Imaginai que é segunda-feira. Um tipo acorda sem despertador. Logo a
seguir dá por si a manobrar os pensamentos, levanta-se, lava a cara e injecta
um pequeno-almoço rápido, seguindo-se-lhe um ligeiro devaneio, e já está sentado ao
computador. Parece que tem coisas que fazer, coisas que foi adiando para encher
os dias, e agora parece que tem um plano e um projecto, plano e projecto misturam-se
nesse momento, academia e trabalho misturam-se. Dali a pouco até sai da casa,
vai direito ao projecto (ou será ao plano?), com a mona quase vergada ao sol,
pensando no correio electrónico que enviou, pensando num tal jantar que, em
princípio, esta semana não poderá escapar, pensando no que eventualmente dirá
nesse jantar. Pensará no plano, ou melhor falará do plano, ou do caralho do
projecto? É que não quer pôr o carro à frente dos bois. Vai pensando no plano
ou no que dirá, e chega ao destino, dizem-lhe para não ter pressa, que é
preciso isto e aquilo, mas que reunião agora só lá para Setembro. Ele sorri,
folheia o Público e depois descobre encantado “as ilhas encantadas” de Herman Melville,
cujo início é um estrato de um épico de Spencer chamado the faerie queene que começa assim: “ – isso não pode ser, – disse
então o barqueiro – / A menos que insanamente nos queiramos perder; / Pois
aquelas mesmas ilhas, que soem por vezes parecer,/ Não são terra firme, nem nenhum
lugar verdadeiro, (…)”. E depois o Melville: “Imaginai vinte e cinco montes de
cinza”…
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Dia não sei quantos 24: imaginai
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ó pá, estares de volta não pode ser bom sinal, pois não? :) Mas ainda bem. consegues escrever sobre o "teu estado" de uma forma completamente diferente. Ainda publicas um livro...jinhos
ResponderEliminarnita
vou já mandar um CV...
Eliminarvolte sempre...:)