Ainda és daqui? Ainda sou daqui. Um tipo Cão tem medo. Seja cão
se não tem medo (deixem passar). Na rua desapareceram árvores. Onde mijar?
Desapareceram árvores, caralho, as nossas árvores. Envelheceram unidades
anatómicas que conhecíamos de sempre, tipos fortes, tipas fortes, referências
na frente de ataque. Conversas novas trazem nuvens com palavras como próstata,
rins, achaques úricos, ácidos rebeldes, peles curtidas servindo de estandartes.
Aos poucos um tipo cão decide a equipa final da estante: Vilamatinhas, Fante,
Borges, Melville, um bocado de Bukowski e de Vian, uma posta de Nicha. Sebald,
sempre. Ali, claro, Chatwin, acolá a Viagem ao Fim da Noite. Hrabal… fazes falta.
Um lugar vago para Savage. Stendhal a dar com os cortinados. Um pouco de
filosofia, alguma história. Lainez, a nossa fada. Manguel a dar para o torto.
Camus, obviamente, estrangeiro. Cossery para o chatear. Rimbaud às cavalitas de
Flaubert. Pessoa e Belo. Cartago infinita. Celtas. Toca a esvaziar e dar de novo.
Chesterton: um manual de construção de barcos. Poe, Franz alguma coisa para
sairmos disto. Lá fora ninguém escuta as
lamúrias da estante. Tudo se desmorona, à espera no centeio.
quinta-feira, 1 de maio de 2014
dia não sei quantos quinta feriado: com a sensação de estar polindo as minhas unhas, acho
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fabulástico pá:)
ResponderEliminarFranz alguma coisa então:)
:))
Eliminarsuspeito nº3:))
afinal alguém escuta as lamúrias ehehehe
andamos sempre por aqui :)))
ResponderEliminarmesmo quando não comentamos :)))
Excelente bibliografia :)))
ResponderEliminar:))
Eliminarsilêncio sexy:)
é claro que envelhecer e ver os outros envelhecerem é fodido:) mas dito assim é lindo:))
ResponderEliminarDdC
fodido fodido é...:) o resto tantas vezes vai à fonte que :) ou isso:)
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