domingo, 31 de março de 2013
dia não sei quantos 269: afinal que horas zzsão?
...cerveja(...)zzzzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZtriimmZZ...náuseazzzzpatoassadoz...entretanto fui ali ver se chove. Continua. Era só para
saber. Com o olhar amortecido pela chuva, chego à conclusão que o livre arbítrio
recolhe às boxes quando devidamente encharcado.
sábado, 30 de março de 2013
dia não sei quantos 268: talvez
É claro que podemos sempre descobrir géneros completamente novos de decepção, disse-o Julian Barnes, e ainda por cima escreveu-o, por outro lado, podemos sempre descobrir géneros completamente novos de descobrir coisas novas, mas talvez seja necessário deixar de procurar para estar disponível para encontrar, ou isso. Fodido, mesmo fodido, é o tumor da auto-ilusão, acho que foi o Bellow que o disse, escrevendo-o.
sexta-feira, 29 de março de 2013
dia não sei quantos 267: calma...agora
Não sei mas, mais das vezes é isto…
quinta-feira, 28 de março de 2013
dia não sei quantos 266: tema do dia
No sonho (eheheh), um tipo falava com alguém (ou com algo?), naquilo que
parecia ser um bar (seria?), estava escuro, o tipo que supostamente falava com
alguém (ou com algo) dizia: gosto muito
do gajo, gosto mesmo, não, não de Sócrates mas de Nietzsche, gargalhava e
continuava quase murmurando, "a náusea
diante da porcaria pode ser tão grande que nos iniba de nos lavarmos – de nos
«justificarmos»" – escreveu Nietzsche. Nenhum som veio ao seu encontro. Algo
ou alguém servia de biombo a esse homem. Ele não aguardava nenhuma resposta.
Nenhuma justificação. Quando acordei pensei no biombo.
quarta-feira, 27 de março de 2013
dia não sei quantos 265: rascunho
Estava indeciso entre começar a escrever o desenvolvimento
– totalmente desfasado da realidade – das últimas démarches no sentido de
aprimorar os meus conhecimentos legando-os à comunidade por meia dúzia de
patacas (entre outras cenas importantes), ou tomar um duche e comer umas merdas fixes que
já tenho na cabeça como fim-de-tarde gourmet anacrónico pobretanas.
[no sentido
de a escolha (remota) ser a primeira hipótese, seria assim:
- duas démarches mais uma démarche já realizadas (e depois?);
- biscates técnicos mais parados que um saco de
cadáveres;
- uma cena para responder utilizando o dedo médio
como resposta ao (deles) dedo médio;
- preparar o ensopado técnico para responder qualquer
merda aos tipos responsáveis (ainda assim aprimorar as leituras, o saber ocupa
apenas o espaço de um pentelho no deserto);
- ler umas merdas;
- juntar a personalidade vetusta à personalidade moça
com as suas experiências a tiracolo numa cama de água e ver no que dá;]
Mas como vou duchar a papar cenas não sei nada destas
merdas.
terça-feira, 26 de março de 2013
dia não sei quantos 264: a aventureira travessia
Um dia qualquer Ivo Andrić escreveu assim sobre um tipo convencido que
chegavam os dias com que sempre havia sonhado: parecia-lhe levar o sol na algibeira. Nada contra. Mas aqui
continua a chover como se não houvesse amanhã. Não fui correr. As cenas do musicol e da chuva começam a timbrar o seu destino a lodo na casota. Não sei se dá para dançar dentro da algibeira. Dá?
segunda-feira, 25 de março de 2013
dia não sei quantos 263 e tal: cá me cheira a hematomas
A situação adquire contornos sintomáticos do denominado sentido na prateleira. Não explico, mas concordo
com a facilidade como neste ocasional país se demonstra a velha máxima do
espeto no cu do ferreiro cujo material é de pau. Ora, o ferreiro habituou-se à
fartazana de paus nas redondezas enquanto não se imiscuía na sua formação
técnica que remonta às primevas fogueiras (que aliás, aconteceram por obra do
caso mais o ser humano por perto) calhadas muitos anos antes desse ferreiro
saber sequer em que rua ficava o letreiro do Capone que indicava a rua do
Canadá. Estas merdas não são simples, outros mais coniventes com a inteligência
e o estudo falharam na demanda do graal cá do burgo, sem contar que o burgo é
um verdadeiro autoclismo de cismáticos a espirrar cenas para o quintal do
vizinho, que também é do burgo, na verdade a vista nunca alcançou [pouco] mais
que o muro ao lado da tenda do tipo que não sabe onde fica a tabuleta do
Capone. Foda-se.
dia não sei quantos 263: fluído inicial [risinhos]
Sobretudo a logística se afigura de todo incompreensível
e condicionada à incerteza. Vou estar presente com a determinação possível
perante um cenário diverso e desolador com entreabertas de poucos minutos e cujo
fundo oscilará entre quadros do Bosch e do Francis Bacon, tenho para mim que
poderá redundar em frágeis acertos ou inimagináveis planuras de algum prazer.
