domingo, 25 de maio de 2014

dia não sei quantos domingo por assim dizer: já está aí no chão à força toda


 – Diz…
 – Nada… estou a falar sozinha. Aprendi contigo.

in "Memórias de um tenente da força aérea" (autor anónimo)

Não sei como fui parar à ribanceira reflexiva, embora a momentos a reflexão seja aparte (deixem passar) integrante (deixem passar) do núcleo duro do meu cérebro. A propósito, começo a achar (e não é de hoje caralho) que se calhar o Montero é um mcguffin. Segundo Vilamatinhas, para percebermos o que é um mcguffin temos que recorrer à cena do comboio:
«Pode dizer-me o que é esse pacote que está no porta-malas por cima da sua cabeça?», pergunta um passageiro. E o outro responde: «Ah, isso é um mcguffin». O primeiro quer então saber o que é um mcguffin, e o outro explica: Um mcguffin é um aparelho para caçar leões na Alemanha». «Mas na Alemanha não há leões», diz o primeiro. «Então isso aí não é um macguffin», diz o outro. Há para aí mcguffins a dar com um pau, um mcguffin pode ser algo que parece extremamente importante, mas que com o decorrer da situação acaba por ser irrelevante, cumprindo, no entanto, a função de nos deixar pregados ao ecrã. Mistura de engodo com lebre, daquelas tipo Guilherme Alves, o mcguffin recorda-nos sobretudo um encolher de ombros que nos faz olhar para o lado na vida, enquanto a vida passa (deixem passar), e, sobretudo, um mcguffin faz-nos lembrar uma qualquer comida americana servida ao pequeno-almoço, que é o prelúdio do dia e das nossas dores. Este desvio revela-se por vezes fatal como o destino. Um dia destes voltaremos ao Montero. 


6 comentários:

  1. simplesmente genial:) obrigada...
    qual é o livro?

    jinhs

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    1. :) da nada:))

      não há nenhuma lógica nisto, e Kassel não a convida:) sai um mcguffin

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  2. como diz o outro:) fabuloso!

    KASSEL NO INVITA A LA LÓGICA? é isso?
    :)

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  3. quem é o outro, o inútil? :)

    tem lógica, não?

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