terça-feira, 30 de junho de 2015

dia nãos sei quantos à terça: el perro

Um dia escreveu assim William Carlos Williams (mais conhecido por WCw): Que a víbora espere sob/ as ervas daninhas / e a escrita / se faça de palavras, lentas e rápidas/ prontas ao ataque, aguardando pacientemente,/  em vigília. Enquanto a víbora espera sob as ervas daninhas, ou isso, vou ali ver da preparação do bacalhau no forno com tomate.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

dia não sei quantos à quinta: a assinar isto

mais à frente e tal o Thomas continua assim: a mão soberana chega até um ombro descaído e as articulações dos dedos ficaram imobilizadas pelo gesso; uma pena de ganso serviu para pôr fim à morte que pôs fim às palavras, isto, obviamente, em verso (por esta pata dinamitado), cujos caracteres se expõem numa edição bilingue da assírio daquelas merdosas que descolavam ao mesmo tempo que levantavam voo as poucas notas que tínhamos para pagar a aventura. E agora ferrar o galho na net, ler umas merdas, antecipar uma data de acontecimentos, pensar na almoçarada, que festim, escrever no e-mail: olha vê lá se estudas para ter(es) uma vida boa [risinhos], por fim, ir ver a demolição a frio da sociedade do espectáculo..

Dylan Thomas em flagrante delitro (deixa passar Fernando), com a tal mão soberana que (também) assina o tal papel

quarta-feira, 24 de junho de 2015

dia não sei quantos quarta mas aprece domingo: agora imaginem uma pata...

Um dia escreveu assim Dylan Thomas : a mão ao assinar este papel arrasou uma cidade; / cinco dedos soberanos lançaram a sua taxa sobre a respiração; / duplicaram o globo dos mortos e reduziram a metade um país (...) eu já volto com a revolta provocada pela qualidade dos livrinhos da Assírio& Alvim, aquelas edições bilingue dos idos noventas, umas merdas brochadas e que descolavam à primeira abertura, ou manuseamento, como de diz na apresentação de livros, por exemplo, na fnaque (acho que). Eu já volto.

sábado, 20 de junho de 2015

dia não sei quantos ao sábado: a fuga às sardinhas

de meter medo ao susto a dar com os jeans e o polo bege (ou cinza esbranquiçado?) com debruados (deixem passar) de vermelho (como é possível?)...

 Samuel aponta para a saída...

quinta-feira, 18 de junho de 2015

dia não sei quantos à quinta: isso ou?

A coisa não foi bem assim, ou melhor, terá sido, entretanto, afiguram-se dois dias inteiros de desperdícios de solas mentais, isso ou outra coisa qualquer. Terá começado com a caminhada (trabalho - casota) em silencioso solilóquio de ontem à noite, ou talvez antes, materializada em pequenas manifestações pueris projetando estados de espíritos vindouros, isso ou outra coisa qualquer. Justiça seja feita a essas unidades celulares neuronais que nos despejam projeções, festins, viagens e outras deslocações sem sair da penumbra, justiça à esperança que recusa terminantemente o uso de pulseira eletrónica iludindo-se de liberdades rapinadas ao momento, isso ou outra coisa qualquer. Vivemos a cavalo de acontecimentos que nos descarregam em aplicações vulgares, apenas atenuados por esse sucedâneo da indiferença crónica que dá pelo nome de modernidade, isso ou outra coisa qualquer. Acabei por sair de casa depois do chá com pão fresco, arrumei o corpo ao sol, que bom que sua isto, um café faz favor, os livros no balcão, a prenda a tiracolo para a progenitora, um gafarrão da (deixem passar) água três latas de cerveja um compal de pêssego de litro a garrafa de vinho, uma sopa tardia, tudo igual ao litro, isso ou outra coisa qualquer. Depois fui ler umas merdas.

sábado, 13 de junho de 2015

dia não sei quantos ao sábado: eu acho que essa caixa tem várias valências

Várias quê? Mas isso foi depois, quer dizer, agora... a manhã havia sido batida a chuva, dizem [risinhos], a mim parecia-me um duche longínquo do terceiro ou quarto esquerdos, os do quinto duvido que se banhem, alvorada em voz alta: meio-dia, meio quê?, falácia, faltavam uns bons doze minutos para o dito estar a meio, não vacilei, esfreguei as remelas no chá verde e na torrada e fui dar caça aos últimos instantes da manhã no meio de cebolas, batatas, couve galega, curgetes, alfaces, bananas, com um segundo round na demanda de bolachas e da nova lata da super tipo red bull, isto já no mini. Tudo mini, tudo em pequeno e o dia ainda vai no adro.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

dia não sei quantos à quinta: onde o homem não vai

Num dia qualquer de nevoeiro intenso, William Blake (que tinha as suas visões) escreveu assim: se outros não foram tontos, nós o teríamos sido. Muitos anos depois "Nobody" acredita ver no contabilista William Blake, em demanda pelo Oeste, o poeta e pintor Inglês. Esta visão (do Nobody) entranha numa sequência de visões iniciadas sabe-se lá bem quando e que muito contribuíram para o tal: nós o teríamos sido. Isto depois de uma salada de atum miserável e de meia sopa.

Nobody (à direita) e William Blake (esquerda lá atrás)

terça-feira, 9 de junho de 2015

dia não sei quantos à terça (noite): és capaz

pesam os braços, o corpo todo em coro a etiquetar o suadouro, vai não vai, lavar os dentes que se faz tarde, arranjar um planeamento para o nada ali junto ao baismo, perdão, ao abismo, não cair, recordar a ponte aérea passadiço de corridas, já está, ver do cinzeiro a alma lá toda, respirar, arrumar a canto a projeção do dia seguinte, mais daqui a bocado, fumar um cigarro sentir as veias em flor, ler aqulea, perdão aqulea, perdão, aquela cena, agendar uma nova travessia  junto à sombra do esquecimento, lindo, nem sisso, perdão, nem isso...és cpaz, perdão, és capaz...zzzzzzzzzzzzz

domingo, 7 de junho de 2015

dia não sei quantos ao domingo: prólogo à tal cena

É forçoso, disse-o um dia Boris Vian (não confundir com o tal gato que andou por aqui 8 anos), abstermo-nos de deduzir regras de conduta: para serem seguidas não devem ter necessidade de ser formuladas. Agora vou ali temperar os robalos de aviário.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

dia não sei quantos à segunda: o cabo da enchada (não confundir com encinho)

Duchar por volta das 14h [risinhos], depois de mandar abaixo uma sopinha de agrião, acompanhada daquele pão do mini a imitar os seus antepassados, devidamente barrado com manteiga açoriana. Não foi fácil chegar aí: de sonho em sonho dei comigo a tilintar junto com o despertador acoplado à tabuleta limpeza da cozinha. Virei logo à direita, expus argumentação suficiente para renovar os votos da confraria da treta, cedi a paixões funestas do desvario, intercedi junto a nossa senhora das sopeiras. Debalde. Ou de enxada. Acabei a cheirar a lixivia e ainda ganhei um bónus que dizia limpeza do escritório, isso enquanto pensava na décima sexta, uma merda tão simples como uma frase musical, lá diria o Rimbaud. Lá está. 

a tal força em versão polaroid