terça-feira, 5 de março de 2013

dia não sei quantos 243: untar as peças


Paralelamente, e à revelia da angústia, acabei por ir correr adjudicando logo aí meia dúzia de pensamentos, ficando ainda sobre a minha alçada a exposição de várias diligências (meditativas) sobre um cenário que se afirma como um bloco estranho à minha disponibilidade bélica. Tento reajustar-me e dou com os cornos no bloco estranho à minha disponibilidade bélica, uma tendência que oficialmente não se ajusta a nenhum mercado, mesmo concorrencial, coisa que atesto in loco, embora a minha sensibilidade se assemelhe, ela própria, a esse mesmo bloco (de granito?) nada conforme à minha disponibilidade bélica. Não sei se pensava nisto, mas a corrida irremediavelmente começou por correr bem, as mesmas ruas, às vezes uma ou outra mudança, e depois as voltas, umas vezes por um lado, umas vezes pelo outro, dou por mim a pensar que gosto de correr às voltas, fazer contas, pensar nas voltas anteriores, quantas foram?, e da última vez, quantas foram?, e continuo às voltinhas antes da panaceia do regresso ora por aqui ora por ali, mas sempre a mesma merda, dou por mim a pensar que ando às voltas também na vida, ora por aqui ora por ali, hoje isto, amanhã aquilo, mas sempre a mesma merda, até que reconheço a ladeira familiar, ocasião para assinalar o momento e untar as peças. 

4 comentários:

  1. Aqui está a prova (não bélica) que é possível escrever várias vezes a palavra "bélica" e ainda assim o texto sair extraordinariamente poético. Confio na sua sensibilidade.

    H.

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    1. :)
      …a minha sensibilidade às vezes é também um bloco…talvez de mármore:)

      a cena bélica encerra sempre algo de poético…(ou é ao contrário?:)))

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  2. Bom dia,

    à revelia da angústia tens que continuar:)

    escreve que também deve ajudar a espantar os males:)

    jinhs

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  3. bom dia,


    espantar os males untando as peças:)

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