Escreveu assim o Maupassant no conto “Sonhos”, em
1882, parece:
« – Quando não
se faz nada da manhã à noite, os dias são compridos.
– E as
noites também – acrescentou o seu vizinho. – Quase não durmo, os prazeres
cansam-me, as conversas não variam; nunca encontro uma ideia nova, e sinto,
antes de falar seja com quem for, um desejo furioso de não dizer nada e de nada
ouvir. Não sei que fazer dos meus serões.
E o terceiro desocupado proclamou:
– Eu pagaria
muito caro um meio de passar, cada dia, apenas duas horas agradáveis.
Então o escritor, que acabara de pôr no braço o
sobretudo, aproximou-se.
– O homem –
disse ele – que descobrisse um vício novo e o ofertasse aos seus semelhantes,
mesmo que devesse abreviar metadae da sua vida, prestaria um serviço maior à
humanidade do que aquele que encontrasse o meio de garantir a eterna saúde e a
eterna juventude (…)»
O tédio do ócio do século XIX. Ah, se eles soubessem
do outro tédio – bem diferente – do século XX, mais democrático e tudo. E
quanto aos vícios, oh! meus amigos, o que não foi já inventado, ao ponto de se
tornar negócio, fancaria, dor…
Não conhecia seu blogue. Muito interessante e bem escrito. Para além de tudo mais...
ResponderEliminarsorte
Neli
sempre disponível..nem sempre recomendável...
ResponderEliminarvolte sempre