e nem sempre era (é) bonito, quer dizer, o Béli, transforma
qualquer placa de texto numa virose de efeitos absolutamente imprevisíveis ( e
aqui não irei fazer qualquer analogia humorística com o vírus da moda, o kika,
ou zika, bem entendido), ou melhor, transforma qualquer partícula ínfima de
texto, mesmo desestruturada do alicerce do bolo, quer dizer, mesmo descontextualizada,
numa pandemia linguística de efeitos totalmente imprevisíveis. A este respeito,
por exemplo, aquela cena da consciência quando esta se vira para trás, emitindo duas sensações, e as tais
sensações se baixam como mãos, sentindo uma forma (que se parece com uma banheira), cheia até às bordas de uma imundície
malcheirosa, e a páginas tantas (da mesma página), as sensações começam a chapinhar na banheira com água misturada com
estrume, as sensações aderem ao
recipiente, a consciência, coitada, tenta arrancar-se dali, escarpar-se,
debalde, as sensações arrastam atrás de si qualquer coisa pesada. É então que a
consciência vê aquilo em qua habita, neste caso, Apollon Apollónovich, por
acaso, mas não podemos deixar de extrapolar, ainda agora, compenetrado na
limpeza da casota, não posso deixar de sentir que as sensações trepam, tomando
de assalto o último dos redutos da consciência, talvez aí, lá no fundo do
corredor germine uma ideia, vaga, uma sombra que ainda não permite esgaçar um símbolo
sequer, uma sílaba, se quiserem, para ficarmos no mundo fodido da linguagem.
Isto para dizer que hoje acordei com a sensibilidade de uma porta lacada a
branco, muito na moda, asseguram-me os arquitectos.
domingo, 28 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
é paradoxal
Mas, às vezes, o V mistura-se com o canto V, a
polémica não chega a um leve roçar de asas no vento (deixem passar), mas ainda
assim anima as hostes cansadas do Cão. Entretanto, os dias prosseguem a sua
jornada rumo à mediocridade, perdão, eternidade, ecoando, se se escutar bem, a interrogação (as interrogações também ecoam, e não apenas as perguntas): por onde andará o Aranha?
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Canto V
Io venni in luogo d'ogni luce muto, escreveu um dia Dante, e não precisava de ter escrito mais nada...
sábado, 20 de fevereiro de 2016
às vezes
não menos que uma árvore, tenho consciência da morte...
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
zzrataztata-ta
zzzzZZZZZZZzzzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzze dpois tatatatatáta ratata rata ra tatatata ta e às vezes huuuuu huuuu [batidas no peito] yupiii iiiiii zzz zzzzzzzzzz poesiaaaaaaaaaaaa onde, onde? zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz tatatá ratata ta ta ou mesmo my rat ta-ta...
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Uma tristeza inconsciente despertada a espaços
Praticamente resolvido em tribunal o litígio com os dias, contentamo-nos
em recorrer ao descanso, à preguiça, madrasta de todas as virtudes. O tédio,
todavia, avizinha(va)-se, sem que, contra isso grandes esforços sejam feitos.
Debalde. Voltar ao estudo, caminho único para embater na luz projectada pelo
comboio. Resta-nos o consolo de o túnel ser novinho em folha. Bons tempos…
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
rinoconjuntivite alérgica: a prova
A utilização de imagens (como último recurso ou como último reduto?) é da inteira irresponsabilidade do autor, premiando, desse forma, o desejo de futilidade gangrenosa que percorre a blogowebsfera, por assim dizer, embora, neste caso particular, a imagem encerre a sete chaves um fundo de verdade, lá mais para a primavera, não quer dizer que não seja um até já...
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
O dente do tempo estava a trincá-lo
Ao levantar da cama cinco gramas de Andrei Béli, nada mais,
nada menos, o Andrey Biely para o Vilamatinhas, o tal que havia sofrido uma
crise nervosa ao sentir a ascensão irremediável das lavas do sobreconsciente,
em todo o caso, Андрей Белый, Andrei Biéli, pseudónimo de Boris Nikolaevich
Bugaev. Aqui apetecia-me interceder pela expressão em todo o caso: em todo o caso cinco gramas bastam, começando
talvez por Petersburgo. Leio sempre melhor de manhã. Dói-me a cabeça e leio
melhor. Ressaco e leio melhor. Estudo sempre melhor de manhã, final da manhã,
bem entendido, faço melhor as necessidades, e são muitas, de manhã (risinhos),
final da manhã, bem entendido. Desespero sempre menos de manhã, seja ao meio da
manhã, seja no final da manhã. Por essa hora, quando os pensamentos já se entretêm
a brincar aos médicos, ducho, quase sempre. Alimento-me, quase sempre. É que, a páginas
tantas, esses pensamentos que brincam aos médicos, põem um tipo a olhar para o
boneco de chapéu de palha e óculos, esse tipo não sabe se deve sair agora ou
mais tarde, instalando-se uma situação próxima da oxidação desse momento, uma
situação que se agiganta sobremaneira até embater em qualquer coisa dura. Tem
que ser dura. De tarde vagueio, limpo as ideias com um pano, seco-as ao sol,
compro tabaco mortalhas filtros. De tarde vou ver da promo do skip. Eu que
gostava tanto do Juá. Saiam sempre umas coisas no Juá. Agora é isto…
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