quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O dente do tempo estava a trincá-lo

Ao levantar da cama cinco gramas de Andrei Béli, nada mais, nada menos, o Andrey Biely para o Vilamatinhas, o tal que havia sofrido uma crise nervosa ao sentir a ascensão irremediável das lavas do sobreconsciente, em todo o caso, Андрей Белый, Andrei Biéli, pseudónimo de Boris Nikolaevich Bugaev. Aqui apetecia-me interceder pela expressão em todo o caso: em todo o caso cinco gramas bastam, começando talvez por Petersburgo. Leio sempre melhor de manhã. Dói-me a cabeça e leio melhor. Ressaco e leio melhor. Estudo sempre melhor de manhã, final da manhã, bem entendido, faço melhor as necessidades, e são muitas, de manhã (risinhos), final da manhã, bem entendido. Desespero sempre menos de manhã, seja ao meio da manhã, seja no final da manhã. Por essa hora, quando os pensamentos já se entretêm a brincar aos médicos, ducho, quase sempre.  Alimento-me, quase sempre. É que, a páginas tantas, esses pensamentos que brincam aos médicos, põem um tipo a olhar para o boneco de chapéu de palha e óculos, esse tipo não sabe se deve sair agora ou mais tarde, instalando-se uma situação próxima da oxidação desse momento, uma situação que se agiganta sobremaneira até embater em qualquer coisa dura. Tem que ser dura. De tarde vagueio, limpo as ideias com um pano, seco-as ao sol, compro tabaco mortalhas filtros. De tarde vou ver da promo do skip. Eu que gostava tanto do Juá. Saiam sempre umas coisas no Juá. Agora é isto…

2 comentários: