quinta-feira, 27 de novembro de 2014

dia não sei por acaso sei que é quinta: limpeza da casota?

Como sou e não me assumo um pensador, dá-me para retrospectivamente viver determinadas merdas, as mesmíssimas merdas que vivi antecipadamente antes de (deixem passar). Na verdade a chuva de Outubro e a chuva de Novembro amaciaram as folhas, um tipo cão não se pode perder a passear entre estalidos da folhagem, não é pouco, mais ainda o desaparecimento das árvores de folha caduca na cidade, uma ali, outra acolá, outra além, ficando assim em falta a palete de cores que nos irmanava com a paisagem, amarelos desmaiados, castanhos, laranjas, laranjas acastanhados com toques de vermelho, tudo na única época do ano em que me farto do verdum, em que passeio com o cheiro a castanhas dentro da mochila, confundindo os dias, as horas, o caralho dos segundos, um tipo cão tem que que se recordar do Annie Hall ou do Manhattan do Woody para imaginar um outono antes da sopa a fumegar, quando chega a casa. Está frio e ainda não se congemina o que fazer com o resto do salmão de ontem: talvez um paté com cornichons e ovo e maionese, já se sabe desde o Bernardo Soares que não saber de si é viver e saber mal de si é pensar. Sendo assim, estou fodido, ou talvez não. 

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