Às vezes, ao acordar ao domingo, não sei, quer dizer,
sei o que se vai seguir, segue-se aquela cena de ir ao pão fresco, comer o pão
fresco, ligar a internet, brincar às escondidas da limpeza da casota, e por aí
fora, ver uma merda qualquer na televisão, calhando ler qualquer coisa, e por
aí fora. A cena da casota é uma implementação tardia mas levada muito a sério,
implicando mudanças de trajecto fim-de-semana(l), em rigor, fazendo sentido quando
se trabalha e o domingo serve para esconjurar a semana e não se ver ninguém, mas
agora o seu sentido primordial perde-se no vazio dos dias, em mais uma
tentativa de simular, de perverter, de fazer parte da humanidade ocidental. Como
escreveu Baudelaire em O meu coração a nu,
“é preciso trabalhar, se não por gosto, ao menos por desespero, porquanto, bem
vistas as coisas, trabalhar é menos aborrecido do que divertir-se”.
domingo, 19 de agosto de 2012
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário