É incrível como a vida é prosaica, não num sentido, digamos
assim, despoético, não, será mais num sentido (deixem passar) da banalidade do
real, o que em si mesmo funciona como uma pós-verdade (isto para mostrar alguma
actualidade num recinto onde a trivialidade reina), isto é, um caldinho de merdas tão
grande que o termo pós-modernismo já
não conseguia abarcar, e olhem que o caralho do pós-modernismo era um bidão espacial do tamanho daquelas cenas que
o Soviéticos colocaram à deriva no espaço que é de todos, ainda assim o
pós-merdinismo, perdão, o pós-merdinismo da pós-verdade, fica muito aquém,
vão-me desculpar, daquela sua prima jeitosa, a inverdade, isto para não ir
muito longe. A vida é de uma prosaicidade (existe, existe) tal, que nos convence da sua
beleza (que ninguém repara), e quase nos convence (se estivermos realmente
despertos) que todos os dias se aprende alguma coisa, como eu bem o senti hoje,
enquanto colocava as camisas na máquina de lavar juntamente com o polar preto,
umas meias, dois pares de cuecas e outras cenas indecifráveis, tudo em modo
lavagem rápida, para depois sentir uma alegria indescritível (meia hora depois
para ser mais concreto) ao observar as camisas impecavelmente lavadas e quase
passadas a ferro (a qualidade do material das ditas ajuda – bem hajam fardas belas), sem precisar de nada
mais que não o sol a versejar lá em cima. Depois fui engraxar umas botas CAT,
já com o fito de colocar os lençóis polares numa experiência alquímica com a
máquina de lavar. Tenho uma vida muito interessante, para não dizer prosaica.
Vou agora ouvir isto e esperar o picheleiro para mudar o autoclismo.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
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