terça-feira, 1 de julho de 2014

dia não sei quantos terça: sem adapta(dor)

Como vão os dias? Em contramovimento. As regiões adiposas convergem misteriosamente (trata-se de um movimento com a lentidão visual das placas tectónicas) para zonas de confronto, também divergem para zonas de confronto, áreas cuja importância é indiscutível no terreno do corpo. No sonho, movia-me a uma velocidade maior do que a vida, agarrava-me ao corpo como se de um eléctrico se tratasse e, nas extremidades do túnel visual, paredes?, ramagens?, apetitosas maçãs condescendiam que as apanhasse sem problemas de maior. Toca o despertantes, onde está o copo de água?, fazer um chá, correr para o duche (até este ponto tudo se resume a um reflexo condicionado), mandar tudo para o caralho (ainda reflexo condicionado), está quente, frio, vestir, calçar, marcha o chá preto, marcha a torrada, afinal foi um bolo, e já estás a confirmar as pulsações, a medir mentalmente a tenção, a apanhar o elevador, a vomitar um troço da tua vida, a desbaratar o olhar pelo espaço pejado de carros, pessoas, mais carros que pessoas, pensas: como é possível?, e o corpo em riste vai na frente da marcha lenta. 

2 comentários:

  1. e o "corpo em riste vai na frente da marcha lenta", liindo, continua:)
    quando o corpo segue em riste na frente da marcha lenta q horas são? :)

    DdC

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