terça-feira, 21 de outubro de 2014

dia hoje não sei quantos: mexer na bacia do pólo norte

Hoje (na verdade terá sido ontem) confundi o bacio de Duchamp com a bacia de John Wayne. As coisas não vão bem e são como são. Certamente que o bacio de Duchamp não é um bacio, pelo menos de Duchamp, a criação de Duchamp, o seu a seu dono, é o urinol, o mijantes público readymade com R. Mutt 1917 a dar com a porcelana branca. Nada disto interessa, mas vai de encontro a uma teoria perdida no enclave de Nagorno karabakh do meu cérebro, teoria essa que remontando a meados dos anos noventa do século vinte, se mantém devidamente actual e pertinente, preconizando que o título do filme de César Monteiro, a bacia de John Wayne, ou amaricadamente, le bassin de John Wayne, é baseado naquela forma muito peculiar que o John tinha de arrastar a peida com a bacia a tiracolo, chegando o resto do corpo muito depois em charrete. Isso mesmo o defendi em duas tertúlias e em vinte e três jogos de lerpa com risco de vida, tendo recentemente a possibilidade de atestar essa peculiar oscilação da bacia que, não fosse o reconhecido conservadorismo de Wayne, nos levaria forçosamente a conclusões precipitadas. Sucede que Marcel Duchamp e João César Monteiro se entrelaçam junto às bordas do enclave já referido no meu cérebro, isto segundo fronteiras dos anos noventa, não deixando de reclamar posicionamentos estratégicos discutíveis. Monteiro, cão rafeiro, bem capaz de miar, pedinte na sua abjecção metafisica, navegante de falsas pocinhas, violador de cozidos à portuguesa, Marcel, gato todos os dias, às vezes disfarçado de cão, ou de papoula, tanto faz, engenheiro electrotécnico do tempo perdido, esvoaçar tatuado em tapetes persas, miando como quem ladra e ladrando como quem mia, peça de xadrez jogado de boca em boca, ambos tradição oral ultrapassando as muralhas de ar que polvilham (apenas) os nossos sonhos. De resto está tudo bem, como podem, de resto, observar:


6 comentários:

  1. cão excelentíssimo:)
    obrigada

    DdC

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  2. apesar de tudo o Cardoso Pires deve ter gostado:))

    natürlich:)))

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  3. nunca vi o filme:) de césar monteiro:)
    mas começo a ficar fã de duchamp:) do cão nem se fala:)) jinhs

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    Respostas
    1. :) ninguém viu:)

      o duchamp vai ter de certeza isso em consideração:) o cão também:)

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