Não é de descurar ataques. Não é de descurar porventura o revestimento
hipotético do bolso com patacos cintilantes.
domingo, 24 de março de 2013
dia não sei quantos 262: [lalalala...]
Não está fácil. Entretanto, tive mesmo que subornar
alguns pensamentos. Durante a noite alguma emoção assombrou estes dias de pasmo
catalisador de nevralgias [risinhos]. Não fiz por menos, deitei-me e dormi mal
como o caralho, os sonhos apresentavam-se num palco onde a consciência
porventura dá cartas, continuei a não fazer por menos e acordei várias vezes
apenas para me lembrar dos sonhos apresentados num palco onde a consciência dá cartas. Até ver, doamos a conta ao recado [risos]
.
sábado, 23 de março de 2013
dia não sei quantos 261: instinto familiar
Não recomendo calma. Entretanto fui
ali ver se tinha ainda as tais cenas no armário, nem sempre o que está dentro
do armário está escondido. Salvo isso ainda não fiz a ponta de um corno,
todavia, em sinal de desagravo proponho um brind…e…
Esta posta começava, lamentavelmente, da forma que acabamos de ler.
Teremos que proceder a uma clarificação em abono da salubridade augusta do Cão.
Pela verdade, começa assim: ZZZzzzzznáuseazzzzzzzinesperadamente menos náusea
que o esperado (deixem passar), os sonhos perfeitamente coligidos e manietados
matinalmente embora tardiamente. Um olhar garrido empresta uma colagem estranha
ao espelho. Sem brinde, retomaremos as hostilidades dentro de momentos. Mas baixinho.
sexta-feira, 22 de março de 2013
dia não sei quantos 260: fiquei (in)quieto
Não me recomendo. Tenho, não objectivamente, assuntos pendentes reproduzindo-se
de forma cismática na borda, quer dizer, isto aqui à minha volta limita-me a
uma borda, mas uma borda encantadora com vista para a ladeira e demais regiões
alveolares, de resto tenho contactos com a realidade diáfana em sentido inverso
à erupção do Etna. Sei de coisas, às
vezes as máquinas projectam indefinidamente a mesma semana, Bioy Casares
esclarece-o sombriamente em a invenção de
Morel, tudo é possível, inclusive, a coincidência,
num mesmo espaço, de um objecto e da respectiva imagem total. Tal facto
sugere a possibilidade de que o mundo
seja constituído, exclusivamente, por sensações. Outros pontos por explicar não constam [ainda]
do diário. Daquele e deste. Com a vossa licença.
quinta-feira, 21 de março de 2013
dia não sei quantos 259: pregorrativa
A páginas tantas, não sei bem se me perguntaram se eu tinha um processo, caso
esta interrogação tivesse, de facto, existido, eu teria respondido que, embora
não soubesse de nenhum processo, bem falta me fazia um. Um destes dias terei de
falar da Repartição. Agora vou estar
quietinho a magicar versos para depois fazer uma fogueira.
quarta-feira, 20 de março de 2013
dia não sei quantos 258: président – queijo fodido
[Estava a pensar, não se percebe bem, mas parece que o
tipo anda em bolandas, rejubila internamente, comunica, apraz-lhe vestir
roupagens de bom senso, olhar comedido, presença certa, esse tipo só pode ser
candidato a qualquer coisa, supostamente, não sabemos, um outro incide a sua presença
na ponta do indicador, outro ainda, parece saído de um lugar inóspito e mofento
onde se remedeiam alguns possíveis eleitos para aquilo. Não se consegue
perceber as vantagens. Estive mais de sessenta e quatro minutos aguardando uma
pancada seca de burrice exacerbada, mas não, têm soluções, como se as tivessem,
mostram-se educados, como se o fossem, apresentam-se ali como se ali
estivessem. Não se consegue perceber as vantagens.]
