sexta-feira, 19 de abril de 2013

dia não sei quantos 288: coitus interruptus


Fico fodido, dizem que bóia perdeu o acento e ficou o caralho de boia, esta cena dos ditongos, por exemplo, e outras cenas do acordo ortográfico a cuja realidade anatómica correspondem uma quilometragem mínima do senso comum e a insolvência sociocultural lusa, pois não se sabendo escrever de uma forma, dificilmente se saberá escrever de outra. Situação que quis abordar com Vasco Graça Moura, olá Vasco (isto ao telefone), olá Cão… desculpa Gerónimo, mas é o hábito, deixa lá isso Vasco, entretanto a conversa descambou para o Padre António Vieira e para a tradução pouco mais que jeitosa da divina comédia, falamos de tipas que citam poesia durante o coito, isto para voltarmos aos ditongos, lê-se ói mas não tem acento, o Vasco enervou-se, fica sempre nervoso com esta merda do acordo em solilóquio, pois apenas nós (pelos vistos ) acordamos connosco, e também fica nervoso por outras merdas e por dá cá aquela palha, dorme pouco é o que é, com a merda das traduções, já lhe disse. Olha, Vasco, fodido vai ser quando um tipo ou uma tipa qualquer estiver à rasca nas praias do Norte e pedir uma boia, assim de fininho, cá me cheira que se afoga. E desliguei. 

6 comentários:

  1. sem querer interromper nada: fabuloso ahahahah
    esperemos que o vasco responda:)

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    1. :)

      não interrompes nada, já seguiu no correio ehehehehhe
      o vasco não deve dizer nada, até tem aquela mania da privacidade:)espero que ele não leia o Cão:))

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  2. Felizmente o problema da bóia sem acento numa praia do norte não se coloca :) porque com bóia ou boia afogam-se de qualquer maneira...

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    1. uiiii:)

      de finiiinho:) e a àgua é fria:)
      mas lá vem o banheiro:) se perceber o dito eheheheheheh

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  3. Caro Cão…desculpa Gerónimo, mas é do habito, caro Gerónimo

    Devo, ao acaso de uma mão amiga, o conhecimento deste blogue cuja existência eu desconhecia. Nas páginas (será que é assim que se diz?) que me dei ao prazer de consultar descobri sem surpresa aquilo que já sabia do meu amigo Cão, desculpa Gerónimo, mas é do hábito, descobri a vertigem da escrita vivida e partilho a sua opinião sobre o desdém que nos merecem alguns destemperados, todavia, para preencher as lacunas que existem no conhecimento e outros assédios mais prementes, teremos que garantir os direitos e as liberdades, onde se incluem a confidência de uma conversa telefónica privada.

    Desiludiste-me Cão, desculpa Gerónimo, assim como me decepcionaram outras pessoas e situações, mas reitero que “uma pessoa pode deixar-se embalar por uma concepção tão poética quanto irrealista da pretensa unidade ortográfica (ontológica, mítica, sublimada...) da nossa língua; pode mesmo prestar tributo a um certo darwinismo, em que o facto de o Brasil ter 200 milhões de pessoas seria razão bastante para sacrificar a norma seguida por mais de 50 milhões de outros seres humano. Mas o que ninguém pode é passar em claro que o AO leva ao agravamento da divergência e à desmultiplicação das confusões entre as grafias e faz tábua rasa da própria noção de ortografia, ao admitir o caos das chamadas facultatividades.” e pergunto “Viverão num mundo nefelibata? Ignoram a polémica e os problemas? Não sabem que há hoje três grafias divergentes a serem aplicadas no mundo da língua portuguesa? Quem tem medo do Estado de direito? Quem tem medo da aplicação da Lei? Quem tem a desvergonha de, num caso destes, evitar fazê-lo, sem um escrúpulo, sem um prurido de consciência, sem uma forma, ao menos esboçada, de se isentar de responsabilidades pela opção tomada?”,

    Um abraço cordial,
    Vasco Graça Moura

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    1. ó Vasco lê a posta acima: atentamente!
      um abraço:)cordial:)

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