A insistência acaba por chegar em forma de bola no
poste. Não reclamamos, após uma insónia de ansiedade duvidosa, tacticamente a
noite derivou para a vantagem ofensiva dos sonhos, estava lá o inspector, havia
acabado de almoçar, o inspector vestia de gente normal, de repente uns traços
familiares irromperam na face do inspector, não hesitei e retirei logo parte da
consciência da proposta de alargamento que se avizinhava. De manhã, em sentido
inverso, deu-me para ler umas revistas retardadas, eheheh, deu-me para a
anacronia de dois dias, ou três, uma altíssima competição que faço comigo
mesmo, o próprio (deixem passar). Fui-me ao biscate técnico, duchei, encaro os
desafios com mais uma carta de recomendação optimizada, ou foi ontem?, vitae,
menina não quer que envie o vitae?, pode enviar se quiser, sabe que isto é uma
coisa muito específica, a aposta é sobretudo na área do pagamento por contra de
outrem, que não nós, próprios (deixe passar, acrescentou), eu já volto, olhe
pode enviar, a morada é tal, a gente depois liga. É um conforto sabê-lo.
terça-feira, 30 de abril de 2013
segunda-feira, 29 de abril de 2013
dia não sei quantos 298: pus-me, quase logo, a procurar outro método
Estava eu a pensar em terminar o meu ensaio sobre a ociosidade desbotada e sob o signo de uma sensibilidade
próxima do paralelepípedo, quando remotos vislumbramentos do futuro se
anunciaram com tal estoiro que até a vizinha da ladeira se atormentou no seu
posto de vigia permanente, ao ponto de accionar o controlo manual de controlo (deixem
ir, faz sentido) do que se passa na ladeira e arredores. Posto isto, o futuro é
agora…já, antes que uma gangrena silenciosa se insinue nestas penumbras
acicatadas por restos de sílica (deixem passar, por favor) que reencaminham os
feixes de luz em direcções imprevisíveis como o caralho, basta pensar na praia,
aquela quantidade toda de sílica e restos de conchas e minerais, merda, cocó
dos bichos de aquém e de além mar, é igualzinho aqui, só que com mais sombras.
Entretanto fui correr…yupii…não tarda vou ler umas merdas do Beckett e
já volto.
domingo, 28 de abril de 2013
dia não sei quantos 297: zzzzZZZ
zzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZnáuseazzzzzzzzzzzzzzzzzuizzzzaizzzzokzzzz
sábado, 27 de abril de 2013
dia não sei quantos 296: comer qualquer coisa, ou isso
Também está bem: antecipação da limpeza da casota - um
sábado como os demais seres humanos, aposta aí que ainda vamos ao mercado,
madruguices, um desenjoo original, chá preto, torradas com manteiga e
marmelada, que cheirinho, Cranes na grafonola, um ventinho amistoso a
recordar-nos que tudo levou e levará, um azul envergonhado a tolher o céu de
quimeras novas. Depois logo se vê.
[voltar a ler/corrigir a cena, ou amanhã?; listagem de compras
extra; aguardar a presença de seres humanos bem-vindos à casota; comer qualquer coisa]
sexta-feira, 26 de abril de 2013
dia não sei quantos 295: precisamos normalmente de rumar
Vamos em frente, é olhar em frente, não
podemos ficar no meio da ponte, esta está armadilhada, quem o diz é Ivo Andrić,
gosto do acento agudo no C, deixem passar, a poda lá vai dando resultados
embora com algumas ramificações laterais, crescimento para os lados, nunca
pior, sabemos, como sugeriu Montalbán, que o movimento se demonstra fugindo,
não andando, isto numa perspectiva gerónimiana sempre contaminada pelo lado
cão. Fui ver do jornal e não o vi. Passei remotamente sobre a ladeira, sem
deixar rasto. Ora, onze horas e cinquenta e muitos, doze horas e poucos, vou duchar ou fazer a puta
da cama?
Até jazz.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
dia não sei quantos 294: a senha
PA a atravessar a
ponte. Quem? O PA a atravessar a ponte. Onde estás, no castelo? K. de Cão está
contigo? PA lá vai a atravessar a ponte, caralho! Caralho não é a senha,
cambio. Cambio também não, caralho. [ridos abafados] PA é que tem que dizer a
senha. K. de Cão está aí?...