Entretanto fui fazer de
conta que corria.
terça-feira, 19 de março de 2013
dia não sei quantos 257: assunto
Agora vou ali que tenho uma cena pertinente em termos supostamente. Parece
que foi sob minha solicitação, mas eu não tenho memória de tal ventura, o
processo, todavia, decorre para além das minhas forças e da minha vontade, sendo
claro que é um fim em si mesmo, não andando além do enredo burocrático que o
sustenta, sendo que o incumprimento nos termos legais concorre para uma cessação
da legitimidade de mandar esta merda toda para o caralho. Deves.
[que alto]
segunda-feira, 18 de março de 2013
dia não sei quantos 256: tema sem debate
As coisas estão tão ligadas umas às outras que optei por ficar no escuro
do quarto mais uns dez minutos, entretanto não fiz nada de especial, ia começar
a ler umas merdas – como o Holden Caulfield eu também sou um tipo inculto mas leio
muito – mas deu-me para dar de frosques e ir correr, coisa que fiz com a
ligeireza de quem carrega um saco de batatas de uma arroba às costas, o que deu
azo a comentários de vários seres humanos em formato de sussurro. Estava nisto
e já estava a encurtar a distância para a uma ideia vertiginosa que guardei
junto com o saco de batatas de uma arroba que levava às costas e quase definhei
com o peso de tamanho desígnio. Acabei a coçar uma circunscrevida região
anatómica enquanto lia uma pequena maravilha de prosa inútil.
domingo, 17 de março de 2013
dia não sei quantos 255: gatinhando devagarzz
zzzZzzzo jantar estava divino e Baco lá apareceu a dar um ar da sua graça e nunca mais arredou o pé, já com Dionísio a tiracolo fomos todos encher o depósito numa medida com precedentes totalmente previsível, adiamos o resgate dos corpos para mais tarde e continuamos a refutar qualquer veleidade de sanidade mental como já não se via...zzzZZZZZnáuseazzzai carambazz.
sábado, 16 de março de 2013
dia não sei quantos 254: é capaz de ser é
Estava a pensar nisso mas
depois tive que sair sem saber já o que nisso
contribuía para a minha felicidade, um tipo perde estas e outras à conta de
arrufos e outras cenas que nos deslumbram através de um
raio minúsculo que nos trespassa por segundos, ou nem isso, hoje (ainda) não
senti nenhum raio mas estou a tentar estar junto ao presente irreversível e
continuo nessa trave mestra onde se ouve…deixa cá ver…istoooo
sexta-feira, 15 de março de 2013
dia não sei quantos 253: miudezas
Um
dia escreveu assim Walt Whitman: and as to you Life I reckon you are the leavings of many deaths.
[foda-se, já que não está tudo dito vou ter que ir ali]
quinta-feira, 14 de março de 2013
dia não sei quantos 252: método [logia]
Não sei porquê, tenho pensado, foda-se, há qualquer
coisa de estranho em todas as manhãs, aparentemente as coisas recomeçam, em
verdade, continuam, mas é um continuar que insinua um recomeço a cada instante,
embora estas merdas nos passem ao lado como uma coisa transparentemente familiar,
passamos da mesma forma ao lado daquela casa antiga sem nunca reparar no nicho
(lindíssimo) lateral, passamos acolá numa rua cujo nome conhecemos sem saber
quem é o cujo/a e juramos a pés juntos que as casas são todas iguais, ou nem
tanto.Um gajo está aqui está a perder a sensação do
imponderável de que o Sebald falava, se calhar porque não olha nem sente com o
corpo todo, ou isso. É fodido.
quarta-feira, 13 de março de 2013
dia não sei quantos 251: [...]
Que horas são?, e deixei-me ficar até a consciência começar a jogar rugby
com a mona, ainda assim, após três ou quatro placagens dirigi-me placidamente
ao desenjoo, chá verde, torradas, manteiga franciú, hoje marmelada não,
aquecimento, esquecimento, esquentamento, e fui correr. Mais tarde um telefonema.
