Por exemplo, a cena destes dias, às vezes penso nisso com uma certeza
carnívora, os exteriores e mesmo os interiores fazem lembrar cenários, não
aqueles cenários realistas e pomposos, ou supostamente realistas mas igualmente
pomposos, nem sequer aqueles espaços reais que simulam outros espaços reais
como cenário de fundo, a cena dos western spaghetti na Andaluzia, ou isso, não,
estes cenários recordam-me o Dogville ou o Manderlay do Trier, filmed in a studio with a minimal set, tudo
tão óbvio que nos transporta para a narrativa, lá para dentro, mesmo lá para
dentro, e a páginas tantas aquilo é mesmo real, mais real que a própria vida,
aquilo ali não é teatro, mas algo com que nem o Baudrillard contava: a
simulação de uma simulação. Este contrário é o quê?, o que vemos, vemos pelo
olho da câmara, a câmara ali faz toda a diferença, mas depois esquecemo-la e o
que resta são resíduos, contornos, espaços minúsculos misturados com pessoas, e
essas pessoas são também décor, décor de si próprias ou se quisermos das
próprias personagens. E entretanto começa a fazer sentido para quem entra por
esses olhos dentro (por favor não liguem aos pleonasmos), e é assim que eu vejo
estes dias, por uma espécie de câmara, os meu olhos, estou fora e ao mesmo
tempo estou dentro, é como se fosse um sonho, tão obvio que parece um sonho mal
desenhado, e um tipo está ali a dormir e percebe que está a sonhar, com a
diferença que não estou a sonhar, mas lá que parece um desenho distorcido,
parece. Não sei se me faço entender?
Já volto.
já estava com saudades disto:)
ResponderEliminarvai correr bem,
bom dia e jinhs
bom dia:)
ResponderEliminartem que ser:)
vamos lá,
fabuloso:))
ResponderEliminarolha a tasca:
http://otiofoiemviagemdenegcios.blogspot.pt/
suspeito:)
ResponderEliminarsou cliente das duas tascas:)