domingo, 17 de julho de 2016

A escorregar na obscuridade

queria andar com uma sapatilha com atacador de bruma para quem anda nas nuvens, escreveu um dia Dinis Machado, era com sapatos, acho, não interessa, um atacador de bruma faz sempre jeito para quem anda nas nuvens, podia ser um atacador de nevoeiro cerrado, mas não era a mesma coisa, queria viver junto ao aço dos corações como quem voa, ou nem isso, coração pequenino, desperto em múltiplas situações que o bater das asas desconhece, correr assim como quem vai à mercearia antiga e depois os produtos são levados a casa, está calor, aí estão os artigos, folha de vinte e cinco linhas, a contabilidade das dores, não oxida?, nunca oxida a contabilidade, também temos gestão das dores, é outra coisa, a gente leva a casa, não se preocupe, não oxida, é perto do mar?, aí vão as dores, ó se vão, agora em contentor, vou correr com isto tudo a tiracolo, sai uma bomba da asma, e parágrafo nada?, não sei nadar, diz a encomenda, mas vai, vai como quem não sai do sítio, deve existir uma aplicação para isto tudo, deve, deve existir um sítio onde se sentam todas as dores, a luz é péssima, diz que sim, mas vá que não vá, um sítio onde as dores fazem um barulho de ondas, ali, diz que será ali. ninguém sabe...

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