da dramatização literária, em transposição às postas para a realidade porosa. Ou isso.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

dia não sei quantos 377: o resumo de uma civilização

A situação impõe ponderação à altura das responsabilidades. A altura das responsabilidades é mesmo muito alta (deixem passar), quase tão alta como aquela árvore que o Mais Magro tinha na casa dos pais na aldeia, para aíiiiiii uns… vinte e cinco metros, pouco maior que o robalo que o tio Magro tinha pescado anos antes, fomos lá ver e a bicha ou tinha-lhe dado a micose no tronco ou não chegava aos céus mais que uns cinco metros e picos. Fomos logo beber umas cervejas. É pró que está. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

dia não sei quantos 376: continua

Afinal existem ainda objectivos com C. de Cão, esperemos que não se transformem em situações K. de Cão, temos tido a oportunidade de observar in loco merdas que nos transportam para esses milésimos de segundo que medeiam o embate e a respectiva queda ou chapão, nem sempre é bonito de se ver, nem sempre dá tempo para ver outras merdas em película polaróide. O melhor é fazer uma lista:

joelho – melhor
tornozelo – melhor
corrida – nem vê-la
passeatas – mentais (estamos de volta)
leituras – algumas
respostas a anúncios de emprego – 3 ou 4, entretanto
planeamento – inexistente
perspectivas – fodidas
biscates técnicos – a carvão
cenas culturais – ah?
desgaste do material – preciso de mais linhas para dar vazão ao tema
mioleira – roupagem informal a caminho de formal

(continua)

sábado, 13 de julho de 2013

dia não sei quantos 373: frinchas

Virei-me para o outro lado ao som da palavra fresco. Nada de bruum, um pé no chão e depois outro, a dor acomodada ao momento, mais pé menos pé até à casa de banho. Isto vai. Chá verde, torradas com manteiga e compotas caseiras, isto é, feitas em casa (deixem passar). Vamos a uma cafezada entreter os membros inferiores, e o joelho, tu queres ver, e o tornozelo, tu queres ver que, olha o caralho do telemóvel, biscate técnico?, anda e logo se vê, sabes alguma cena do bruma?, já vai com letra pequena, diz que está em Londres, o cabrão. E afinal estava fresco, o mesmo fresco cujo som me havia proporcionado uma reviravolta nos lençóis. Merdas intersticiais a que alguns, erradamente, chamam de coincidências.    

sexta-feira, 12 de julho de 2013

dia não sei quantos 372: haiku do dia

[Sozinho na noite/ o Bruma para onde vai?/Uma luz no escuro brilha a direito/ofusca as demais.]

quinta-feira, 11 de julho de 2013

dia não sei quantos 371: está mais que visto

Começo, à imagem do Vila-Matas, a perder teorias, se bem que no caso dele estas não apresentem défices conclusivos, ou talvez se confunda perder teorias com perder ideias, dá-me ideia (deixem passar) que é isso, ou isso, mas em compensação à perda de teorias o meu corpo corresponde espalhando a discórdia física em forma de talos, inchaços, dores vaivém, merdas que nos transportam para uma espécie de limbo (eu já termino o parágrafo) autofágico, mais coisa menos coisa. O tempo disponível é manuseado em construções frágeis, viveiros de perguntas, casas geminadas com túneis sem saída, árvores que se ramificam e voltam a ramificar ao ponto de as suas raízes não as reconhecerem, mais a mais o caso Bruma, o meu coração só tem uma cor é coisa e coisa e tal, a salvação nacional pelo corpo de intervenção rápida de limpezas de casas-de-banho, nuvens aguardando o conforto dos nossos olhos: olha ali uma em forma de pinguim pequeno, oh, para mim parece-me o diabo, não, espera, um tubarão, é um tubarão. Está mais que visto.     

quarta-feira, 10 de julho de 2013

dia não sei quantos 370: antes de

Estaremos perante situações que não poderão ser escamoteadas, nesse sentido e tal, o joelho inchado, a vertigem intermitente, a vontade (indómita?), o plantel do Sporting, quem sabe o triunfo da apreensão, e sabemos, através de Walser que certas unidades anatómicas tornam-se verdadeiras pantominas da apreensão, chegando – ainda segundo Walser, a suspirar tão intensamente como os outros riem, tudo isso, diga-se, assoma à margem do nosso mundo em pequenas levas, entre caixotes de frutas vazios e restos de peixe. Entretanto vou ver do ponto vélico, esse lugar primordial, de convergência, atendendo em Vitor Hugo, sendo certo que não tarda e estou a deitar abaixo um cremoso. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

dia não sei quantos 369: fazer gelo

Embora não seja (aparentemente) um congelador, estou a fazer gelo [risinhos]. Bom, em vez de utilizar os cubinhos de gelo em daiquiris, margueritas ou vodkas com água tónica, não, utilizo-os no joelho esquerdo, pertença da perna esquerda futreniana. Têm sido várias as lesões, o que me leva a pensar em acabar a carreira de desempregado. Não prometo nada. 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

