sábado, 8 de dezembro de 2012

dia não sei quantos 156: não guardar isto


Um tipo levanta-se, já é uma sorte, acordou cedo, deixou-se ficar, esta de se deixar ficar é do melhor, uma hora, duas horas contou, ali ao lado já se trabalha e hoje é feriado e hoje é sábado, sente qualquer coisa de raspão, é uma dessas coisas indefiníveis, aquela cena do Artaud, a alma a rasgar-se, ou isso, o tipo gosta do Artaud, aquela viagem ao México fodeu-lhe a tola, o tipo pensa nisso, mas não se sabe se o Artaud queria mais alguma coisa com a tola, com a dele e com a dos outros. Entretanto o corpo que pertence ao tipo a que anuímos ganha vida, e depois é vê-lo além, a fazer de conta que corre, o cabrão. 

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