sábado, 19 de outubro de 2013

dia não sei quantos eu já faço as contas da nova era: dá-se o caso

Ora bem. Cof…cof, cof [tosse – para quem não está familiarizado com estas mardas], vamos lá a ver. Chuva, logo pela manhã. Meia janela à solta de luz. Dois jornais antigos (o ontem e o anteontem agora são cenas bué antigas, é a socialite do espectáculo – o melhor é lerem o Debord), um ecrã manhoso com uma maçã desenhada, um livro em cuja capa se podia ler Bioy, compunham o ramalhete junto ao corpo deitado na cama. Três almofadas ajustavam o centro de gravidade desse corpo em cujo cérebro de materializavam pensamentos matreiros sobre tarefas ligadas a cenas de faina, uma verdadeira compilação de idiotices, para ser mais ou menos exacto. A primeira tentativa para voltar a adormecer saíra gorada. As outras duas levou-as o ressonar da vizinha. Ora bem, cof…cof, entretanto ao corpo cansado amantizado com uma cabeça cansada juntaram-se-lhe uns olhos (ia jurar que não pertenciam a esse corpo) cansados como a porra e ainda não seriam onze e picos. O passo seguinte terá sido dado já na rua. Mas não sabemos. 

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