segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

apesar de tudo

comprar laranjas, não, ainda tenho tangerinas, alguma fruta, vá lá, um nabo, sim, batatas, cenouras, tenho couve no frigorífico, fazer a sopa, ah!, com feijão vermelho na base, preparar o estufado de vaca com cenoura (e feijão vermelho!), fazer a mais para marmitar, como encaixar aqui o jogo do Sporting com os polacos, ah?, ouvindo o relato, sei lá, beber uma cerveja, isso não esqueces, pois não?, comer, escrever um poema que será um épico chamado "ROTO", - já começado, aliás, passear um pouco; e aquela cena dos presentes para aumentar a felicidade simulada do espaço público cognitivo? - feito. Acho. Levantar as costas, ler um pouco, quem sabe?, tomar duche a meio da tarde. Não prever.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

perguntar eleva

hoje acordei (de folga), a garganta o nariz os lábios colados. Sentia tudo. Tomei o respectivo veneno para desopilar as dores, as artérias, o pingo, coisas assim. Bebi chá preto e ingeri um croissant nojento com dois dias. Uma cena vermelha saída de um frasco coloriu esse croissant. Nesse frasco poderíamos ler, se quiséssemos, doce de tomate. Então peguei em três livros (um de poesia) e fui-me deitar. Aí chegado ainda esbracejei mas era demasiado tarde. A luz entrava toda e ainda descobri umas coisas sobre "pontos de interrogação". Eu já volto.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

a utilização de um cartoon para ilustrar, de certa maneira, a posta anterior, é da exclusiva irresponsabilidade do interveniente

[agora vou ali ler o "O direito à preguiça" do senhor Lafargue e depois, talvez, ver se resolvo de vez a situação do autoclismo, mesmo que seja necessário escrever um poema sobre o assunto, em último caso, claro está...]

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

a análise

Prefiro acreditar que a complexa ingenuidade das pessoas se reveste de critérios suficientemente etéreos para serem aqui chamados. Meus caros, dizem-nos (às vezes) que a ingenuidade (e mesmo a estupidez), não se pagam caro, pelo contrário, dizem-nos (às vezes) que estas seriam parte integrante da sólida estruturação estratificada (deixem passar) do mundo que nos rodeia, onde as superestruturas capitalistas, como diria o Baudrillard, se solidificaram de uma forma que faz lembrar a bucha química, isto é, a parede até pode ruir mas a parte chumbada pouco se importa com isso e não se recente. É por isso que prefiro a figura dos critérios etéreos como explicação singela sem recurso à análise de dados qualitativos, ou isso. Por vezes, lá aparece a América do Arizona, do Texas, do Ohio, do Nebrasca, mesmo em filmes estes aparecem amiúde com cavalos a aconchegar a fotografia, e nem sempre a acção decorre no séc. XIX. Se repararmos bem, observamos que aos poucos foram desaparecendo uns índios, e nisso precederam o desaparecimento inexorável das abelhas, motivo pelo qual se fazem colóquios ambientais em hotéis de 5 estrelas. Pretender conhecer a América através duns posters nova-iorquinos, da Califórnia, ou mesmo de Chicago, é não saber, como diria Al Capone, onde raio fica o Canadá. E o Canadá, asseguro-vos, até fica perto. Só é pena o aparecimento de surpresa do “Piloto”, agora conhecido como cidadão Pedro Dias, em directo para as televisões, ofuscando assim a vitória de Trump ali ao lado, quer dizer, perto do Canadá.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Os factos, como as roupas, tombam por terra...

