terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

dia não sei quantos 3 das investigações:o repouso

Nem sempre a noite é chão que dá uvas. É assim a vida. Abreviando a coisa: cheguei a casa com o tambor do Bob Dylan a tamborilar na cabeça - toda a gente sabe que antes da guitarra o avó cantigas dava no tambor -, ainda concedi uma investida ao frigorífico, mas aquelas pernas cresciam a olhos vistos, metamorfoseando-se em alheiras, como no sonho. O resto também terá sido a preto e branco.  Acordei umas dez horas depois com sinos na cabeça e a sensação de estar debaixo de água. Duchei abundantemente até mudar de pele. Enquanto aquecia água para o chá abri um Cossery e fumei-o todo de lês a lês, escrevi: deixa passar. A motivação era directamente proporcional ao leitmotiv da minha indiferença.  Olhava para trás enquanto vomitava a informação obtida no dia anterior, mas apenas revia a parte das pernas da fêmea até à exaustão. Liguei a TV para saber mais sobre o desaparecimento das consoantes mudas e depois, voltando às patas, fui passear o olfacto e dar umas mijas. Não se pode facilitar relativamente ao território.

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