Entretanto acordei sem saber o caralho da senha, também
tenho outro sonho marado, um jantar ou um almoço com cadeirinhas de terra, a mesa um monte
de terra rectangular, mas agora tenho que ir acolá ver de uma situação que me
encaminhe para o biscate técnico.
quarta-feira, 24 de abril de 2013
dia não sei quantos 293: para um novo dia
Não estou calmo. Uma vez Manuel António Pina escreveu
assim: Serei capaz / de não ter medo de
nada, / nem de algumas palavras juntas? Estava aqui a pensar nisso...
terça-feira, 23 de abril de 2013
dia não sei quantos 292: apresento-vos agora
Em harmonia com alguns aspectos metacognitivos, deixo a análise destes
últimos dias e suas interactivas contingências para os próximos anos.
Entretanto, manifesto total consonância com o biscate técnico de grau menos um,
nada se sobrepõem a uma manhã cujo desenrolar aflora apenas (n)uma e só (deixem
passar) (n)uma temática. Não fui correr. Voltei ao chá verde. Não telefonei a
ninguém para saber das remodelações meditabundas, aposto que o tasco da estrada
velha vai estar cheio.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
dia não sei quantos 291: a capela do milhafre
Não tarda, cá me cheira a hematomas. Não fui correr, não me levantei
cedo, não tenho a certeza de estar aqui a escrever não tarda, cá me cheira a hematomas; não li a ponta de um corno,
bebi um chá preto (muito quentinho), mijei as cervejas, não necessariamente por
esta ordem,comi uma cena torrada com manteiga a sério e agora vou arrumar o
carrinho das flagelações a outrem para o que der e vier, sendo que,
efectivamente, gosto de aparências. A tiracolo, uma porrada de ideias, um biscate
técnico e uma camisola de manga curta azul deslavado às riscas fininhas, foda-se, o Hrabal
é que tinha camisolas fixes.
domingo, 21 de abril de 2013
dia não sei quantos 290: cocktail de emoções
Cevado com uma magnífica carne de porco à alentejana,
acompanhado de um vinho com borbulhas, o desvario continuou, diz que, com
cerveja e uma cena branca de monte alegre, mais uma cena que parecia, diz,
músicaizzzZZZZzzzznáuseazzzzznáuseafodida. Entretanto, acho que vou ligar ao
Raposo, ao Henrique, o Rique visitou no verão de 2006 os corredores do poder de
Washington D.C., o Rique falou com agentes do FBI, magalas do pentágono com
estrelas, diplomatas do departamento de estado, políticos do congresso,
assessoras, não assessores, assessoras de cenas, advogados, ninfomaníacas,
coronéis da marinha, tinebres da floresta de azevinho, o Rique sabe das merdas,
deve saber como é que um gajo consegue instalar a sua antena cerebral direccionada
para merdas importantes quando está de ressaca, o Rique deve saber destas
merdas, digo, embora um tipo se marimbe para os pés bem assentes na terra.
Vou direccionar-me para a cena de logo.
