sexta-feira, 8 de agosto de 2014

dias não sei quantos: serve o presente

Naturalmente, preencher o formulário, esvair-me a correr em sonhos, evitar olhar em frente o meu espelho, entrar gratuitamente no emaranhado de vozes que calcorream os caminhos do meu cérebro. Quero: deixar de escrever a palavra cérebro, deixar de escrever ribanceira, deixar de programar a minha loucura, deixar de escrever tipo-cão e passar apenas a cãotipo, evitar a extinção dos estaleiros navais de Viana do Castelo, lutar na luta (deixem passar), evitar a extinção dos ouriços cacheiros a norte do rio Douro (por exemplo) e ir correr de uma vez por todas. Nomeadamente, preencher o formulário, esvair-me...disponível em podcast para o mundo todo, evitar lançar uma marca de roupa com um animal como símbolo, entrar gratuitamente em todos os estádios e pavilhões onde jogue o Sporting. Quero: conhecer ainda mais literatura da América Latina, perdoar-me por nunca ter posto os pés na América Latina, pôr os pés na América Latina, viajar num submarino português sonhado pelo Júlio primo do Verne. Quero: deixar crescer o pêlo, a voz, a amargura (deixem passar), o prazer, para que floresçam outras merdas igualmente importantes para a felicidade. Quero deixar os dois pontinhos para trás e assinalar um novo quero. Posto isto, fica assim.

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