sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A amígdala é crucial para o medo, disse ele

É incrível como a vida é prosaica, não num sentido, digamos assim, despoético, não, será mais num sentido (deixem passar) da banalidade do real, o que em si mesmo funciona como uma pós-verdade (isto para mostrar alguma actualidade num recinto onde a trivialidade reina), isto é, um caldinho de merdas tão grande que o termo pós-modernismo já não conseguia abarcar, e olhem que o caralho do pós-modernismo era um bidão espacial do tamanho daquelas cenas que o Soviéticos colocaram à deriva no espaço que é de todos, ainda assim o pós-merdinismo, perdão, o pós-merdinismo da pós-verdade, fica muito aquém, vão-me desculpar, daquela sua prima jeitosa, a inverdade,  isto para não ir muito longe. A vida é de uma prosaicidade (existe, existe) tal, que nos convence da sua beleza (que ninguém repara), e quase nos convence (se estivermos realmente despertos) que todos os dias se aprende alguma coisa, como eu bem o senti hoje, enquanto colocava as camisas na máquina de lavar juntamente com o polar preto, umas meias, dois pares de cuecas e outras cenas indecifráveis, tudo em modo lavagem rápida, para depois sentir uma alegria indescritível (meia hora depois para ser mais concreto) ao observar as camisas impecavelmente lavadas e quase passadas a ferro (a qualidade do material das ditas ajuda –  bem hajam fardas belas), sem precisar de nada mais que não o sol a versejar lá em cima. Depois fui engraxar umas botas CAT, já com o fito de colocar os lençóis polares numa experiência alquímica com a máquina de lavar. Tenho uma vida muito interessante, para não dizer prosaica. Vou agora ouvir isto e esperar o picheleiro para mudar o autoclismo.  

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