Não fomos ao fundo da questão, na verdade tentamos dormir sobre o assunto,
o telefone havia tocado, do outro lado uma voz feminina anunciava com
determinação timbrada à máquina qualquer coisa para o ano, assuntos pendentes,
cartas enviadas, respostas sem esclarecimento mútuo, ficamos assim, eu a pensar
naquela voz de rádio, de rádio não, aparentada talvez com uma voz de rádio,
todavia, metálica, seca e repetitiva, uma voz de alguém que passa a vida ao
telefone, uma voz que poderá porventura anunciar a nossa morte sem pestanejar, enquanto
observa a agenda de soslaio. Ela talvez a pensar na próxima marcação, na hora
de saída, no jantar a dois de logo mais. Não dei idade àquela voz, entretanto
terei lido qualquer coisa, terei passeado, terei bebido uma ou duas cervejas,
terei dormido sobre tudo isto, pesadamente. Agora vou ali ver da mochila.
Conhecem a mochila do Sebald? Ah, pois.
sábado, 29 de dezembro de 2012
dia não sei quantos 177: ajoujar a cavalgadura
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hahahahah
ResponderEliminarAh, pois. Sebald :))) bate certo :)
a trote:)
ResponderEliminarnão que se note:)
um bom dia...ups o dia já está a acabar...uma boa noute:)
até