sexta-feira, 20 de julho de 2012

dia não sei quantos 21: irmãos em universo



Não estava sereno e, talvez por isso, enervava-me algum do convívio mundano. Comecei assim a pensar em nunca, mas nunca, escrever poesia. Poemas ainda vá, mas agora poesia não, a poesia é todo um cercado de circunstâncias, mundos, vivências, e algum génio que raramente assumem proporções veiculadas num ser humano. Pelo contrário, não faltam para aí tipos e tipas a escrever poemas dizendo que escrevem poesia, confundindo o inconfundível, ou melhor, enganando-se e enganando-nos com vacuidades, pensamentos e estilos exacerbados que normalmente circunscritos a algumas pancadinhas nas costas e um ou outro “escreves tão bem, passa-me a salada”, não raro derivam em livros.  Não é o caso de Walt, nem o caso do Fernando, que aliás chamava ao Walt irmão em universo. Gosto de pensar que, de alguma forma, somos irmãos em universo, não vem mal ao mundo, e não me dá para escrever poesia. Poesia é mais ou menos isto: “Das trevas avançam os opostos iguais, sempre a matéria e o incremento, o sexo sempre, / Sempre a malha da identidade, sempre a diferença, sempre a progenitura da vida/, escreveu Walt. Poesia não. Quanto a poemas, vou já mandar um curriculum… 

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