quarta-feira, 22 de agosto de 2012

dia não sei quantos 48: três solteiros ricos, sem profissão [mais um escritor e um médico]


Escreveu assim o Maupassant no conto “Sonhos”, em 1882, parece:
 « – Quando não se faz nada da manhã à noite, os dias são compridos.
   – E as noites também – acrescentou o seu vizinho. – Quase não durmo, os prazeres cansam-me, as conversas não variam; nunca encontro uma ideia nova, e sinto, antes de falar seja com quem for, um desejo furioso de não dizer nada e de nada ouvir. Não sei que fazer dos meus serões.
E o terceiro desocupado proclamou:
 – Eu pagaria muito caro um meio de passar, cada dia, apenas duas horas agradáveis.
Então o escritor, que acabara de pôr no braço o sobretudo, aproximou-se.
 – O homem – disse ele – que descobrisse um vício novo e o ofertasse aos seus semelhantes, mesmo que devesse abreviar metadae da sua vida, prestaria um serviço maior à humanidade do que aquele que encontrasse o meio de garantir a eterna saúde e a eterna juventude (…)»

O tédio do ócio do século XIX. Ah, se eles soubessem do outro tédio – bem diferente – do século XX, mais democrático e tudo. E quanto aos vícios, oh! meus amigos, o que não foi já inventado, ao ponto de se tornar negócio, fancaria, dor…

2 comentários:

  1. Não conhecia seu blogue. Muito interessante e bem escrito. Para além de tudo mais...

    sorte

    Neli

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  2. sempre disponível..nem sempre recomendável...

    volte sempre

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