a coisa era mesmo preta, a sério, preta até dizer chega, e cheguei-me, quer dizer fui até lá, não muito, papelinhos na mão [risinhos] e ala que se faz tarde, passeata na cidade, serenata à chuva com o silêncio destas cenas domingueiras a dar o mote, hora do almoço praí, ou talvez mais, umas banquinhas a dar para o triste com umas velhotas a falarem numa língua esquisita: deve ser Belga - disse um transeunte. Deve. E depois pensei no Congo, pensei no Blaise Cendrars, caralho pá, o Blaise, pensei no Sebald, não sei mais em quê, enquanto rodopiava, acho que rodopiava, e corria, ou isso. Depois foi a tarde toda e tal e coiso.
[antes havia sido a limpeza da casota - isso é cidadania]
domingo, 29 de setembro de 2013
dia não sei quantos eu já faço as contas domingo: entretanto
vou já ali meter o papelinho (ou os palelinhos, não se sabe) na cena preta, costuma ser uma cena preta com um buraquinho, costuma não costuma?
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
dia não sei quantos sexta: relatório
Estou farto de reportar. Tem dias, é importante, não se
passa nada, já se passou tudo, vai aí, só não vê quem não quer. Posto isto,
aquilo vai dar ao horizonte perpeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeendicular
à coisa. Nem sempre. Está bem. O caso de adiar é efémero, tem dias, reporta,
assobia fiufiufiiiiiu, ou isso, vai dar lá, desagua, tem cais, não tem?,
resolve-se, vai daí, consta, não consta, é importante, veja lá, dê cá, renove. Renove, caralho.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
dia não sei quantos doze mais vinte e seis: tem dias
Quanto à cena das unhas para a guitarra, vamos indo, da
guitarra pouco se fala: fracota; diz que tem lastro, que até ver ninguém fez melhor,
a coisa dá um cheiro a a gente é que sabe,
um caralho de um cheiro intenso, que se pega ao pelo. Não faz por menos, lá
do poleiro a ruminar sabedorias. Também isso aconchega o regaço (se é que os cães
possuem tamanha proeminência), só que depois uma invasão de pequenos
compartimentos de merda afloram junto aos atravessamentos, não raro o Cão dá de
través e já está nas batidas inóspitas, dali não sai nada, sai ele, a moumar, e vai em frente, ou para o lado, dá quase
igual, o jogo parece um vício de penumbras chagadas a bagaceira, onde jornais desportivos
fazem a fronha dos dias. Mas nem sempre é assim. Tem dias.
domingo, 22 de setembro de 2013
dia não sei quantos doze mais vinte e dois [da nova era]: cortar a etiqueta
Também ao domingo (hoje é dormindo, perdão domingo, não?)
as nossas as…pirações – caralho, já me esqueci do que ia dizer – ou isso. Bom,
também ao domingo (hoje é dormindo, perdão domingo, não?) as coisas se afiguram
nada fáceis, ou menos boas, ou como aquela cena dos políticos futeboleiros: não
são mentiras, são inverdades. A cena de domingo cuja analogia coabita com esta música que é a única que por aí conhecem dos ditos, criou um imaginário que
poderia figurar no dicionário dos seres imaginários do Borges com a Margarita,
não confundir com a cena do Bulgakov, embora se possa de forma até indelével,
neste contexto, conceber determinadas balbúrdias com a palavra mestre. E eu que pensava, não há pouco
tempo, que o dicionário dos seres imaginários era do mestre, perdão do Borges,
com o Casares, desenlace óbvio das suas tardes de ócio que se prolongavam pelo
noite dentro, noite essa, luminosa, onde habitavam os olhos do mestre, perdão,
de Borges. Ocasionalmente ainda, a limpeza da casota na fase pano de pó
leva-nos a devaneios debitados e teclados na folha branca projectada no ecrã.
Posto isto, tudo fancaria.