sábado, 20 de abril de 2013
dia não sei quantos 289: atentamente
O Vasco dignou-nos com a sua pena
ilustre, diz ele que não sabia do Cão, mas nós sabemos que é um habitué, parece que uma mão o ajudou ao
feito, o que cada um faz com a sua ou
com uma mão amiga é lá com ele, mas a existência do cão não depende do
preenchimento de quaisquer lacunas que existam no conhecimento e outros assédios mais prementes, ou isso, e embora
observemos determinadas normas com legítima observação, isso não quer dizer que
nos achemos com disponibilidade para dar azo a situações em que a observação
não responda perante um repositório teórico cujo comprometimento ninguém
consegue descortinar, muitos menos assistir-lhe responsabilidades. Como direito
de resposta, lá ficará o comentário à (aquilo era um panegírico Vasco!) nossa
posta de salmão com vegetais salteados de acompanhamento. Não, não fui correr,
mas fui logo de manhã ver o mundo lá do alto. Atentamente.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
dia não sei quantos 288: coitus interruptus
Fico fodido, dizem que bóia perdeu o acento e ficou o caralho de boia, esta cena dos ditongos, por
exemplo, e outras cenas do acordo ortográfico a cuja realidade anatómica
correspondem uma quilometragem mínima do senso comum e a insolvência sociocultural
lusa, pois não se sabendo escrever de uma forma, dificilmente se saberá
escrever de outra. Situação que quis abordar com Vasco Graça Moura, olá Vasco
(isto ao telefone), olá Cão… desculpa Gerónimo, mas é o hábito, deixa lá isso
Vasco, entretanto a conversa descambou para o Padre António Vieira e para a tradução
pouco mais que jeitosa da divina comédia, falamos de tipas que citam poesia
durante o coito, isto para voltarmos aos ditongos, lê-se ói mas não tem acento, o Vasco enervou-se, fica sempre nervoso com
esta merda do acordo em solilóquio, pois apenas nós (pelos vistos ) acordamos connosco, e
também fica nervoso por outras merdas e por dá cá aquela palha, dorme pouco é o
que é, com a merda das traduções, já lhe disse. Olha, Vasco, fodido vai ser
quando um tipo ou uma tipa qualquer estiver à rasca nas praias do Norte e
pedir uma boia, assim de fininho, cá
me cheira que se afoga. E desliguei.
quinta-feira, 18 de abril de 2013
dia não sei quantos 287: agora a sério
eheheheh, dez horas e quarenta e três minutos, deu-me logo para me por a
milhas, mas tentei refrear esse primeiro ímpeto que, não raro, nos conduz ao
caminho funesto do dia-a-dia e virei-me para a luz que entrava no rame-rame
adiado do caminho funesto da tal cena do dia-a-dia. Posto isto, nada aconteceu,
ainda aguardei num soslaio pessoano, a morte da bezerra a insinuar novas
perspectivas, quadros não imediatos de cenas vividas passarelavam com as suas
roupagens prêt-à-porter de trazer por
casa, merdas que um tipo tenta não submeter (logo) a (uma) apreciação
intrínseca, a cena do biscate técnico em part-time, vai-não-vai, chão que
poucas uvas deu, e sem dar por ela já estava no chá verde e torrada, onze horas
e picos. Agora a sério, entretanto fui correr.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
dia não sei quantos 286: mas como eu ia dizendo
Também andamos em remodelações a menos que, e dito isto, é ver uma data
de pensamentos a fazerem-se ao piso, por isto e por aquilo, é lindo, os
pensamento em bicos de pés a quererem mostrar cenas, a endrominarem [outros]
pensamentos subsequentes, a reterem informação ou a subornarem a memória… eheheheh,
a mioleira agradece e processa essa informação [confidencialmente], não raro
existem devaneios que acompanham o processo, sonhos, pedaços de reumatismo
mental são afastados sob protestos veementes e outras violências fodidas que a
caixa craniana tem que dar vazão, por vezes recorrendo à força policial de
determinados compostos químicos e outras merdas. A remodelação, mais das vezes,
pare um rato daqueles pequenos do campo e vai dar-se ares ali ao tasco da
estrada velha que parece uma marginal, isto segundo informações da freguesia, uns
tipos e tipas que se desunham em actividades paralelas às outras suas inactividades
desconhecidas. Mas o tasco tem esplanada ehehehe, uma boa esplanada com o
caralho dos carros a passarem mesmo em frente, bruuuuum… o sol a misturar-se
com as secreções corporais, um fino por controlo remoto, tremoços, uma beleza. Mas
como eu ia dizendo, não fui correr.