Depois outro. As novidades não eram boas nem manifestamente exageradas.
terça-feira, 12 de março de 2013
dia não sei quantos 250: miragens
Sem novidade, subi e desci a ladeira, o grande edifício
continuava a receber e a despejar gente, com a indiferença sólida e honesta do
betão. A coisa seguiu naturalmente o seu
curso e depois pensei numa maneira de afugentar
o tédio e de normalizar a circulação. Só então percebi que estava [outra
vez?] dentro de Moby Dick, e quando cheguei a casa confirmei a sentença: sempre que sinto um sabor a fel na boca;
sempre que a minha alma se transforma num Novembro brumoso e húmido; sempre que
dou por mim a parar diante de agências funerárias e a marchar na esteira dos
funerais que cruzam o meu caminho; e, principalmente, quando a neurastenia se
apodera de mim de tal modo que preciso de todo o meu bom senso para não começar
a arrancar os chapéus de todos os transeuntes que encontro na rua – percebo
então que chegou a altura de voltar para o mar. Apenas temos que saber qual
é o nosso mar. Tão cedo quanto possível. Até já.
segunda-feira, 11 de março de 2013
dia não sei quantos 249: ausente mas lá
Chovia e os caminhos desconhecidos podiam esperar. Fui tratar de vida, entregar
um CV em mão e ver do jornal, ficar a olhar para dinheiro a sair de uma
máquina incrustada na parede, reconhecer-me como parte de um sistema fodido, pensar
num tipo qualquer saído do século XIX, a olhar para aquela máquina incrustada
na parede de onde sai dinheiro, o tipo não quer acreditar e decide que vai
estudar cenas maradas para construir uma máquina do tempo, depois vacila, compra
uns smarties tubo e fica encantado. Lá fora continuava a chover e os caminhos
desconhecidos teriam que esperar. Ainda faltava a bilha de gás. Falta sempre
qualquer coisa caralho! – terei pensado, mas não tenho a certeza.
domingo, 10 de março de 2013
dia não sei quantos 248: quando puderes
Se não podes fazer da vida o que tu
queres, / tenta ao menos isto, / quando puderes: / não a disperses em mundanas
cortesias, / em vã conversa, fúteis correrias. / Não a tornes banal à força de
exibida, / e de mostrada muito em toda a parte / e a muita gente, / no vácuo
dia-a-dia que é o deles / – até que seja em ti uma visita incómoda. Isto escreveu-o
Cavafy.
sábado, 9 de março de 2013
dia não sei quantos 247: à margem das últimas notícias
Estou atento, ou nem tanto. Às vezes as coisas passam-me ao lado, outras,
passo eu ao lado das coisas. Extravio à mercê do momento sem o agarrar, dir-se-ia
que a roupagem está desacertada, quer dizer, veste no tamanho, assenta no
cabide, conjuga no desalinho, mas ostenta[ndo] um invólucro sem canastro que a sustente.
Agora vou ali moderar outra sessão.
sexta-feira, 8 de março de 2013
dia não sei quantos 246: ando zzz mas não parece
Ando zzz, às vezes ando Zzzz, outras durmoZZZZZ, acordo à passagem de
milhares pensamentos carnívoros, fico-me por zonas proibidas para almejar ao
presente irreversível. Às vezes espero pelas segundas partes para aproveitar as
transições rápidas. Outras vezes leio. Outras passeio. Entretanto adiei a
alulagem. Entretanto fui correr.
quinta-feira, 7 de março de 2013
dia não sei quantos 245: não há graveto para nostalgias
Vai daí abri o olho…huuum, chuva tonificada pelo vento?, ocultei o
embaraço entre os lençóis, já estou fodido com isto, levantei-me uns quinze
minutos depois e fiz um chá verde como se nada fosse. A coisa continuava.
Respondi a um anúncio de emprego e depois fui ler umas merdas. Estive mais de
uma hora nessa cena de ler umas merdas e acabei a reflectir sobre essas merdas
que li, mas como o cérebro faz ligações fodidas comecei a pensar nos dois
anúncios (de emprego?) que já havia respondido esta semana e nos milhões de
anúncios que já respondi nos últimos triliões de segundos, pensei nos
telefonemas (ainda ontem caralho!), nas reuniões, projectos, cenas, um gajo a aparecer
para ver no que dá, pensei nas entregas de cv´s em mão, no pé, à cintura,
deambulações, flanações, solicitações, empreendedorismos de meia tigela,
planos, biscates técnicos, pensei na actualização da merda do vitae, mas com o
quê?, merdas freelancer?, mas que merdas?, actualizar o cv com o diário do Cão?,
grande ideia. Vou dar o CV ao Cão. Não há graveto para nostalgias.
