quarta-feira, 25 de julho de 2012

dia não sei quantos 26: composição de lugar


Dou por mim entretanto a pensar, pouco original, que sou muitos, os suficientes pelo menos para uma equipa de futebol com guarda-redes e tudo. Começou assim a tarde a morrer, sentado na sanita com um jornal velho nas mãos, reflectindo ainda que também me estão em falta alguns livros do Ruy Belo, perdoa-me Ruy por tão criminosa associação, mas estou assim, sabes, meio perdido, enlatado, até já pensei em recomeçar as listas, e é nisso que entras, logo no topo pode-se ler: obras do Ruy Belo. Depois vou atrás das outras entradas na lista, não deve ser difícil, talvez arrume uns carros para comprar livros antes isso que o resto, não? Mas tu entras, até podes fazer parte da equipa, vá lá, eu já sou tantos, preciso de ajuda, ficas tu e o Sebald no banco, não o Sebald parece que tem que jogar, algures na lista já lá está, bem o sei, também é poesia, ou lá como foi, ah já sei, narrativa poética, chamada “do natural”. E é  com naturalidade que te leio assim Ruy Belo: “ Não caibo nesta tarde que me desfolhas/sobre o coração. Renovam-se-me sob os passos/todos os caminhos e o dia é uma página que lida/ e soletrada descubro inatingível como o vento a rua e a vida”/. 

Sem comentários:

Enviar um comentário