dia não sei quantos 368: duplo pano de fundo

De manhã, concretamente ao meio da manhã, comecei logo por não poder andar. Mas voltemos atrás. Seis e picos da madruga. Incumbência registada na mioleira: fechar todas as janelas que ficaram abertas (deixem passar, por favor), por causa do calor. A picada (pareceu-me na altura uma picada) na perna esquerda manifestava-se através de um ligeiro enrijamento com dor nas traseiras do joelho esquerdo, pertença da minha fabulosa perna esquerda que me valeu o epíteto de Futre Cão (ou Cão Futre?) muitas luas atrás. Entretanto fui mijar. Voltar a adormecer custou uma insónia de dois contos do Poe. Tudo de olho fechado. Pareceu-me um instante e já estava na cordilheira onde os sonhos nos devassam, outro instante e lá estava o meio da manhã escuro onde comecei por não poder andar. Ao sair da cama a perna cedeu, mas não muito, estás empenado, pensei, consegues empenar-te, pensei, fazendo ligeiros movimentos exploratórios, por momentos parecia que a sombra de Gregor Samsa andaria por ali, mas não podia ser porque estava escuro e não ocorrera metamorfose, até ver. Fiquei ali a pensar no gato que tinha começado por se chamar Boris Vian mas que com o passar dos anos foi recusando o nome letra a letra, ora porque não escrevia, ora porque não tinha estudado engenharia, ora porque não tocava trompete, ora por isto e ora por aquilo, e por aí fora, até ficar apenas Gato. Depois lá me levantei.

domingo, 7 de julho de 2013

dia não sei quantos 367: era um zzztónico, faz favor

e ficar na esplanada perto da água a ouvir isto...

[entretanto limpeza da casota: inacreditável]
[entretanto (sopa e) salada de fruta: menos mal]

sábado, 6 de julho de 2013

sexta-feira, 5 de julho de 2013

dia não sei quantos 365: chamaram?

Uma eheheheh boa tortura era pôr um tipo (ou tipa) fechado numa cabine telefónica ao sol, pensava nisto enquanto queimava as manápulas de pele e osso no volante, à medida que me saía a pele ia reflectindo sobre as distâncias, nem sempre dá para deslocações a penantes ou de bicla, por falar em bicla a minha está a dar o peido, está moribunda, alvíssaras!, alvíssaras!; ainda por cima o sol era daqueles que combinado com o ar se transforma numa cena  pastosa, quase sólida, que se mastiga e tem um sabor acre mesclado com a acidez do suor e da saliva. Um nojo. Por falar nisso, o grande problema dos veículos motorizados é serem viciados em bebida, é que não andam sem a dita e é preciso estar sempre a pegar na mangueira, ou isso. Um nojo. Um tipo também pode apanhar transportes, mas estes também se emborracham e com aquela cena dos importes e dos pêndulos e das taxas de utilização, certas linhas por vezes desaparecem misteriosamente sem deixar rasto. Chama-se a isso progresso. Um nojo. Vou mas é ver dos projectos a adiar. 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

dia não sei quantos 364: afinal de contas

Diz o Vian que a vida é como a dentadura / Primeiro nem nos damos conta / Contentamo-nos com mastigar / E depois de repente estraga-se / Dói a valer, cuidamos / Dela com dó sofrida / E para se achar a cura / É preciso arrancá-la, à vida. Diz ainda o Vian que não gostava de estourar.

[passeata pela manhã]

quarta-feira, 3 de julho de 2013

dia não sei quantos 363: a realidade porosa

A noite lá com o seu manto sobre as coisas. Cães nocturnos que ainda ladram, os cabrões incivilizados. Depois estive a ler, talvez fosse de manhã, talvez não, mas parece-me que era de manhã, já lá vou, escutava-se dentro da minha cabeça, estava eu a ler deitado na cama. Dir-se-ia que já estava com a mão numa estratégia daquelas que começam a bulir nos membros inferiores e por aí perto e só depois assomam à cachola, estava eu nisso, e ao mesmo tempo lia, na boa, ou então foi antes, ou fazia parte do conto, estava nisso, quando as merdas se confundiram todas, mas mesmo todas, a luz era uma barafunda que reflectia com deleite aquele momento, e é tudo. Mantive a calma possível, inventei logo mil propósitos, escrevi cartas abertas, li o caralho das cartas, desmascarei cenários imprevisíveis, concedi um ou dois momentos ao exterior, pensando: deve existir um mundo lá fora, não?

terça-feira, 2 de julho de 2013

dia não sei quantos 362: solha

Ando em bolandas, já estou a enviar sebosos vitais para me fazer ao cozinhado. Diz que diz, mas vamos acreditar nas projecções projectadas (deixem passar), as possibilidades são inúmeras para não dizer numerosas (deixem passar), impõe-se uma meditação que não embarace as vantagens do engenho. Até ver. Isto numa lógica. A solha seguiu estufada com condimentos a rigor. Acompanhamento: arroz branco com cenoura e salada de alface. Ah, e um branco maduro a dar para o mafioso. 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

dia não sei quantos 361: esgotando todos os recursos

A manhã foi mesmo à justa: dormir e passear os pensamentos com trela curta, antes de duchar. Entretendo, sem razão aparente, deu-me para pensar em Thomas Stearns Eliot, vulgo T.S. Eliot, um tipo que nos deixa estarrecidos pela sua mimesis (deixem passar) e vertiginosa poesia que toda a gente conhece e ninguém lê, nem faz falta. Lembrei-me de um livrinho (onde andará?) com o The Love Song of J. Alfred Prufrock, numa edição bilingue da Assírio qualquer coisa Alvim, comprado em Coimbra (acho), lembro-me também de surripiar umas leituras do The Waste Land, ou isso, mas não sei bem em que cervejaria terá sido, o que importa é que tudo isto desemboca no sorrateiro Notes Towards the Definition of Culture (1948), uma merda que me interessa muito sobretudo depois de ler umas cenas escritas pelo maçador Vargas Llosa e pelo Sterne, mais coisa menos coisa. Nunca fui muito à bola com o Thomas Stearns, nem sei como seria  se ele assinasse apenas Thomas Stearns, e coiso, T.S é muito mais snob, o bastante para o Hugo Mãe começar a cantar cenas no duche convencido que as minúsculas não fazem diferença. Gostaria de construir uma gaiola para o Thomas Stearns, isto depois de deixar o gato uns três dias sem comer, mas acho que a cena da gaiola já foi pensada pelo Cortázar, um tipo que até já foi lido pelo J.L. Peixoto. Estou convencido.


J. Cortázar a trabalhar

Thomas Stearns a trabalhar

 G. Cão a fazer de conta que trabalha




domingo, 30 de junho de 2013

dia não nem, perdão, não sei quantos 340, perdão 360: zzhot

Também, mas não se sabe: as maiores épocas da nossa vida são aquelas em que ganhamos coragem para chamar à nossa maldade o nosso melhor, escreveu um dia Nietzsche. agora vou ali ver das cervejas. [zzzzzznisso]

sábado, 29 de junho de 2013

dia não sei quantos 359: aspectos relacionados com o quotidiano

Olha ali, o sol a dar-se a ares. Bota persiana. Acordar. Arrumar a canto, Chá verde Earl Grey, torradas e biscoitos da Meda, cujos ingredientes sublimam cada degustação, azeite, ovos, leite, farinha e fermento. Pausa. Leitura desgarrada e emissão de gases para a atmosfera. Envio da cena para participar na tal cena (pagam? não, pagas tu, ah, bom). PDF, claro. Leitura. Sopa de legumes, não tarda. Depois procurar o mar. [tentar embarcar no Pequod.]

sexta-feira, 28 de junho de 2013

dia não sei quantos [358]: resumo (era para ser em poema)

Sempre durante a noite. Pequenos papéis apareciam pendurados junto às encruzilhadas dos caminhos, em árvores, pelas cangostas e em alguns interstícios disponíveis entre as casas. Primeiro foi assim. Esses pequenos papéis continham perguntas escritas que as gentes liam com pasmo pela bruma matinal. Depois os papéis multiplicaram-se e as perguntas multiplicaram-se, chegando ao sopé das montanhas brancas como cal, e mesmo junto às curvas elevadas que levavam a outros territórios onde os camiões se projectavam no vazio. Cada vez mais pessoas assomavam à alvorada na demanda dos papéis, cada vez mais perguntas se entalhavam nos seus olhares e depois nos seus rostos e depois em todo o seu corpo até ao dia seguinte. Ninguém se arriscava durante a noite. Aos poucos o vício apoderou-se das suas vidas em forma de perguntas escritas em pequenos papéis pendurados. Foi então que o cão atacou. Era preto, dir-se-ia uma mescla de rottweiler e diabo da tasmânia. Senti perto o seu focinho aguçado como um bico de pássaro. Senti o seu hálito. Recuei debatendo-me. Recordo ainda os gritos das gentes: as respostas? as respostas?...e as respostas?...

Então acordei. 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

dia não sei quantos 357: para os efeitos indevidos

Quer dizer, se eu fizer greve hoje, quer dizer (deixem passar) que vou trabalhar, não? É isso? Ah?...Bom, mas a esta hora se calhar já apenas dá para um horário nocturno, como é que eu não pensei nisso antes. Espera aí que eu já volto com cenas estatísticas e um mini magnum.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

dia não sei quantos 356: desenvolvimento de competências

A escolha da temática não se afigura de todo tarefa fácil. Arriscamos mais um envio de seboso vital com carta de representação, já fostes, não tarda uma panacota com molho de groselha, ainda não está feita?, que pena, temos que seguir em frente. São estas coisas importantíssimas que nos agarram com uma cola fodida aos dias, nem o sol misturado com a humidade as consegue descolar, talvez o bruuum que voltou aos treinos na sua versão obras de regularização de merdas pendentes o consiga, ou isso. Fiz logo um daqueles gestos com o dedo indicador, foi bom, muito bom. Ainda tenho algumas coisas para fazer hoje, tenho, e ainda por cima o caralho das cartas persas do Montesquieu estão ali com o peso dos séculos a fazerem-me olhinhos, tenho uma vida deveras estimulante. Sério. 

terça-feira, 25 de junho de 2013

dia não sei quantos 355: lavrado em acta

Silêncio [deixem sentir]………………………………………………………..

