Depois da bola, ou antes da costeleta, não sei bem, ainda pensei em
abotoar dois ou três pensamentos e ir para longe, e à medida que me enervava ia
ficando nervoso, até porque tenho mais em que pensar. Decidi abrir a garrafa de
branco, um branco xunga a dar para os lados de Palmela, vinho que ainda outro
dia destes vi no regaço de uns feiosos na Ucrânia ou Polónia, por sinal
portugueses, e acompanhava um prato típico, segundo os ditos, de salchichas com
ovos mexidos, e ao lado batatas cozidas, típico para aí de Cedofeita ou Milhazes,
não se sabe. Depois lá veio o inevitável bacalhau, para disfarçar, já se vê.
Entretanto, eu era o único gajo, parece-me, que andava fodido por estes dias, e
continuo fodido, diga-se, mas agora com mais uma cambada de gajos e gajas, ontem
à noite bem fodidos, mas o pior é acordar no dia seguinte, com um saco de
realidade ultra fodida às costas. Não é?
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