quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

dia não sei quantos 1 das investigações: preparação

Fui ver. O caminho era estreito. Lembrei-me que não levava os auscultadores, nem sequer o leitor de musicol. Cheguei à ladeira antes da hora prevista. Não tinha marcação. Não precisava. Continuei a ver até me crescerem pernas humanas: para ver melhor (no sentido deles). Imaginei uns binóculos konos 10x25, o bastante para chamar a atenção do maralhal. Sentia-me bem dentro do sentir mal. Toda a gente canina sabe que há um espectro que mede o sentir mal, e nesse eu estava num dia bem. Adiante. Aceitei trocar a minha concentração no que estava a fazer por dois ou três minutos de consolação: um céu azul fabuloso espraiava-se em abóbada explodindo já perto da terra, tudo aquilo formava uma campânula de luz de puta madre, uma cena parecida com outra que eu havia visto numa série da FOX. Voltei a focar-me, mas sem fazer alarido. Corria riscos. Sabia-o. Estive quase para encetar um diálogo profícuo sobre o assunto comigo próprio. Escurecia. Tu queres ver?, pensei. Resmas de unidades anatómicas começavam a sua dança de fim de dia. Ainda haveria tempo?...

4 comentários:

  1. a aguardar os próximos capítulos:) muito bom

    DdC

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  2. já andamos a seguir a primeira temporada:)

    aparece, anda por lá o Vernon:)

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    Respostas
    1. :)

      quem, o Sullivan?
      já lá vou, estou a meio de uma investigação:)))

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