Sempre durante a noite. Pequenos papéis apareciam pendurados
junto às encruzilhadas dos caminhos, em árvores, pelas cangostas e em alguns
interstícios disponíveis entre as casas. Primeiro foi assim. Esses pequenos
papéis continham perguntas escritas que as gentes liam com pasmo pela bruma
matinal. Depois os papéis multiplicaram-se e as perguntas multiplicaram-se,
chegando ao sopé das montanhas brancas como cal, e mesmo junto às curvas
elevadas que levavam a outros territórios onde os camiões se projectavam no
vazio. Cada vez mais pessoas assomavam à alvorada na demanda dos papéis, cada
vez mais perguntas se entalhavam nos seus olhares e depois nos seus rostos e
depois em todo o seu corpo até ao dia seguinte. Ninguém se arriscava durante a
noite. Aos poucos o vício apoderou-se das suas vidas em forma de perguntas
escritas em pequenos papéis pendurados. Foi então que o cão atacou. Era preto,
dir-se-ia uma mescla de rottweiler e diabo da tasmânia. Senti perto o seu
focinho aguçado como um bico de pássaro. Senti o seu hálito. Recuei
debatendo-me. Recordo ainda os gritos das gentes: as respostas? as respostas?...e as respostas?...
Então acordei.
genial: continua a sonhar, depois é só escrever...
ResponderEliminarDdC
:)
Eliminardream on:)
É uma autêntica Ode :)))
ResponderEliminardescreve o vicio que adquiri ao vir aqui na busca de mais e mais beleza :)))
um excelente fim de semana :)
:)
Eliminaro vício nunca se recomenda:)
mas...
um bom fim de isso:)
http://www.youtube.com/watch?v=0wgIIsXz-Vk