quarta-feira, 30 de outubro de 2013

dia não sei quantos a perder de vista: a cousa pública


Também tenho sonhos, mas mais merdas dessas que acontecem durante a noite, dooooooormiiiiiiiir, coisa boa, nem sempre, quase sempre. De resto, outras vozes polvilham aquela cena dos dias, vozeirões, alto som, a banda sonora a dar para o torto. Às vezes faço stop, leio as entrelinhas, entretantos que vão dar não sei bem onde. Dou de frosques com a ladeira, sorrisos, sorrisos a entremear com os passos, nem sempre. Também é isso. 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

dia não sei quantos muitos: a coisa vai

Não é fácil o contacto. Um ei nem sempre se afigura como manobra suficiente. De manhã as coisas não fluem, vão fluindo (deixem lá passar), são cenas passageiras que se assemelham às folhas das árvores que vão calçando os caminhos, uma chatice proporcional a outras quedas. Um desalinho nunca vem só, cada pancada aspira ao seu galho através de uma quantidade de variáveis mais ou menos fodidas. Já dá para almoçar? Não se sabe. Vamos agora ver da coisa: um antigo convento anexado a uma vacaria, um mosteiro?, não temos assim tanto tempo. A coisa vai. É mais isso.  

domingo, 27 de outubro de 2013

dia não sei quantos e tal domingo: atempadamente


Depois nasceu o sol. Mas ninguém viu. Não porque não estavam atentos, mas simplesmente porque dormiam. O sol nasceu à mesma, assim só para chatear. Passadas algumas horas, não muiiiiitas, mas algumas, acordou o Je... o Moi, e então?, são tipo onze e picos mas na realidade são mesmo umas dez e picos. O Moi terá recordado que noutros tempos era fácil tentar que alguém tivesse em consideração que a respectiva chegada a casa não tinha ocorrido às sete da matina, mas apenas às seis da matina. Terá igualmente recordado que pouco importava. Nesse tempo ficava sempre alguém atento ao nascer do sol.  

[Entretanto o Moi continua a limpeza da casota]

sábado, 26 de outubro de 2013

dia não sei quantos já faço as contas sábado: a realidade confortável da

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depois o mar, um hambúrguer (ia escrever) ranhoso, sol, na verdade, um bastião de luz a dar com a caminhada; uma escadaria, uns exercícios de matemática, ainda o mar à frente, um pouco de Vila-Matas: a questão da narratividade Hire ou um discurso potencialmente Finnegans. E é tudo. Até aparecer o Fatodetreininhos conjugado com um travão.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

dia não sei quantos eu já faço as contas [juro!] quarta: actualização

E tal dei a corda aos sapatos. As ruas todas em uníssono (deixem passar) a rumorejar lembranças, não se sabe bem de quê, mas creio que foi quase isso. E depois a coima dos olhares (apeteceu-me) na paragem obrigatória. Duas ou três apitadelas, está tudo?, até ver informação é poder. Quase nada na esquina seguinte. Releva uma imagem com música e tudo: o mundo fechado dentro de um veículo, uma maçã, um bolito daqueles condensados em esperanças modernas, a chuva a dar para o oblíquo, memórias à prova de água. Quase isso.    

terça-feira, 22 de outubro de 2013

dia não sei quantos já faço as contas terça: um produto nacional

Secar os ossos, menos mal. De manhã estivemos a reposicionar as linhas mas ninguém notou. Caso se deu que, o inimigo, a expensas de muita rebaldaria, lá se entremeou com os torrões caídos nas bermas da estrada, muita água, poças, uma noite que se prolongou até não lograr mais nenhuma posição. Vamos a isso, disse de mim para moi. E fui-me, quase todo, às vezes ainda a juntar os pedaços, aqui por ali, ali por acolá, já se vê. Não foi tudo. Mas sem resultados de monta. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

dia não sei quantos eu já faço as contas segunda: subindo ao tablado

Faina, diz que sim, chuva, alguma acidez. Tudo no trato. Ali ao lado, recordo, um livro, toca a abrir. Feito. Mais faina a dar com os pés. Na rádio, gravações anunciam a repetição (deixem passar) das horas: sintomático (gosto desta). Também se aprende a viver, dizem. Coisa menos coisa, o recuo da luz substitui a rádio. Debalde. Cheio.  