Depois a coisa foi mais ou menos tipo rupinol (rohypnol para os mais atentos) sem cerveja; abre janela, fecha janela, chá verde dos Açores, torrada, rádio Cão, merdas avulso na internet, limpeza parcial da casota (que dia é hoje?) uma sopa knorrrrr instantânea (deixem passar), sandes de presunto com alface e uns indispensáveis cornichons (cornichones para os vizinhos), tudo devidamente colado com maionese e empurrado por cola morta com gelo (sem mamute). Descobri merdas interessantes, por exemplo, telejornais a bombar águas por volta das 14h e muitos, os mesmos teleeeeeeeeeeeeeejornais que haviam começado (juro) às 13h, é algo que nos permite reflectir em tempo real com as agências noticiosas e ainda ir apanhar as canas enquanto decorre um jogo inteirinho de futsal. A ver se chove o biscate técnico, mas acho que me vou a isto:


mas não sei ainda...

segunda-feira, 24 de junho de 2013

dia não sei quantos 354: seca

il est chaud. Ah, se está fechado vimos mais tarde.

[de salientar que iogurte grego que se preze só o natural ou açucarado, por exemplo o de stracciatella não acrescenta  mais do que um milímetro à nossa felicidade que já é curta]

sábado, 22 de junho de 2013

dia não sei quantos 352: utilização de novos ambientes

Nem por isso. Algum ZZ e zz, algum bruum mas pouco, leitura, biscate técnico à foge que te apanho. Futsal. Passeata.  E até que enfim  fai un sol de carallo.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

dia não sei quantos 351: diário de um louco

Juram a pés junto que os cães não falam, tão pouco escrevem, argumentam A priori dos factos, fazendo orelhas moucas. Ora, desde pelo menos o século XIX que se sabe que não é assim. Aksénti Ivánovitch (que um acaso o colocou num conto do Gógol) ouve perfeitamente a cadela Medji a falar com a cadelinha Fidèle assim: «estive…au, au…estive…au,au,au!...muito doente», confessando-se surpreendido por ouvi-la falar em língua humana, mas mais adiante a Medji volta à carga e diz a Fidèle em linguagem humana (Aksénti Ivánovitch não se interroga sobre a razão pela qual dois cães falam em linguagem humana e não canina – talvez pense que é para ele entender eheheh): «escrevi-te; pelos vistos, o Polkan não te entregou a minha carta!». Aksénti Ivánovitch jura pelo seu vencimento que nunca tinha ouvido falar de um cão que soubesse escrever (falar ainda vá – casos idênticos foram identificados na Inglaterra com peixes), para Aksénti Ivánovitch escrever correctamente é coisa de fidalgos, alguns comerciantes e vá lá, alguns escriturários, sendo certo que mesmo alguns servos da gleba garatujam alguma coisa, mas numa escrita mecânica, sem pontos, vírgulas, ou qualquer estilo, tipo os moços agora a escrever SMS ou a responder a questões nos exames de português e outras disciplinas. Fiquei intrigado por ele ter ficado intrigado, bastaria ler o Diário de um Cão em vez de escrever o Diário de um Louco. Eu já volto. 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

dia não sei quantos 350: estar atento

Foi removido. Quer dizer, esse primeiro pensamento matinal. O bruum sentou-se como um velho amigo sem medo do escuro. Ainda não se vê uma peida a saltar da cama, mas consegue-se projectar a sua sombra rumo à casa de banho, chá verde, torradas, além a sentar o seu tédio na área comercial, acolá na mercearia a ler o panfleto por vício, talvez um café, uma conversa rápida, um bocejo. O tempo está menos mal. Nos placares das conversas lê-se que nem parece Junho. O Sporting não contrata ninguém, parece que o Bruma não assina. Ao menos biscatar – escuta-se em jeito de prece. Mas é preciso estar atento. 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

dia não sei quantos 349: novas valências

A manhã teve várias anomalias que não se reproduziram em obra de arte. Às vezes não está ninguém para cantar (deixem passar) as pequenas batalhas de luz que se imprimem nas frinchas, nos interstícios e nas camadas de pó, atrás dos móveis, talvez seja por isso que a simplicidade é cada vez mais uma espécie de latim, letra morta, muito ruído pelas paredes, comezainas de imagens, essas cenas. Antes ainda, de tudo um pouco revivi no escuro, junto a um bruum pequeno, a voz da vizinha a espezinhar os antigos altifalantes dos UHF e dos Who, quem?, a coisa já vai longa, dei uma perninha junto à janela, vi os pasquins online, chá com tudo isto, duche, duas voltas aos livros e pronto. Entretanto, vou ali a um meeting a ver se chove qualquer coisa.  Até. 

terça-feira, 18 de junho de 2013

dia não sei quantos 348: bancarrota [risinhos]

Eis então a programação do evento, verdadeiro ícone na sensaborona luz matinal: alvorada bruum, bruum entremeado de sonhos e sonhos avulso sem brum. O resto da manhã e parte da tarde a ler. Afinal, serenidade algures em bancarrota. Agora vou ali passear-me.  

