sexta-feira, 13 de novembro de 2009

dia um

Experiência. Por acaso nunca tive um diário, muito menos um querido diário, muito menos sequer a enfezada ideia de ter um diário, e assim sucessivamente até ter um diário, depois de ter lido alguns diários, do Kafka por exemplo, fica sempre bem ler aquela merda de diário, ou do Gide por exemplo, fica sempre muito bem ler essa merda, até que um belo dia se tem um diário e descobre-se que muitos gajos e gajas têm a mesma merda de ideia e até há escritores daqueles que parece que escrevem livros, que escrevem livros com títulos como Diário de Bridget Jones, que resultam em filmes de domingo à tarde, perto de umas sandes, cola ou cerveja no aconchego da ressaca. Por exemplo. Mas antes de tudo é preciso um gajo levantar-se da cama. Apenas as meninas escrevem diários deitadas na cama, mas isso acontece normalmente à noitinha, e ninguém sabe bem porquê, mas as meninas ajoelham-se primeiro e depois escrevem deitadas na cama enquanto falam consigo próprias, um quadro nojento.  
Experiência. Já fora da cama, sem jornal, sem livro, televisão, mas quase de robe-de-chambre, a uma sexta feira 13, começa este diário. Foi uma sorte ter-me levando. 

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