terça-feira, 16 de abril de 2013
dia não sei quantos 285: o caminho para ali
Não fui correr. A imagem desta manhã foi praticamente sentenciada pelo
registo óbvio da reprodução, da reprodutibilidade, o Walter Benjamin alertou
para estas merdas, não há a mínima dúvida de que a situação dificilmente será
comutada, embora atenuada pelas saídas precárias. Exteriormente, um céu azul
diverte-se a vulgarizar a luz do sol até as plantinhas baterem palmas, não
tarda a rinite, a conjuntivite, o caralho da asma, não tarda um pedaço de céu a
escamar vitupérios, não tarda um tipo insolente de peito feito manda esta merda
toda à merda, por favor deixem passar as redundâncias, deixem passar esse tipo,
acolá o vemos –estamos fora do tipo sendo esse
tipo – vemo-lo a descer a ladeira em
direcção ao ali, ou isso.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
dia não sei quantos 284: acompanhar com apreensão
A recapitalização em curso abre a porta ao diálogo das
posições extremadas, embora a retórica belicista decorra com a normalidade quotidiana
comparável à vivência daqueles pássaros que se alimentam no dorso do rinoceronte,
entretanto, as negociações mantêm-se em aberto, apesar do repúdio por qualquer
recuo. Não é todos os dias que temos por objectivo o intercâmbio cultural e não
ficamos indiferentes ao olhar atento e à ideia de jogo propiciados pela visualização
de imagens televisivas, ou mesmo na situação de assistirmos a imagens televisivas
com som, admitindo que se trata de uma tarefa quase impossível, nomeadamente
face ao momento telejornaleiro, sob pena de incorrermos em sanções. O organismo
subtrai a ideia de comité, mas far-se-á justiça. Entretanto fui correr.
domingo, 14 de abril de 2013
dia não sei quantos 283: sob protesto
carregar no botão e seleccionar limpeza da casota, missão cuidadosamente
observada.
[de resto está tudo a mesma merda, mas uma merda vivinha da silva eheheeh, já se sabe, um tipo morto é o melhor bode expiatório do mundo. Nunca protesta, diz o Chandler.]
sábado, 13 de abril de 2013
dia não sei quantos 282: tztzzz fiufiuu
A situação não se apresenta num grau de complexidade por aí além, apesar
da madruguice, acordei ainda o caralho do galo esperneava o seu pesar citadino,
acordei com os pensamentos retardados do ensopado mais alguns a rastejar por
perto, fiquei horas no escuro com vontade de arranjar uma daquelas máquinas que
se prendem ao tecto dos tascos para matar moscas, e as moscas estalam tipo
tzzztzzz, e fazer o mesmo com os pensamentos tztzzztzz e com as novas minhocas
projecto que não trazem pataco, sendo que as minhocas projecto fazem um tsstss
mole e ligeiro tss. Está sol e vou assim, step on, fiufiufiufiuuu.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
dia não sei quantos 281: apenas uma ferida superficial
A questão fodida de uma ferida superficial é se esta infecciona. Nesse sentido, ou noutro qualquer que lhe
queiram dar, quando o cavaleiro negro continua a fazer frente a Artur, não está
apenas a ser corajoso – o cavaleiro já não tem um braço, em breve outros
membros lhe escassearão, e ainda assim afirma tratar-se de um arranhão e que já
esteve pior –, nem sequer está apenas a cumprir a sua demanda pessoal ou o seu
dever, não, o cavaleiro sabe que na sua época se pode morrer por dá cá aquela
palha, uma qualquer ferida em combate ou outra, qualquer enfermidade, um ou
outro pecado ou bruxedo redundam na inevitável sangria às mãos do barbeiro, ou,
coisa pouca, se ainda lhe sobram as mãos, rapidamente serão uns cotos
arrematados pela inquisição. Morre-se jovem e não necessariamente belo: a
galeria dos heróis e artistas jovens estaria já entregue a uma empresa de construção
portuguesa e a coisa sofreria uns atrasos de séculos. Estava eu a pensar nisto,
não sei bem se sonhei com isto, mas agora um pedaço de realidade sobrevoou-me
as vistas e acho que vou assumir funções de actividade cognitiva e corporal em
breve. Mas primeiro vou tratar desta ferida, embora seja uma merda superficial…
quinta-feira, 11 de abril de 2013
dia não sei quantos 280: quantos?
Obviamente, não fui correr e com os pensamentos fiz um
ensopado para três dias.