quarta-feira, 6 de março de 2013
dia não sei quantos 244: conclave nómada
Acordei despachado com um resto de filme na boa. Decididamente, ainda não
há data definida para responder às vozes interiores sobre a pressão legítima
dos últimos tempos, e não havendo informações sobre esse conclave mental do Cão
a especulação é uma impressionante planície revestida a nada. Depois escrevi
umas merdas no notecaderninho vermelho, deu-me para ler umas cenas de um livro
e depois umas cenas de outro, não fui correr, não pensei mais no caso, dei um
voto de confiança aos abdominais e fui mercadejar ali perto. Sou polivalente,
vou aos treinos quando posso, identifico a beleza perdida num paralelepípedo,
mas reconheço que a evidência destas conexões poderá não ser visível a olho nu.
terça-feira, 5 de março de 2013
dia não sei quantos 243: untar as peças
Paralelamente, e à revelia da angústia, acabei por ir correr adjudicando
logo aí meia dúzia de pensamentos, ficando ainda sobre a minha alçada a
exposição de várias diligências (meditativas) sobre um cenário que se afirma
como um bloco estranho à minha disponibilidade bélica. Tento reajustar-me e dou
com os cornos no bloco estranho à minha disponibilidade bélica, uma tendência
que oficialmente não se ajusta a nenhum mercado, mesmo concorrencial, coisa que
atesto in loco, embora a minha
sensibilidade se assemelhe, ela própria, a esse mesmo bloco (de granito?) nada
conforme à minha disponibilidade bélica. Não sei se pensava nisto, mas a
corrida irremediavelmente começou por correr bem, as mesmas ruas, às vezes uma
ou outra mudança, e depois as voltas, umas vezes por um lado, umas vezes pelo
outro, dou por mim a pensar que gosto de correr às voltas, fazer contas, pensar
nas voltas anteriores, quantas foram?, e da última vez, quantas foram?, e
continuo às voltinhas antes da panaceia do regresso ora por aqui ora por ali,
mas sempre a mesma merda, dou por mim a pensar que ando às voltas também na
vida, ora por aqui ora por ali, hoje isto, amanhã aquilo, mas sempre a mesma
merda, até que reconheço a ladeira familiar, ocasião para assinalar o momento e
untar as peças.
segunda-feira, 4 de março de 2013
dia não sei quantos 242: o cheiro do grito a levedar?
Tomar deliberações é fácil: pronto, já está. Mas às vezes um grito assoma
à boca, quer dizer, não será (ainda) bem um grito, é a formação de uma identidade
verbal, algo profundo, que vem lá debaixo, ruminado nas estranhas, comunicando
com os fluídos, temperado de dores e breves melancolias. As melancolias terão o
seu meio corporal favorito, toda a gente o sabe. Entretanto, existe um mundo lá
fora, o presente irreversível recordando-nos que é irredutível. Vamos lá ver
isso.
domingo, 3 de março de 2013
dia não sei quantos 241: parangonas
Ricky van Wolfswinkel marca dois golos, mostra o cu ao árbitro e no final
disserta sobre Ludwig Joseph Johann Wittgenstein – principalmente sobre a sua fase
na cabana em Skjolden, na Noruega, onde parece que assomaram à luz as ondas do
pensamento que estavam não se sabe bem onde.
(Em actualização)
sábado, 2 de março de 2013
dia não sei quantos 240: a cabeça do saltimbanco jornadeia
Tomei o pulso ao dia, entrevi dificuldades, fui correr, subi e desci a
ladeira para empanturrar o bandulho de comida veloz, pensei na cena do jogo de
mais logo enquanto tratava mais uma subida fodida por tu. Tive que parar. Recusei
qualquer responsabilidade. A minha ansiedade projectou tudo isto demasiadas
vezes. Segunda-feira é dia de vestir a decisão com o paletó certo. [Paletó é mais
cool que blazer ou o caralho]
sexta-feira, 1 de março de 2013
dia não sei quantos 239: isto é muito simples
Um tipo acorda, lá fora aparentemente está tudo igual, o robe de chambre
está ali à direita pendurado…hehehe, a porta está fechada, as horas denunciam
que o pensamento anterior estava equivocado, se calhar é tudo a fingir, esta
merda toda, estes últimos tempos, por isso será preciso experimentar tudo, e se
a porta for também a fingir [?], como escreveu
um dia Vernon Sullivan, o melhor será então perguntar como é que me puseram aqui dentro [?], reiterou um dia Vernon Sullivan, às vezes
conhecido como Boris Vian, mas não se encontra(ra)m vestígios de esclarecimentos.
Subscrever:
Mensagens (Atom)