quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

dia não sei quantos 2 talvez 1/5 das investigações: a trama

O tempo urgia para longe. Aquela imagem do lusco fusco emancipava uma noite de prazer e descoberta. Fui ao bar atascado da travessa de baixo. Cheirava a caldo reles e a cerveja choca. Pedi uma jola fresca, se possível. As unidades anatómicas olhavam para o ecrã. Fiz as minhas perguntas. Que tudo estava em confluência para aquela espécie de centro hospitalar do consumo. Confluência?, perguntei. Não reformulei a questão e já estava a limar umas arestas cá fora, aliviando o olfacto para outras lides. Decidi caminhar um pouco, usando para o efeito o que restava de um antigo passeio, confirmando que por estas bandas a malta não queria saber de bermas para nada. Por entre os tufos de relva bem mijada e de ruas completamente preenchidas por veículos motorizados, conseguia-se vislumbrar a peça principal do puzzle: um edifício a dar para o cinza mas desvairado por um verdadeiro arco-íris de cores que lhe adornava o dorso, um tipo ficava logo com a sensação de ter mamado uma data de cogumelos alucinogénos. Ainda bem que tinha deixado crescer as pernas para ver aquilo. Doíam-me os ossos e o lombo de não estar habituado a andar em duas patas, registei o ponto de confluência e decidi-me por meter umas moedas na máquina para descontrair e ver outras cenas. Foi então que reencontrei o Vernon, ou a possibilidade da obra-prima. Olhei em volta que se faz tarde e encetei um recuo. Pura estratégia.

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