[low profile o caralho!]
quarta-feira, 10 de abril de 2013
dia não sei quantos 279: não faças avarias
Mais informamos que a nossa total e absoluta (deixem passar, deixem
passar) resiliência, o que eu gosto desta palavra – e não havia meio de a utilizar
– se encaixa num estado de espírito que se harmoniza historicamente com um
desvario cujo desenlace se entrevê em pequenas frinchas mal iluminadas do nosso
universo, incluindo a ladeira. Temos reflectido igualmente sobre a temática do
embrutecimento como uma das belas-artes, relembrando que nem sempre estas
reflexões se traduzem numa grande carga horária semanal e, como bem se sabe, não
seria preciso o Nietzsche para nada, em tempo de paz o homem com espírito guerreiro volta-se contra si mesmo, ora, como os
homens de espírito guerreiro escasseiam como o pataco no bolso, os restantes
voltam-se contra os outros restantes, de sorte que ficando frente-a-frente estaremos
na iminência de mais uma chispalhada na ponte e de mais um potencial recorde
mundial. Recuperando a primeira pessoal do singular, bebi um chá verde com torrada,
estive a ler umas merdas, continuo inculto, mas leio muito, está bem, não me
fodas a cabeça Salinger. E da parte da tarde tenho um propósito, ou isso.
terça-feira, 9 de abril de 2013
dia não sei quantos 278: voglio e prontos
Fiquei logo aborrecido com a cena do queijo, como é que é?, ah!, topo
cunha, onde estaria o caralho do topo cunha?, nada de topo cunha, mas é bom ao
menos o topo cunha?, é que parece uma cena tipo topas o cunha?, eu já topei a cena da mercearia com os cunhas e
afins, já topei. Andava eu ocupadíssimo nisto quando me lembrei da cena do tio
na árvore do Amarcord, é pá lembrei-me. Traduzindo para o
Cão: Quero um trabalho! Quero um emprego! Gosto da casa dos malucos, gosto, não é isso, mas…sabem, quando um gajo se
dá conta da promoção do queijo e de outras merdas está melhor lá fora. Nem que seja em precária.
a árvore do cão
segunda-feira, 8 de abril de 2013
dia não sei quantos 277: declaração de comunicação (ao país?)
Não tarda são onze horas – terei pensado, mas não, eram apenas dez horas
e doze minutos, constatação que criou um rodopio corporal generalizado sem
qualquer consequência em termos de movimento, pelo menos perceptível. Eu tinha
uma cena para fazer…mais tarde. Deu-me para jornadear entre a cozinha e quarto,
chá preto, torrada…eheheheh, leitura, um pequeno-almoço completo incluí
obrigatoriamente leitura, ainda pensei em reformular mentalmente os projectos
indexados da sexta anterior, devidamente caucionados pela Associação nacional de projectos adiados de sexta para segunda-feira, mas
quando liguei para a sede disseram-me que haviam mudado de morada, aliás, como
fazem todas as segundas-feiras, e não apenas as segundas segundas-feiras de
cada mês, fiquei confuso antes de ficar destroçado e fui legitimar o estrago matinal
com um banho e uma lâmina de barbear. Comi uma maçã e encaixei a ladeira para
cima de um trago: tinha uma cena para as treze horas e picos. Estávamos perante
o caralho de uma manhã interminável.
domingo, 7 de abril de 2013
dia não sei quantos 276: ehehzzZzzeheh
Água, malte de cevada, cereais não maltados, xarope de glucose, lúpulo e
antioxidante é a sua composição, Super
Bock é a bebida que aquece o coração (embora se lhe tenham juntado outras à
má fila) zzzZZZzzzzznáuseazinhazzzz
[com direito a um espectáculo (?), ou isso]
sábado, 6 de abril de 2013
dia não sei quantos 275: à sorte e à morte*
Não estava muito muito calmo na passeata matinal, o polar a despropósito
encaminhava-me em salto em comprimento para o homicídio em 3º grau, mas como se
tratava de uma inconstitucionalidade fui para a casa comer uma sopinha. Bom,
está sol, não dá para ir ver o Zygmunt Bauman à Madeira , nem deu para ver a
não sei quê Wolf a falar sobre vaginas pós-modernas na Madeira, a Madeira está
a bombar caralho, mas podemos sempre informarmo-nos sobre a coisa no público de
ontem, acho, mas como está sol vou ouvir esta merda e limpar a casota que
logo noite tenho mais que fazer.
