quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

dia vinte e oito: parte da tarde

O sol insinuava-se em estranhas geometrias entre as casas, e mais além, no monte, acabando por tudo agasalhar numa luz amarelecida que, ainda assim, terá durado tempo mais que suficiente para nos regozijarmos com discrição. Não foi isso que notei quando caminhava, vindo de mais um part-time consolador. Sempre os mesmos rostos apressados, aparentemente diligentes aquando de uma paragem com alguém conhecido, ou na frente de uma montra com motivos natalícios. Evitei, na volta, o centro comercial, mesmo necessitando de umas coisas nada importantes, e continuei acompanhado, a pé, ou nos transportes, pelos mesmos rostos velados numa alegria de fancaria, sempre ocupadíssimos, esses corpos que carregam o rosto, ora em conversas climatológicas, ora expondo o seu telemóvel, ora observando as montras e as luzinhas que se adivinhavam no crepúsculo próximo…  

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