[ontem ainda respondi a um anúncio ou foram dois?]

segunda-feira, 17 de junho de 2013

dia não sei quantos 347: falência técnica

Também sonhei umas cenas, mas já não me lembro. A primeira pancada da manhã foi boa, esvoacei entre as oito e picos e as nove e picos, a bordoada seguinte seguiu (deixem passar) o trajecto ruído turístico das anteriores, bruuum e mais bruuum, dá-lhe bruum, ao ponto do ódio ser segregado a partir de todos os orifícios do corpo, raiva suada que dava para engrandecer qualquer colecção de sudários, cuja tradição se perde nos tempos. E já estava a subir a ladeira com a serenidade em falência técnica. 

domingo, 16 de junho de 2013

dia não sei quantos 346 e tal: isso

A descer (ou a subir?) a ladeira em direcção a(o) nada, uma chuva miudinha, molha tolos, pensei que era só para mim, uma nuvem personalizada, mas não, viu-se que não. Ou isso. Mas perecia. Ainda parece [risinhos]. 

dia não sei quantos 346: até ver algum zZz e

limpeza da casota com rádio Cão.
[não esquecer o futsal]

sábado, 15 de junho de 2013

dia não sei quantos 345: nem para fazer zzz dá [outra vez]

Vou mas é ver se encontro o caralho do mar.
Também tenho que pensar como vou preparar o bacalhau logo (deixa-o demolhar).

sexta-feira, 14 de junho de 2013

dia não sei quantos 344: nem para fazer zzz dá

Não estou calmo. Não foi difícil começar a fazer zz com letra grande, mas depois a coisa complicou-se já na parte do zz com letra pequena, o zz matinal, o zz do dia-a-dia. Tempos não longínquos mas ainda assim pré-históricos culturalmente, mostravam-nos em ecrãs daqueles curvos, disputas insanas na construção de vivendas, a maior, a mais grande (deixem passar), a mais parecida com um quartel dos bombeiros com telhado germanófilo. Agora, tempos de ecrã plus plano plasma (denominado PPP), mostram-nos garridos na modalidade obras em casa - secção marteladas/brocas e mais elementos que produzam um ruído de trepidação com direito a hematoma cerebral. Num cinema perto de si.  

quinta-feira, 13 de junho de 2013

dia não sei quantos 343: desumanidade oxidada

Não sei o que quer dizer desumanidade oxidada, trata-se apenas do título de um poema apócrifo, e ainda por cima (por baixo também) um poema que nunca chegou a ser escrito (deixem passar), existindo apenas na minha cabeça, mais concretamente no meu cérebro (deixem passar) que como todos sabem é um supersistema de sistemas. Ora, esse poema não escrito está localizado (acho) no lobo frontal, melhor dizendo na zona pré-frontal do córtex, a páginas tantas a área do pensamento, resolução de cenas e concepção de planos para o futuro, sendo claro como os olhos daquela moça italiana, a Ornella Muti, que o caralho da memória também entra na jogatina. O que interessa aqui é que o poema não escrito intitulado desumanidade oxidada, está paredes meias (paredes meias com um grande rombo) com os planos e projectos para o futuro(?), o que obriga a raciocínios tremendamente custosos sobre o sujeito cuja pena redige estas linhas. Vivo, aparentemente, num mundo de projecções ilusórias e ilusórias projecções cuja redundância ilumina todo um parque temático. Um verdadeiro metatexto da realidade, de desenlace imprevisível, mas certamente temática de estudo alcovaótelevisivo (estudem). Posto isto, recordo um livro da estante antiga denominado O rato de aço inoxidável do qualquer coisa Harry Harrison, mas não me apetece lavrar uma resenha sobre o assunto.  



A moça italiana, por alturas do filme "La moglie più bella".






capa de "o rato de aço inoxidável", igual à que consta da estante antiga.

