A questão fodida de uma ferida superficial é se esta infecciona. Nesse sentido, ou noutro qualquer que lhe
queiram dar, quando o cavaleiro negro continua a fazer frente a Artur, não está
apenas a ser corajoso – o cavaleiro já não tem um braço, em breve outros
membros lhe escassearão, e ainda assim afirma tratar-se de um arranhão e que já
esteve pior –, nem sequer está apenas a cumprir a sua demanda pessoal ou o seu
dever, não, o cavaleiro sabe que na sua época se pode morrer por dá cá aquela
palha, uma qualquer ferida em combate ou outra, qualquer enfermidade, um ou
outro pecado ou bruxedo redundam na inevitável sangria às mãos do barbeiro, ou,
coisa pouca, se ainda lhe sobram as mãos, rapidamente serão uns cotos
arrematados pela inquisição. Morre-se jovem e não necessariamente belo: a
galeria dos heróis e artistas jovens estaria já entregue a uma empresa de construção
portuguesa e a coisa sofreria uns atrasos de séculos. Estava eu a pensar nisto,
não sei bem se sonhei com isto, mas agora um pedaço de realidade sobrevoou-me
as vistas e acho que vou assumir funções de actividade cognitiva e corporal em
breve. Mas primeiro vou tratar desta ferida, embora seja uma merda superficial…
sexta-feira, 12 de abril de 2013
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excelente posta, excelente texto, em todos os (segundos) sentidos...
ResponderEliminarDdC
:)
Eliminargrazie tante:)
até
Um penso rápido trata do assunto :)
ResponderEliminarum bom fim de semana :)))
para ti :)))
Eliminar:)
Eliminaré logo desinfectar com álcool (diz que o que arde cura ehehe)
grazie pelo musicol, aqui vai uma de sempre do Cão:
http://www.youtube.com/watch?v=xjDLc-8tW2I
bom fim-de-semana
:))))))
ResponderEliminarOlá, Não é estranho nem original mas a verdade é que gosto, gosto mesmo, de feridas superficiais. E talvez por gostar delas não as sei tratar.
ResponderEliminarExcelente texto como sempre :)
H.
:)
Eliminargrazie:)
enquanto forem apenas superficiais, ainda vá:)