domingo, 9 de março de 2014

dia não sei quantos domingos são: algo trabalhava por detrás da sua fronte

A questão da preparação e realização/concretização do bacalhau à Cão não é de somenos, antes representa o fino quilate de várias luas a uivar conjugando as várias partes do cérebro até fazer sangue, ou isso. Deixemos a receita para depois [aliás a cena foi ontem], entretanto, atentemos em coisas que desvariam a nossa remota atenção, merdas importantíssimas que culminam em frases dilacerantes e eternas, frases cujas palavras vão ganhando vida até nos esquecermos delas, palavras que se fundem com o ar que respiramos, fundamento de toda a poesia que é o silêncio. Palavrais, dizeis-me, não, não palavreio, refiro-me a palavras que no dizer do sem nome de Hamsun são postas na boca, brotam, por assim dizer, ordenando-se em contextos, desenvolvendo-se em situações, culminando em conjuntos onde se pode ler: algo de mim mesmo tinha passado para aqueles sapatos, ou era tempo de outono, no meio do carnaval da morte. Mais a mais o horário de beneficência tinha passado, por exemplo. Por assim dizer.     


[entretanto, limpeza da casota: a vida é fodibela]

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