[este blogue é moderno e também tem imagens]

quarta-feira, 12 de junho de 2013

dia não sei quantos 342: a cena efémera

Olha diário, quando pensas que dominas esta merda um gajo, pode ser um cão, vira a página, e depois? Para não terminar já aqui a passagem de lagarta a diário borboleta, vou ter que repensar os projectos, acordei a pensar nisso, oito da matina e já com a cornadura a acolher um jogo de flippers com pensamentos e mais merdas que resultavam de variadíssimas pancadas. Nada disto recomenda a menor calma, mas não te esqueças diário que uma borboleta pode até ser bela mas a coisa não dura muito tempo, eu diria até que não dura um caralho. Já se vê.  

terça-feira, 11 de junho de 2013

dia não sei quantos 341: as fronteiras do vazio


Deixa cá ver, o não habitual torna-se habitual, e o habitual continua habitual. É mais ou menos isso, isso e começares a fazer parágrafos mais curtos. Curtos ou pequenos? Deixa passar. Não sei se haverá para aí uma pós-graduação qualquer, daquelas a sério, em Exploração de abismos (deixa passar Enrique)?, acho que tinha queda [risinhos] para a coisa. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

dia não sei quantos 340: nem com 75% de cacau

Não sei porquê hoje parece-me do(r)mingo, mas sem os sobejos da jantarada de sábado.  Sendo domingo outra vez (para o Calders eram as terças que se repetiam), não tenho que recuperar os projectos adiados de sexta-feira, mais lento do que isto só mesmo dormind[g]o. Entretanto, lá respondi a dois anúncios (um terceiro veio logo para trás de requitó) com carta de representação e seboso vital, não tarda estou a vender as bandas desenhadas e a colecção de revistas (gosto de lhe chamar assim) na feira de velharias antigas (deixem passar) e antigas velharias (deixem passar). 

domingo, 9 de junho de 2013

dia não sei quantos 339: recurso a imagens incluído


Psiuu, olha ali o Cão na casota. Vamos aproximar-nos para ver o que tanto escreve ele. Cuidado, devagar que o bicho tem ouvidos de tísico e um faro fodido que nunca o leva a lado algum de jeito, vamos a favor do vento. Isso, isso, espreita agora:
Psiuu, olha ali o Cão na casota. Vamos aproximar-nos para ver o que tanto escreve ele. Cuidado, devagar que o bicho tem ouvidos de tísico e um faro fodido que nunca o leva a lado algum de jeito, vamos a favor do vento. Isso, isso, espreita agora: fodido como sempre, limpeza da casota.

sábado, 8 de junho de 2013

dia não sei quantos 338: fala-me um bocadinho sobre isso

Vai chovendo. De manhã li umas merdas. Continuou chovendo miudinho. Ainda não foi desta que arranjei a colher de pau pequenina. Que horas são, que já parece noite? Vou ali, vou acolá? Não sei. Está-se mesmo a ver que não sabes. Também me falta pensar na receita para a vitelinha de mais logo. É tudo com diminutivos. Faz-se tardinha. É preciso calma, o sangue ainda não chegou ao rio.   

sexta-feira, 7 de junho de 2013

dia não sei quantos 337: avaria

Eu já volto.

(Post-it: também preciso de werther's original em tubo e cerveja; ver dos livros; marcar o ponto; adiar cenas)

quinta-feira, 6 de junho de 2013

dia não sei quantos 336: faltar aos treinos

Para os meus dias, faça-me um orçamento para os meus dias, quanto valem?, quanto valerão estes dias? Olhe por exemplo hoje, sobe a ladeira desce a ladeira, nem sempre com hora marcada, e eu a vê-los passar, não há lugar na carripana, deixa estar, entretanto a unidade de cuidados de saúde maior que o campo de batatas com hortaliças do Paços de Ferreira lá vai acenando com a sua presença avassaladora, num cá vos esperamos cheio de boas intenções, anda o mundo cheio. Continuas a descer, páginas tantas estás na casota, entras sais, duchas, mas que merda é esta?, toca o telefone, venha de fato, de facto vais, não sabes, setenta cães a um osso roído, aqueces a sopa, vai embrulhada numa tosta à brasileira (depois conto), mau mau maria, tomas café, quase adormeces depois de ligares a TV, dois minutos bastam, olhas a janela, não tendo ido ao caralho dos treinos, rosnas, entalado nos escombros de uma imagem televisiva, mas com a TV desligada. Faça-me um orçamento, quanto vale esta merda?

quarta-feira, 5 de junho de 2013

dia não sei quantos 335: mais nada


O primeiro que apareça, desde que saiba divertir, tem o direito de falar de si próprio, escreveu Baudelaire.

[hoje não é um bom dia para divertir]

terça-feira, 4 de junho de 2013

dia não sei quantos 334: andamento

Entretanto nasceu o sol e não dei conta. Horas depois deste acontecimento fui-me (deixem passar) a uma passeata de duzentos quilómetros a penantes em hora e meia. Suei como um burro – dizem os nossos conterrâneos, sem se preocuparem em saber se os burros realmente suam. Posto isto, aqui ficam os pensamentos da passeata de duzentos quilómetros a penantes em hora e meia, mais ou menos:
Na primeira parte pensei na questão técnico/táctica envolta em secretismos garroteados pela inteligência, a denominada dança de treinadores, os tabus merdosos que alimentam os pasquins. Rapidamente engendrei uma ponte de barcas para a presidência do Sporting, todas as notícias são manifestamente exageradas, mais cabazes de fruta podre, uma nova esperanto, assim seja.  
Depois pensei no lançamento do novo livro de poemas (ou de poesia?) de HH. O lançamento foi para fora do estádio. É vê-los a passar, os apanhadores, com um exemplar do espécime raro. Não tarda, vão no cacilheiro da Joana mais o palhaço ao circo (com o espécime raro debaixo do braço).

