[fui acompanhante de uma ida à mercearia e ainda providenciei o regresso da tal assistência
técnica por mecanismo de garantia]
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
dia não sei quantos 132: como já é tarde
Um destes dias ouvi dizer que um diário é o oposto dos dias com
resignação, ou resignados, já não
sei. Se calhar não percebi. Um diário é uma espécie de casa de bonecas (serve para este efeito) com(o) fachada, uma simulação demasiado próxima da
vida, quem sabe uma forma de a tornear ou de a deslindar, e também aí
guardamos, num palimpsesto escrevinhado, os nossos bonecos objectos, as nossas
meditações, quase tudo o que é preciso no invólucro suspenso dos dias. Um
diário como invólucro suspenso dos dias. Isto não quer dizer nada, como é
evidente, mas não me lembro de nada melhor. Esgotei os bonecos, parti a louça. Uma
das entradas dos diários de Kafka: "9 de
Março (1923): Utilizar o ginete do agressor para a sua própria cavalaria. Única
possibilidade. Mas quantas forças e destreza tal não exige? E como já é tarde!"
Etiquetas:
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Não interessa a definição de diário, cada um terá t a sua, mas "um invólucro suspenso dos dias", não está nada mal:)
ResponderEliminarjinhos
obrigado:)mas não me lembrei mesmo de melhor:)
ResponderEliminarvolte sempre