terça-feira, 26 de abril de 2016

actualização

a vida frenética continua por estes lados, sem refreio, nem cansaço. Dormir cerca de nove horas e meia. Levantar e adiar o duche para a parte da tarde. Beber chá preto acompanhado de cacete galego de ontem torrado. Manteiga e um simulador de morangos barraram esse pão. Previamente, uma dose de furoato de fluticasona para dar o mote. Após o previamente e o pequeno-almoço, uma dose de budesonida/fumarato de formoterol di-hidratado. A coisa começava bem. Seguiu-se-lhe caminhada e estudo, da hermenêutica exegética filológica, a uma outra, de caracter ainda formal, mas eivada de boas intenções histórico-culturais. Caminhada de volta a tudo isto. Almoço: sopa de couve e sandes de atum (previamente empastado em cornichons, cebola e maionese), com alface e tomate. Bebeu-se o resto do chá preto do pequeno-almoço, frio.  Uma vista de olhos ao jornal Público terá aproximado este corpo de uma realidade ainda mais esotérica e acrítica do que lhe seria possível imaginar. Um café e a lavagem da loiça assumiram então verdadeiros contornos de loucura natural. Agora, talvez vá dar uma arrumadela nos livros da estantina. Uma estafa…

sábado, 23 de abril de 2016

notícia de última hora:

o mundo tornou-se triste porque um fantoche foi, em tempos, melancólico (...), escreveu um dia Oscar Wilde a caminho de uma bola de ferro a tiracolo....

quinta-feira, 21 de abril de 2016

you can do it


[o recurso a imagens desta natureza, cuja irresponsabilidade é, desde logo, assumida pelo dinamizador deste blogue, apenas demonstra o caminho do oportunismo gráfico mais andrajoso, credor de uma inquinada e superficial inteligência, cujo défice criativo, para não dizer criador, nos revela, doutamente, o nível subterrâneo onde se encontra a chafurdar o seu autor.]

segunda-feira, 18 de abril de 2016

podes crer

e eu creio, quer dizer, acredito em coisas, cenas, merdas esquisitas, o Sporting ser campeão, acabar o meu romance imaginário, os meus contos imaginários ao lado de merdas a tresandar a marketing gastronómico na vitrine, acredito, a sério, nos meus estudos, nos passos perdidos que apenas se escutam no silêncio das catedrais, não em todas, apenas em algumas, acredito nas gaivotas desvairadas, loucas, passeando e deixando-se ficar a 40 km do mar, isto não vai bem assim com gaivotas em terra tão longe do mar, acredito que arranjarei um trabalho digno, um trabalho que apeteça abraçar e embalar, ou então, acredito que um dias destes vou jogar no Placard, acredito que me vai sair uma boa maquia e não saberei bem o que fazer com ela, logo frutificará outra ideia, depois outra, algum dia hei-de saber fazer parágrafo…a sério…

terça-feira, 12 de abril de 2016

não dou pelo corpo a passar...

Lembro-me bem: por onde eu passo não se nota qualquer passagem, assim a olho nu, vou passando como quem passa, ou não passando como quem não passa, honro cada passagem com uma vénia, e cada não passagem com uma vénia, faz-se um (outro?) corpo destas vénias a preceito, mesmo com o corpo levantado, hirto, formando uma falange que congemina o passo seguinte. Respondo a perguntas como quem vai ao médico subindo a uma árvore. Pensando bem, é tudo carne um pouco mais pesada, sem ser penugem ou cortiça; para nas tendas ser levada ou para usar em qualquer liça, como diria, François Villon. O François sabia destas coisas.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

observando as regras de interpretação

lá fui respondendo às questões que me eram colocadas, questões pertinentes, sorrateiras, temáticas, idiossincráticas, questões cuja leveza transportava água no bico suficiente para inundar ali a zona dos bares em Coimbra; questões que apesar de tudo não se limitavam a questionar, antes a tentar antever, pressagiar, construir cenários, levantar lebres.

Terminei educadamente à boa maneira de shveik: declaro com obediência, senhor, que a minha língua não pode sair mais do que isto.

terça-feira, 5 de abril de 2016

diz-me com quem andas e com quem te sentas no meio do caminho...

fotografia tirada à má fila e depois enviada para o Cão por alguém que, sob a capa do anonimato, aprecia enviar mensagens despojadas de qualquer nexo ou mesmo de qualquer elevação...estaremos atentos às manobras de bastidores e também às outras, as tais...

domingo, 3 de abril de 2016

festa da espuma dos dias

Este fim-de-semana, ao contrário do anterior, tem sido dedicado à projecção de acendalhas ensopadas em gasolina para o interior de alguns circuitos nervosos sobreviventes aos últimos dias, trabalho cuja loucura poderá ser avaliada pela visualização (embora parcial) de um filme (vamos chamar-lhe assim) chamado de “predadores”. Se no passado fim-de-semana embebi-me em cerveja e outros líquidos paliativos, ficando submerso, ou melhor encaixado na parte profunda da piscina, este fim-de-semana, pelo contrário, ainda tenho pé, encontrando-me na parte da pisciana utilizada pelas crianças e por alguns suicidas em tratamento. Agora mesmo, por exemplo, dedico-me à limpeza da casota e depois lá irei despejar algum dinheiro na mercearia das nossas dores. Tem que ser.