quarta-feira, 11 de junho de 2014

dia não sei quantos quarta: ventilação inadequada

O sentido de pertença ao mercado é algo que culmina muitas vezes no cimo (deixem passar) das escadas de umas catacumbas (as de Paris servem perfeitamente para o caso). Para não ir assim muito longe, recordo que na minha zona cognitiva ó geográfica o mercado era denominado de Praça,  ruminando coisas do bandulho romano e grego, mas ainda por cima existia uma cena que se chama(va) carro de praça, ou isso, pressupondo a existência de uma ...praça, mas já volto com o Nuno Portas, Álvaro Domingues e provavelmente o Inútil, para vos esmorecerem o cérebro com a história da estratificação da nossa civilização assente no nascimento e morte das praças. Nesse sentido, como a cultura nos impõe uma determinada dieta diária de elementos que nos ajudem a suportar o desaparecimento e morte das Praças, leio algures que no Rio de Janeiro os portugueses se juntam ao fim-de-semana à volta de umas chama-lhe isso concertinas, sendo consumidos (números oficiosos) cerca de 4000 bolinhos de bacalhau, 150Kg de bacalhau assado, 100 garrafas de vinho, 360 garrafas de super bock (médias ou de litro?), informação complementada pelos 200kg de bacalhau que a selecção leva no avião dos E.U.A para o Brasil, reafirmando-se assim que o sentido de presença ao mercado é onde um tipo ou tipa quiser sentar o estômago e assentar praça.

10 comentários:

  1. esta praça é uma...alegria:)
    as praças são agora simuladas no shopping:) Baudrillard explica:)

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    1. A mim interessam-me sobretudo as simulações de bolinhos de bacalhau, esse simulacro ignominioso, em que bolinhos de batata com sabor longínquo a bacalhau são apresentados em parques temáticos de índole gastronómica duvidosa. O histórico bolinho é um símbolo e um bacanal de sabores, embora não pareça, e qualquer palato mais deslavado pela imposição fantasmática de alguns produtos a que alguns (deixem passar) povos do norte chamam corajosamente de comida, pode incorrer na falta de mastigar com inusitado prazer um simulacro de amassado de batata. Baudrillard explica-a toda, ou quase.

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    2. fabulástico:)

      as praças são simuladas no shopping onde se encontram os bolinhos, perdão, o amassado de batata em forma de bolinho:))

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    3. Em breve a questão da cabana em Wittgenstein na perspectiva pós final de tarde angustiada de Vilamatinhas, será aqui debatida (apenas) por mim.

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  2. Calhando davas um bom geógrafo (se tal coisa ainda existisse no burgo) mas não arranjavas na mesma trabalho de jeito:) ou trabalho algum:)
    um bom arranque seria com “A cidade na história” de Lewis Mumford (a edição brasileira anda por aí algures), e “Opúsculos Geográficos - V Vol, - Temas Urbanos” de Orlando Ribeiro.
    Para saber em que rua fica o canadá, o melhor será recorrer directamente ao Inútil:)

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    1. Já te respondo, vou ali à biblioteca estantina e num ápice volto com uma bibliografia completa das obras com consequências ditosas neste tipo de matéria. Com sorte esta praça diarística continuará a ter comentários de finíssima lavra, que incluem citações mitológicas de Al Capone.
      Bem hajam:)

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  3. E existem os caçadores de simulacros, isto segundo a Ana Hatherly:) os que perguntam:) não explico:)
    bom fim de semana
    DdC

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    1. Quando entramos na onda vertical da dança contemporânea mitigada com bailarico de S António chegamos à conclusão, a todos os títulos notável, de que estamos próximos de tornarmo-nos um diarístico a caminho dos Anais da arte modernocontemporanea, ou isso. Não sei se ...

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  4. é maravilhoso assentar praça aqui:))
    bom fim-de-semana:)

    jinhs

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