Também pensei em formas de andar à porrada com o tempo. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

dia não sei quantos 333: também fui ver do jornal


Só um segundo, já está, acabei de lerpar um iogurte daqueles naturais – quando o Cão era puto os iogurtes eram todos naturais, não? – ainda por cima cremoso, dizem que a marca é branca mas veio num paque  (deixem passar) de uma mercearia com o mesmo nome da marca que é branca. Não fiquei assim muito confuso, a manhã vai longa, estendida numa toalha cujo padrão consagra um emaranhado de cenas previsíveis e viáveis dentro dessa previsibilidade, uma manhã de segunda-feira que se apresenta como não inóspita, solarenga, com um ligeiro clímax antes do lerpanço do iogurte daqueles naturais – quando o Cão era puto os iogurtes eram todos naturais…conseguem ver o resto do filme, não?

domingo, 2 de junho de 2013

dia não sei quantos 332 e tal: SOS e tal


[respostas a 3 anúncios de (des)emprego com carta de representação e respectivo seboso vitalício incorporado, todos diferentes, todos iguais: arrisque para ver se petisca]
 Sobretudo, fantasie...

dia não sei quantos 332: SOS

[limpeza da casota: e o sol lá fora]
...até

sexta-feira, 31 de maio de 2013

dia não sei quantos 330: a chegada a tudo isto


Não foi fácil. Nunca é fácil chegar a tudo isto, já que o tudo isto com o seu semblante poético encapota uma caminhada compactada em pequenos fragmentos, algures entre o tamanho de um alfinete e de um elefante, e é precisamente nesse matizado de possibilidades (visto de fora até parece um tecido em terylene) que se desenrolam os nossos dias que desembocam em tudo isto. Na verdade, a caminhada compactada em pequenos fragmentos, algures entre o tamanho de um alfinete e de um elefante que configura o tal matizado de possibilidades não se assemelha a um tecido de terylene (estupidez, apenas queria meter a palavra terylene a todo o custo), não, a assemelha-se a um padrão, o tal pied de poule, ou de coq (mas há diferenças):


Por outro lado constato que este ano nunca mais largo as minhas adoradas calças de bombazine, não preciso de um meteorologista para me dar achegas sobre o tempo.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

dia não sei quantos 329: o que é que há para hoje?

Que dia é hoje? Ah, quinta-feira, véspera de sexta o tal dia de adiarmos as merdas lá para segunda, bom, hoje temos chá verde com torradas seguido de embrutecimento matinal, a páginas tantas um lampejo de luz, passeata, horas mortas, a merda do gás, reposteiros de época, o Cesário a tiracolo de um pensamento, um poema de memória. A coisa vai. O que é que há para hoje? Temos uma sopa cuja riqueza e frescura se alimenta da transição única do atlântico com o mediterrâneo (ver Orlando Ribeiro), acompanhada de uma sandocha remoçada de paladares intrépidos que pede meças a qualquer olimpo gastronómico. A coisa vai, já estou mais descansado (a fita da parte da tarde será anunciada em tempo oportuno). Vou-me à passeata para ganhar apetite [risinhos]. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

dia não sei quantos 328: a questão é a seguinte

Temos aí alguma coisa marcada para quarta? Qual quarta? Quarta 29. De Junho? Sim, de Junho caralho, hoje, o que haveria de ser? Calma, não é preciso ofender…bom, quarta…29 de Junho…não, não há nada marcado. Temos alguma resposta às missivas? Deixe ver…huuum…não, nada, nem às missivas recentes nem às mais antigas. Rien de respostas. Tem de ser mais empreendedor [um barulho estranho interrompeu este diálogo por momentos, um som mais ou menos assim ]. Ou isso. Agora vou fazer perguntas àquele senhor para ele perguntar à senhora.

terça-feira, 28 de maio de 2013

dia não sei quantos 327: rapinagem de angústia(s)


O processo de recolha de dúvidas sobre o presente futuro está a dar cartas desde a planície alentejana (começa na serra algarvia) até ao último refugio da água em caso de seca, vulgo Gerês (e além), confesso que não tenho acompanhado o processo de recolha de dúvidas sobre o presente futuro talvez com a atenção devida, derivado a ter que debruçar-me a observar os meus botões e os meus bolsos, num processo de recolha sem dúvidas (leia-se ilusões) sobre o (meu) presente futuro. A coisa poderá ser analisada sob o ponto de vista poético melancólico, sob o ponto de vista filosófico ou até sociológico; a coisa poderá ser observada sob um ponto de vista fodido, mal situado, até mesmo desligado desse vício da honra que nos torna Cães para o que der e vier, mas mesmo aí, no púlpito ramificado de letargias para dar e vender, mesmo aí, vislumbra-se uma frincha indefinida de ar respirável, lá longe, um caralho de um ar que nos apetece abraçar e guardar em frasquinhos com rótulos bonitos e depois mandar fazer cartões-de-visita inalados (deixem passar) com esse ar dizendo: Gerónimo Cão – um animal com aspirações. Aspire com ele.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

