quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

dia não sei quantos 167: anfíbios linguísticos


Quem sou eu?, por exemplo,  em português perde-se logo aquela guelra que nos deixa respirar nas conversas mais prosaicas, ainda assim, ao balcão da tasca, entre futeboladas e sonhos de iscas de fígado, o caminho, sendo tortuoso, configura alguns prazeres desconhecidos. Lá está, unknown pleasures (apesar da cena de ser um disco incrível dos Joy Division) encerra logo lastro suficiente para marearmos em qualquer conversa poética ou intelectualmente civilizada sem ter que citar o Proust, ou isso, já prazeres desconhecidos, embora poético, pode-nos fazer logo lembrar, a nós e a outrem, a menina prazeres lá da rua, a tal que se enfiava, hipoteticamente, dentro de um saco de batatas acompanhada de material do jardim-de-infância, ou a mercearia prazeres (com) desconhecidos [um queijo para quem adivinhou a seguinte]. Mas quem sou eu?, está lá, mas não chega ao who am i, por exemplo, aquele who am i, a páginas tantas no masquerade dos Clan of Ximox, e depois lá mais para a frente, cold as ice / this face i see, parece que estou a ouvir. Lindo.
Quem sou eu?, não sei, mas este filme não me sai da cabeça, não me lembro de quase nada, do sacrifício (offret) lembro-me bem, mas deste: 



(...)qual deles?



[stalker]

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