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Dia não sei quantos não me lembro: isso com letra grande
Deixem-me aproveitar que estamos em Agosto, não?, bom,
estamos em Setembro – está aqui alguém algures (deixem lá isso) a dizer que
afinal é Setembro, deve ser tanga, estou a ver lá fora uma lua sol com cenas de
cor malucas amarelo e rósea à volta, ou isso, – para dizer escrevendo,
escrevendo a dizer que, a tropicalidade não vale um caralho. Posto isto, vale
tudo, até mais, é de um vale encaixado que se trata aqui, humidade, sempre foi,
dizem, a coisa lá vai vai agarrando às arestas, pois é sexta, com a diferença
que amanhã é sábado, dá para adiar o inevitável, desde que as coisas colem. Não
colam? Então é tudo.
querias, não?
[isto nem sempre corre bem]
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
dia não sei quantos praí e tal nove e picos: [risinhos]
Também digo, a coisa vai, não sei se vai, também digo, a
coisa, a tal, coiso, vai, não vai [vaia], dá luta, aaah, olha agora a ver o espaço entre
as fuças e o chão, querias?, não sei se querias, não adianta, ups, estou
caaaaaaaaaaansado, vai dormir, não vou já, deixa-te estar. Depois, ou mesmo
antes, nesse instante que nos passa ao lado, aí, nesse buraquinho, reside o
âmago da questão. Mas passa ao lado. Pelo menos não bate. E estava um sol do
caralho. Em vários pontos. Nos iiiiiiiiiiiiis.
domingo, 15 de setembro de 2013
dia não sei quantos depois do oito e meio: nova suspensão do regula(dor) dos dias.
Tem dias que não há dias. Não
explico. Uns dias atrás dos outros sem dias lá dentro. Tem dias que começam [de]
noite e acabam noite e não chegam a acabar, pela sensação de permanência que
dão, nada de volúpia acoplada a qualquer momento, todas a sensações sobressaem
empacotadas em caixas muito direitinhas, caixas com rótulos perfeitamente
definidos e organizados, caixas dispostas geometricamente na linha de montagem
dos olhares. Mesmo assim segues o caminho da tabuleta que diz dias, e
quando dás por ela já lá estás, quando dás por ela (deixem passar) estás a escrever
na terceira pessoa, ou isso, quando dás mesmo por ela percebes a resma de
merdas a enormíssima resma de merdas que povoam os dias, o imenso depósito de
cenas, a imensidão atroz das vozes e das possibilidades, a questão do oito e do
oitenta, outras questões de premeio e ainda nem sequer almoçaste, quer dizer, ainda
estás na fase de roer a maçã em andamento ainda te restam horas e horas de
jorna, ainda estás mal acordado, ainda agora ali atrás tomaste um café, ainda a
procissão vai no adro. E depois continuas. Não sabes bem porquê,
mas continuas. Não sabes bem porquê, mas faz sentido mesmo quando não faz
sentido nenhum.
[agora vou ali ver se leio umas
merdas]
sábado, 14 de setembro de 2013
domingo, 8 de setembro de 2013
dia não sei quantos 7 (ou 27 - já faço as contas) da nova era: topas?
Não tinha sistema nenhum nem para lá caminhava, pensava
convicto que estratégia era uma
espécie de balde cheio de merdas irreconhecíveis ao fim de algum tempo,
confundindo estratégia com tácticas reactivas borrifava-se para tudo isso amando
cada momento sem o saber. Anos atrás, naquela escadaria curva junto ao tasco,
em frente ao rio da infância, ter-se-á levantado gritando: quero parar de pensar! O rapaz a seu lado percebeu e anuiu, não se
sabe. O que se sabe é que o moço sem sistema nem de perto nem de longe
caminhava para merda alguma, e se algumas vezes esbarrava, noutras saltava o
muro com uma destreza tal que esta se tatuava na sua alma, talvez até no seu
corpo, fundindo-o com a própria paisagem. Só que ele nem sempre o sabia. Algumas
notas que recebemos mais recentemente falam assim:
Entrei na casota
precária da precariedade laboral (deixem passar se quiserem). Ponto. Há quem diga, há quem faça. Bem vistas
as coisas a diferença é um pontinho lá longe, no caralho do horizonte, um gajo
tem que focar, franzir, desmantelar os olhos, as vistas, para poder ver o
caralho do pontinho, arranja aí uns óculos, às vezes é necessário recorrermos à
ciência, outras ao hipnotismo, outras até ao caralho da vontade para enxergarmos
o pontinho. Esse pontinho que faz toda a diferença. Mas há mais, só que não
digo. Já volto.
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