dia não sei quantos 326: o caso das segundas-feiras inóspitas

Era uma vez o último livro da trilogia das segundas-feiras inóspitas, cujo autor, uma unidade anatómica completamente desconhecida do Cão, pretende impor a validade das segundas-feiras inóspitas, contrariando dessa forma o adiamento dos projectos das sextas para as segundas-feiras (seguintes). Ora, como sabemos, esses adiamentos são devidamente sancionados pela Associação nacional de projectos adiados de sexta para segunda-feira que, como também sabemos, disponibiliza as ferramentas necessárias para procedermos a uma bom protelação de projectos e afins, de sexta para a segunda-feira seguinte sem qualquer influência no estado psíquico/físico do fim-de-semana. A Associação nacional de projectos adiados de sexta para segunda-feira – sabemos de fonte segura – tem em preparação um aprofundado estudo monográfico (deixem passar) sobre a importância do adiamento, leia-se passagem, de projectos de sexta para segunda-feira, não podendo a segunda-feira respectiva assumir-se como um local/espaço/situação inóspito(s), sob pena de termos de adiar os projectos para outro dia qualquer (terças, quartas?) o que implicará, obviamente, a constituição jurídica de mais uma associação de defesa dos projectos adiados. E como sabemos não há graveto para associações, fundações ou arredores equiparados. Sejam responsáveis!

domingo, 26 de maio de 2013

dia não sei quantos 325: está tudoz...z


zzzzzzZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzznáuseazzzzzzzzzzzzzlimpezadacasotazzzzzz. Vou sabotar esta merda. Mas está tudo, está tudo: zzzz.

sábado, 25 de maio de 2013

dia não sei quantos 324: ponto de interrogação

Pelo lado onde não existem saídas? Acho que foi o Bolaño que o escreveu mas sem o ponto de interrogação, já não sei bem, mas fica com o ponto de interrogação. Também ia escrever, teclar, que fodido dos cornos também se lê não estou calmo, mas fica assim.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

dia não sei quantos 323: Well I wonder

Posto isto, mais se informa que até onde alcança a vista nada de novo: alguns sonhos aos trambolhões, alguns projectos consoante o vento, deu-lhe hoje para a nortada, amanhã, quer dizer, lá para segunda poderá ser do oeste, nunca se sabe. Ficamos à vossa disponibilidade para qualquer informação adicional.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

dia não sei quanto 322: telegrama


Não me deu logo para fazer alguma coisa. Depois fui correr. Por aqui vamos indo. Vamos vendo. Logo que é agora vou escrever isto. Fica feito. Tem que ser. O resto da tarde já se sabe: ler, flanar, pensamentos a andar de mota, remoer o biscate técnico adiado, comer uma maçã, adiar projectos, enlouquecer devagarinho, não tarda lerpar uma cerveja. Rapinar alguns sonhos. Ponto.   

quarta-feira, 22 de maio de 2013

dia não sei quantos 321: a breve coisa


Acordei cedo e amodorrei. Mas por pouco tempo. Subi a ladeira até à unidade de cuidados de saúde maior que o campo de batatas com hortaliças do Paços de Ferreira (local onde supostamente se acolhe a prática do futebol), isto acompanhado de pensamentos cujo conteúdo daria para a edição de umas obras completas do Cão sem este ter escrito uma única linha. Deve ser a linha de pensamento – terei pensado (deixem passar), mas já estava envolvido num combate de morte com as todas as frinchas conspirativas que envolvem os vários universos (ver Fringe), quando tal, já descia num veículo motorizado com o sol a esquadrinhar as suas entranhas luminosas, talvez para nos lembrar que está velho mas dá para mais uns anos. Nada contra – pensei, já sentado na esplanada. Aqui também, ou melhor, como diz o Borges: Aqui também. Aqui como no outro / Confim do continente, o infinito / Campo onde morre solitário o grito. E lá mais para a frente: Aqui também essa desconhecida / E ansiosa e breve coisa que é a vida. E o melhor veio depois. 

terça-feira, 21 de maio de 2013

dia não sei quantos 320: como um cão sem osso


É só um segundo que vou escrever uma carta de representação, actualizar o CV com os cavaleiros na tempestade, deixem os putos brincar, vou imprimir as cenas, arranjar um envelope jeitoso, eu já venho, não tarda nada…pronto já está, quinze minutos de preenchimento do dia. Não tarda lá vai o Cão ao correio investir em mais uma carta registada sem aviso de recepção, vai sem aviso de recepção, vai com disponibilidade para viajar, vai com formação e experiência compatíveis, vai com boa capacidade para ter capacidades boas sem que isso tenha qualquer relevância, vai disposto a integrar-se numa equipa jovem de acordo com as capacidades demonstradas na remuneração em constante desenvolvimento profissional. Vai para o caralho. A rádio hoje toca para o Manzarek.