terça-feira, 30 de setembro de 2014

dia não sei quantos dois (outra vez?): e oficioso

Para além disso, o Cão tenta recordar as fabulosas frases que inundaram a sua cabeça por volta da 1h30 desta madrugada. É claro que no dia seguinte se lembraria. É claro. O Cão pensa então nas amarras. Pensa na ravina. Pensa que desta vez não escreveu ribanceira. Pensa que uma ribanceira é uma ravina mais afoita, certamente mais plebeia. Pensa em Bolaño e no fígado que nunca chegou. Pensa em outros fígados que nunca chegam e em outros fígados que, por isso mesmo, explodem. Pensa nos que aguardam os fígados, seres que não acabam livros, que não chegam a reparar a canalização da casa de banho nem a acabar a pintura da sala do menino. Seres que não chegam a cantar no estádio de Alvalade, nem a comer sandes manhosas acompanhadas de jolas geladas. O Cão pensa no jogo de mais logo e diz: que se foda… 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

dia não sei quantos um (outra vez?): é oficial

Que horas são?, terá perguntado. Dez horas e quarenta e sete minutos, mais coisa, menos coisa, escutou dentro da sua cabeça, após transmissão neuro sensorial efectuada pelas vistinhas, que observavam uns números verdes brilhando no escuro. Naquele momento nenhuma frincha denunciava qualquer outra luz, poderia simplesmente ter rodado o corpo, como ontem teve oportunidade de ver naquele filme dos mercenários seniores, mas preferiu dar corda a um chá verde acompanhado de restos de um bolo parecido com os palmiers (mas com dois andares mais chocolate mais creme). Antes de tudo isto sonhou: sonhou com um campo pelado; sonhou com um conto; sonhou com um título, mas não se sabe se este seria o do conto do sonho anterior. Sonhou que estava livre de certas amarras, mas que [ess]as amarras até poderiam ser necessárias quando, por exemplo, se cai de uma ravina. Até ver é isso. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

diiiiiiiiiaaaaazzznãaaaaozzzzzzzseeeiiiiiiiiiiiiiiiizzzzzquaaaaaaaaaaaaaantoooooooooszzzzzzdiiiiiiiiiiiiiizzzzzzzaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaszzzzzznãaaaaaaaaaaozzzzzzzzzseeeeeeeiiiizzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzquaaaaaaaaaaatoooooooooooosssssssszzzzzzzzzzzzzzzzzzzdiiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaszzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzdiiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaasssssssszzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

terça-feira, 23 de setembro de 2014

dia não sei quantos dias não sei quantos terça: frequentemente colidindo com a pedra

zzzZZZZZ… parecia que estava a tomar o pequeno-almoço com os cotovelos (assim um dia o escreveu Bolaño) apoiados na angústia e na dúvida, talvez por isso, ou nem por isso, levantei-me e continuei com o chá verde e com o pão-de-leite (daqueles de saco) barrado a manteiga e a compota de alperce, continuei-os, dizia eu, caminhando, sem apoio para os cotovelos, obrigando a angústia e obrigando a dúvida a pairarem no ar, as putas. Claro que tudo terminou com um regresso à cama, e bem vistas as coisas, com um corpo totalmente apoiado na angústia e na dúvida, mas nitidamente imbuído do espirito de um ecrã táctil. 

sábado, 20 de setembro de 2014

diaz nãozz seizz quantoszzz zábadozz: whatzzzzz??Z

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
zzzzzz
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

[o recurso a imagens não dignifica este coiso e talzzzz]

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

dia não sei quantos por acaso quinta: deixa lá ver se

olha diário, estava a contar os dias para a frente, não é nada pessoal sabes, mas também conto os dias para trás, até àquele muro que vai (ia) dar à ladeira, um murete silencioso e decrépito, pichado de sinais da passagem humana e, obviamente, canina, não sei se sabes mas os dias reciclados pela memória embatem na casota perto do murete, junto à ladeira, fazendo ricochete até às torres onde se empilham (no poema lê-se embalsamam) humanos lá dentro (deixem passar) e outras merdas. Às vezes aí perto, se se escutar bem, ouve-se música. Fazendo as contas ao aguardar dá pra aí mais uma semana e picos, alguns zzzs e rrrrrrrrrs, pouca terra, pouca terra, huu huuu, afinal um verdadeiro ensopado de estacas zero. 

domingo, 7 de setembro de 2014

dia não sei quantos domingos: super interessante

Entretanto, merdas realmente importantes acontecem por esse mundo cão, estava mesmo agora a pensar no grafeno, um material duzentas vezes mais resistente que o aço, uma cena relacionada com a arrumação dos átomos de carbono (o grafeno é sacado da grafite), todavia, maleável, fino, flexível, existindo mesmo quem diga que este material é o futuro, e o futuro começa em Manchester, onde cientistas com pouco ou nada de importante para fazer, se dedicaram a essa cena, não por acaso, Manchester foi umas das cidades âncora da revolução industrial, ou na linguagem dos geógrafos, da industrialização – remetendo-nos dessa forma para um processo – cidade que no limiar do século XVIII não teria mais do que 40 000 habitantes, multiplicando-se várias vezes no espaço de um século, levando mesmo o jovem Engels a apanhar um transporte low cost, tendo por lá ficado a estudar a civilização dos slums. Também por essa altura foram encontradas provas de que o futuro tinha futuro, filósofos empedernidos e poetas cantaram esse futuro, ladeados por economistas e operários bêbados de volta a casa depois de uma jornada de trabalho de 16 horas. Pouco depois, nas trincheiras, vários seres humanos e alguns cães, ficaram maravilhados com esse futuro, representado numa panóplia de novos instrumentos de matar em série e em massa que, se haviam lembrado ao diabo, este já não se recordava disso. Agora vou ali ler mais umas merdas.