sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

dia não sei quantos 162: falência técnica contratualizada


Tem dias fáceis. O saltimbanco jornadeia entre volúpias garridas e imbecilidades a tiracolo, ainda assim, as mãos aconchegam livros, o corpo rege-se por diabruras inconstantes, endireita-se como um membro, chegada a altura, as mãos desse corpo aconchegam outro corpo, nada disso é demais, o sol pela peneira, a chuva a dar gravidade e solidão ao caminho, os frutos que se colhem apesar da indiferença. Tem dias difíceis. O saltimbanco jornadeia demasiado humano, dança pequenas penumbras, encolhe-se perante imbecilidades, resmunga tratados do vazio e segue ao sol e à chuva, estações alheias ao seu sentimento, come e bebe, como quem come e como quem bebe. Não há margem para adiar o já não é pouco.  

[agora vou ali ver do projecto, do jornal e da chuva]

6 comentários:

  1. muito bom, ainda por acaso bem escrito e tudo. quem anda aí?
    vamos agora também ali ver a comboio passar como o tal...

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  2. o homem/mulher que via passar os comboios:) seria?
    nada mau

    volte sempre

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  3. heheheh
    Gostei sempre de saltimbancos :)))
    trapezistas e de equilibristas :)))

    um bom fim de semana :)

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