O observador sempre quis uns
binóculos, uns lunetes daqueles mesmo a sério, daqueles que ver muito ao longe,
muito ao longe, torna as coisas pequeninas dentro de um frasquinho sempre à
mão, depois o observador ficaria oculto atrás de algumas rochas cujos lacraus
seriam os cortinados de sua casa, não sabemos se se trata de um deserto, não
sabemos se aquele austríaco dos detectives selvagens, Heimito Künst, estaria
por perto, Heimito teve febre, bem o sabemos, Heimito não conseguia aguentar,
mas aguentou, adormecendo, os sonhos de Heimito não o largavam a noite inteira,
Heimito achava que os sonhos não têm dedos, têm punhos, e por isso deveriam ser
lacraus. Heimito sabia tudo mas não sabia nada. E nisso estava como o nosso
observador que analisava o exterior sob uma penumbra filtrada de lacraus e depois,
durante horas, perscrutava o horizonte, tomava notas, adormecia, coçava os
bolsos das calças e, sem se dar conta, chegava sempre ao local de onde havia
saído no início do sonho. Por fim acordava. O observador sabia tudo mas não
sabia nada.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
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Grande observador :)
ResponderEliminaras melhoras :)
:)
ResponderEliminarestamos a tentar dar sequência às melhorias:)
obrigado:)