sábado, 19 de outubro de 2013

dia não sei quantos eu já faço as contas da nova era: dá-se o caso

Ora bem. Cof…cof, cof [tosse – para quem não está familiarizado com estas mardas], vamos lá a ver. Chuva, logo pela manhã. Meia janela à solta de luz. Dois jornais antigos (o ontem e o anteontem agora são cenas bué antigas, é a socialite do espectáculo – o melhor é lerem o Debord), um ecrã manhoso com uma maçã desenhada, um livro em cuja capa se podia ler Bioy, compunham o ramalhete junto ao corpo deitado na cama. Três almofadas ajustavam o centro de gravidade desse corpo em cujo cérebro de materializavam pensamentos matreiros sobre tarefas ligadas a cenas de faina, uma verdadeira compilação de idiotices, para ser mais ou menos exacto. A primeira tentativa para voltar a adormecer saíra gorada. As outras duas levou-as o ressonar da vizinha. Ora bem, cof…cof, entretanto ao corpo cansado amantizado com uma cabeça cansada juntaram-se-lhe uns olhos (ia jurar que não pertenciam a esse corpo) cansados como a porra e ainda não seriam onze e picos. O passo seguinte terá sido dado já na rua. Mas não sabemos. 

domingo, 13 de outubro de 2013

dia não sei quantos domingo com chuva da nova era: cuidado com a entrevadinha dos canaviais

Para começar não há nada mais relevante do que. Depois isso. Quase nada terá mudado, ouço da voz atrás de mim, uma voz cuja soturnidade intercede pelas nossas penas, um desejo absurdo e cesariano de sofrer, pois toda a gente sabe, mas apenas o Casares o escreveu que : uma grande tristeza dá liberdade.  Posto isto, aqui vai o caralho da lista:

- Arranjar tempo para ler como o caralho;
- Não esquecer que a leitura não salva mas amortece;
- Deitar para trás das costas a merda que já não cabe à frente;
- Não pensar demasiado no ponto anterior;
- Não dar de barato a destruição de células cerebrais;
 -Descansar sempre;
- Tratar de encontrar uma outra forma válida de arranjar graveto que se veja;
 - Aguentar na medida do possível a forma (in)válida actual de arranjar graveto (sendo que este graveto é microscópico), enquanto a forma válida do ponto anterior não se verifique;
- Levantar a crista e endireitar os costados, caso contrário nada dos dois pontos anteriores contribuí um pentelho para e tal…
- continuar  apensar nisto

domingo, 6 de outubro de 2013

dia não sei quantos domingo: sand de molho Amandine

Já percebemos a cena dos olhos para o Flaubert, pudera, para encarar a moça Sand, a moça George Sand, tinha que dar reviravoltas no marcador, cruzar, proceder com o estrabismo necessário, ou então recorrer à velha doutrina do saco na cabeça para te ver melhor. Fiquem então com a moça Sand, com nome de moço, não para ser aceite no meio literário ou isso, não, mas porque sim [risinhos]. Não é Amandine?


[o melhor é ler as postas anteriores para se inteirar das receitas]

sábado, 5 de outubro de 2013

dia não sei quantos sábado doze e picos: uma sande, por favor

Estava agora a pensar nisso, a forma, o caralho da maneira como eu vejo as coisas é fodida, a forma e a maneira como eu cheiro as cenas é fodida, mas como um dia escreveu o Flaubert à Sand: não posso mudar os olhos. E o nariz, Flaubert, o nariz também não.

[eu já volto com a Sand] 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

dia não sei quantos sexta e tudo [a remediar]: olha ali


É fácil, não se diz que é fácil mas lá está, lá está, o controlo remoto, longe, o controlo remoto é uma cena longínqua, está perto e permite a distância, diz que sim, mas vamos lá ver, nem sequer era isto. Recomeço: é fácil, mas não se sabe, a coisa é sexta, sexta-feira, dia de remediar os remotos e adiar ainda assim as proximidades, nem sempre resulta, mas… um poderoso aliado associado a cubos de gelo reconforta a mente corporal (deixem lá passar), nem que seja. Ora, nas séries americanas e coiso, o balcão do bar é uma planície luminosa de placentas desvairadas a go go, também se poderá imaginar outra coisa, mas vai dar ao mesmo. Tem um sinal e tudo.