Não estava sereno e, talvez por isso, enervava-me
algum do convívio mundano. Comecei assim a pensar em nunca, mas nunca, escrever
poesia. Poemas ainda vá, mas agora poesia não, a poesia é todo um cercado de
circunstâncias, mundos, vivências, e algum génio que raramente assumem
proporções veiculadas num ser humano. Pelo contrário, não faltam para aí tipos
e tipas a escrever poemas dizendo que escrevem poesia, confundindo o
inconfundível, ou melhor, enganando-se e enganando-nos com vacuidades,
pensamentos e estilos exacerbados que normalmente circunscritos a algumas
pancadinhas nas costas e um ou outro “escreves tão bem, passa-me a salada”, não
raro derivam em livros. Não é o caso de
Walt, nem o caso do Fernando, que aliás chamava ao Walt irmão em universo.
Gosto de pensar que, de alguma forma, somos irmãos em universo, não vem mal ao
mundo, e não me dá para escrever poesia. Poesia é mais ou menos isto: “Das
trevas avançam os opostos iguais, sempre a matéria e o incremento, o sexo
sempre, / Sempre a malha da identidade, sempre a diferença, sempre a progenitura
da vida/, escreveu Walt. Poesia não. Quanto a poemas, vou já mandar um curriculum…
sexta-feira, 20 de julho de 2012
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