quinta-feira, 23 de abril de 2015

dia não sei quantos quinta: afloramentos

Tudo terá começado, diz-nos Ariès, não tanto com o cristianismo, mas com o culto dos mártires, de origem africana, e, acrescenta ainda Ariès, esses mártires eram enterrados nas necrópoles extra-urbanas, comuns a cristãos e pagãos. É claro que Ariès continua a acrescentar coisas e mais coisas neste livrinho com o intuito sério de nos deleitar com a nossa pastosa ignorância, correndo o risco de que entre aqueles (poucos) que alguma vez pegam num livro (este ou outro), haja algum (ou alguma, vá lá) que se aperceba de sua pastosa ignorância ou mesmo da sua ignorância viscosa. O livrinho (da falecida e enterrada Teorema):

Entretanto, acho que está quase na hora de ir trabalhar. Local? A tal espécie de centro hospitalar do consumo. Peça principal do puzzle: um edifício a dar para o cinza mas desvairado por um verdadeiro arco-íris de cores que lhe adorna o dorso, um cão fica logo com a sensação de ter mamado uma carrada de cogumelos alucinogénios. Neste quadro alargado de eflúvios pensantes, devidamente aclimatizados,  temperados, peidorrentos, caminharei  solitário de nenúfar em nenúfar até escurecer e depois anoitecer e depois a noite tudo encerrar com o seu manto negro, mas isso apenas lá fora, dentro do bunker não se nota nada. 

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