Desde ontem, talvez mesmo desde anteontem, que imagino um
sonho armadilha, um sonho de quintal das traseiras onde um Philip Marlowe surgiria
de gabardina a despropósito, decidido a resolver as investigações de uma vez
por todas, decidido a bebericar as suas dores e as dores dos outros, mas não
encontrando um bar à altura, nem sequer um beco apaziguador, nem sequer um
túnel estreito com cheiro a whisky e a restos de cachorro quente, nem sequer uma
voz fêmea que torneasse os efeitos do jet lag, da mudança súbita de cenário e,
do facto nada descartável, de o ter roubado ao Raymond Chandler após uma partida
de lerpa, jogo que ele definitivamente não dominava, e depois tê-lo transportado
em mão não para um sonho, quer dizer não logo para o sonho, mas para um desvario matinal projectando um sonho
armadilha.
segunda-feira, 23 de março de 2015
dia não sei quantos dias segunda feira: armadilha
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eheheh à lerpa com o Chandler:) já tens um título:)))
ResponderEliminaraqui a tradição para não dizer outra coisa é não ganhar títulos:) já devias saber eheheheheh
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