[*expressão vernacular nossa que pode medir-se com fai un sol de carallo]
sexta-feira, 5 de abril de 2013
dia não sei quantos 274: o refúgio do dia repetido
A Associação nacional de projectos
adiados de sexta para segunda-feira, disponibiliza as ferramentas
necessárias para procedermos a uma bom protelação de projectos e afins, de sexta
para a segunda-feira seguinte sem qualquer influência no estado psíquico/físico
do fim-de-semana, isto é, um tipo fica quase mesmo (deixem passar) persuadido
que estes dias são completamente diferentes dos restantes dias da semana, conveniência
que ultrapassa as barreiras pessoais e ensolara o espaço gravitacional
adjacente, seres humanos incluídos. Não estamos perante um qualquer embuste, ou
mesmo simulacro, no sentido que Jean Baudrillard confere ao termo, mas
caminhando para a persuasão da realidade transformando-a num caminho cujo
desenlace pós-moderno não interessa a ninguém, mas onde o caralho do melhor
pano sujo e roto convive com a melhor mácula, junto às traseiras da coisa. De
seguida, em seguida, ou isso, retomamos a transmissão dos dias repetidos.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
dia não sei quantos 273: continua [a circular]
Todavia, as respostas quedam-se num anexo sem resposta, as notas de rodapé não culminam o silêncio, ainda, o
remetido não encontra destinatário, se calhar temos que encontrar o/um mínimo endrominador
comum. Olha, faz sol, vou desatar as amarras das articulações e fazer de conta
que corro. Até.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
dia não sei quantos 272: circular interna
É certo que aguardo. Aguardo já nem sei bem o quê, uma resposta, a
ausência aguardada de outra conjecturada resposta (por favor, deixem passar as
redundâncias), uma nota de rodapé que seja, aguardo uma nota de rodapé que
culmine o silêncio, remeto-me com(o) uma explicação longínqua. Devo ter
endrominado a cena toda algures, devo ter endrominado um braço qualquer que
chegava, devo ter-me endrominado enquanto endrominava outras cenas. Aguardo,
não, recomeço, projectos lateralizados, rebentos que se colam à penugem dos
dias, recomeço aquela cena que desagua na outra cena que vai dar. Um, dois,
três, projectos cenários, mais um, o
tal que faz de conta que.
[entretanto…chove, estive a ler umas merdas, beberiquei um chá preto com
torradas…duche]
terça-feira, 2 de abril de 2013
dia não sei quantos 271: longe dos jogos civilizados*
O que terá precipitado a cena da noite não pertence
ao rol de preceitos do manual básico de intelecção normativa em vigor, posto que deixaremos a
situação em lume brando para, com serenidade, analisarmos os seus arredores que
encimam vetustamente todo o lixo que norteia a canastra desportiva nacional
[??] [risinhos]. Entretanto, já esta manhã, dei boleia a três pensamentos
desgarrados, encaixei um chá verde com torradas, não fui correr mas aceitei
carregar de bom grado uns sacos com mercearia, descarrilei os pensamentos a
quem tinha dado boleia e substitui-os por duas correias de accionamento de actividade
motora com o intuito de, anacronicamente, de forma mecânica, encetar uma
listagem de merdas que tenho mesmo que fazer. Está ali a esferográfica, mas não
consigo deixar de olhar para os tristes trópicos,
para uma história de Buonaparte e
para uma capa verdinha cujo título termina em…es…pectáculo.
[*Cesariny?, ou isso]
segunda-feira, 1 de abril de 2013
dia não sei quantos 270: entretanto
Depois a parte do veículo motorizado, bruuum, cruzando-se com outros
veículos motorizados, brumbruum, música a sair de uma cena embutida no
veículo motorizado, o ambiente exterior a esta cena – que não descrevemos em
pormenor – é sobretudo matizado de gotas de água e pequenas nuances
atmosféricas que electrizam o ar num enredo onde não nos é facultada qualquer
partitura. Antes da parte do veículo motorizado, dir-se-ia, uma amálgama de
gestos que se materializam a muito custo num corpo, esse corpo não dorme, a
cabeça que prolonga esse corpo dá ordens dúbias, entre as quais se vislumbra a
palavra nanar, o corpo reconhece qualquer merda mas continua a oscilar entre um
putativo record mundial das reviravoltas e um cenário que sugere o início da
metamorfose de Kafka, onde se pode ler: certa
manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama,
metamorfoseado num monstruoso insecto. Entretanto (...)
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