quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

dia não sei quantos à quarta: demasiado disperso

Por causa das coisas, olha por causa das coisas penduro as dores na corda da roupa juntamente com os livros, os cigarros de enrolar e duas termotebe imaginárias, que mistela!, e depois fico a olhar, meço bem medidos os pensamentos que medeiam o ar encavalitado no espaço que vai de mim até à corda, passam-se assim alguns segundos que parecem segundos, depois minutos que parecem minutos, depois mais minutos que parecem minutos. O corpo dá de si, deve ser um vírus, cada qual com os seus, catarrada…tosse…reticências à Céline…febre?...apanhar ar…não apanhar frio…como é possível não conjugar o ar com o frio?, partindo o ar às postas?, escolhendo o centro comercial para desovar os pensamentos em lume brando, no quentinho peidorrento?... mesmo com reticências à Céline a empresa não é fácil .  A páginas tantas uma curta passeata alargou-me as fronteiras do mundo e, por momentos, senti, como Rimbaud, que já não seria capaz de solicitar o conforto de uma bastonada. 

5 comentários:

  1. Uma temporada e uma cerveja no inferno...
    muito bom

    J.L

    ResponderEliminar
  2. :) desovar pensamentos em lume brando parece-me bem:) mas concordo com a parte do peidorrento/transmissor de merdas:)

    ResponderEliminar
  3. eu já volto eheheheheheh isto está para o parado eheheheheeeeeeeeeeeeeee

    ResponderEliminar