quinta-feira, 25 de outubro de 2012
dia não sei quantos 112: o caminho para o curto-circuito
Estava a meditar que comecei a fazer
projectos, ou a ter projecto, quando, por volta dos três
anos já roubava bolachas de forma planeada, pouco depois terei começado a achar
piada aos signos do alfabeto, a juntar letrinhas, a perceber e a escrever
palavras, que cena marada, e seguidamente, acho, tive o projecto de assaltar a
garrafa de vinho do porto fora do âmbito da salada de fruta ensanguentada. Mais
tarde tive o projecto de não ter projectos, e depois tive o projecto clorofila, um projecto niilista
que se negava a si próprio, entre outros, e fui percebendo que fazer projectos ou ter projecto não quer dizer absolutamente nada, como não fazer
projectos ou não ter projecto não quer, igualmente, dizer absolutamente nada, mas
lá que fica bem. O sentido, se é que ainda há algum, da palavra projecto muda
mas rapidamente do que o coração de um mortal (tomando de empréstimo o poema de
Baudelaire – a cena sobre Paris), resultando num conceito multidiscursivo, ou isso, muito utilizado como bálsamo
desinfectante, ou paliativo amoniacal de discursos de tipos e tipas com
encefalograma plano (esta cena do encefalograma plano é do Bolaño, não?), ou
isso. Outras palavrasconceito
sofreram da mesma moléstia: património, cultura, ambiente e democracia, penso
logo de cabeça na República Democrática Popular da Coreia (do Norte). Agora vou ali ver da marmelada.
Até já.
[Duchamp]
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Boa noite :)
ResponderEliminarter projectos são promessas de felicidade :)
não ter projectos também:)
ResponderEliminarboa noite:)