O processo de endrominação dos sentidos é sempre coadjuvado por uma inépcia em tudo semelhante à banha da cobra. Posto isto e, desacreditando todo e qualquer ponto de partida, convém salientar a forma como o trabalho (seja ele qualquer for, vestindo qualquer uma das suas fatiotas) manieta os nossos sentidos, erguendo cerco ao nosso mais íntimo baluarte que é o corpo, morada postal do espírito. Os primeiros sintomas (no meu caso muito tardios) manifestam-se sobre a forma de um mal estar ténue, uma inquietude rústica, um não sei que fazer com as mãos e com o cérebro, desenvolvendo ramificações, primeiro imperceptíveis, depois expostas a qualquer elemento cuja atenção seja a de um ser desperto, tomando por fim a forma de uma expressão muito em voga nas imediações das redes sociais: tenho que estar sempre a fazer qualquer coisa. Esse tenho que estar sempre a fazer qualquer coisa, não é, de todo, natural, não se encontrando em qualquer manual de assuntos banais da antiguidade, clássica, ou não, sendo completamente desconhecido esse tenho que estar sempre a fazer qualquer coisa, inclusive do homem pré-histórico que, como se sabe, não tinha televisão. Esse tenho que estar sempre a fazer qualquer coisa, mesmo tardio, no meu caso pessoal, contamina qualquer frincha de liberdade, qualquer hora fora do local de trabalho, tornando-se viral nas folgas, nas férias, nas vésperas de um jogo de futebol ou mesmo antes desse jogo à 5ª ou 6ª cerveja, apenas desaparecendo lá para a 11 ou 12ª cerveja, mas aí já sem jogo de futebol que as valha. Esse momento único de estar à janela em frente às ramadas da infância navegando à deriva pelo mundo, torna-se uma coisa planeada e colocada na porta do frigorífico junto com aquele íman nojento de Madrid. Na melhor das hipóteses o doente torna-se um escritor mediano de viagens, mas de viagens planeadas, nunca daquelas viagens à volta do quarto (perdoa-me De Maistre), ou daqueloutras, mais antigas, em que alguém se fazia transportar acompanhado pelo seu corpo rodeado de mundo. Dar um tempo é a pior coisa que alguém nos pode dizer (ou pedir),isso... e contar as suas férias. Embora se reconheça que, caminhar com o sol a tiracolo numa batalha corpo a corpo é sempre de considerar. A inveja é uma coisa fodida...

sábado, 22 de outubro de 2016

Meanwhile, far away in another part of town

Acho que foi assim: soube que o Avó Cantigas tinha ganho o nobel estava eu a trincar uma maçã. Um moço ali perto fez o comentário ia eu na sopa, a confirmação chegou através do seu telefone esperto ia eu (confirmo!) a comer uma maçã, a coisa tinha tudo para desaguar no Saramago (e assim foi), mas sem consequências de maior, que isso de livros, música e radioamadorismo são coisas anacrónicas para não dizer démodé (é assim que se escreve?). A missiva já vai longa, não se desse o caso de eu andar a esbanjar a minha vida a feijões e teria certamente algo a dizer sobre o caso. Ou isso

terça-feira, 4 de outubro de 2016

diz que quem é vivo...


sempre aparece...

[voltamos, não tarda, com coisas realmente importantes, para não dizer imprescindíveis, obviamente]

domingo, 18 de setembro de 2016

sempre a tempo

Quis mudar o “que se fodam” da posta anterior para um tremendo “pó caralho”. Não gosto do som e da fúria (deixa passar Faulkner) dos “que se fodam” que por aí andam, contaminando sem escapatória o meu “que se fodam” da posta anterior, preferiria um “pó caralho” clássico, nada retro nem vintage, um clássico da língua portuguesa que é ao mesmo tempo um sentir português. Duas coisas se haviam poupado: esta posta sem sentido; um final sentido da posta anterior. Ainda vou a tempo de…ou quase. E agora, algo completamente diferente na sua banalidade, o Cão em descanso domingueiro:


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

tabuleta saudade

zzzz quem dera... os dias correm bem, certificam as noites em farrapos de memória, quer dizer, são dias com dia dentro, luz, vai daqui suor, correrias insanas, a propósito de cenas supostamente importantes, são dias corredor, a gente entra, está lá, mas não sabe bem como sair, quem dera outras noites, melhores dias, recibos de certificação intransigentemente humana, coisas com uma cabana lá dentro, velas, uma outra versão de humanidade (deixem passar) com caixa de correio de metal ferrugento. Fazemos falta nós, fazem-nos faltam aqueles de quem gostamos, tudo passa, não passa nada. É a vida, dizem-nos. Que se fodam...

sábado, 3 de setembro de 2016

Agora a sério

Passei parte desta tarde livre de Sábado a escutar (não é o mesmo que ouvir) e a analisar os Утро – Утро, uma banda que emana (vamos pensar assim) dos Motorama e, por supuesto, de Rostov, ou Rostov-do-Don, por lá passando o Rio Don, não faltando más-línguas que a qualificam como a cidade dos serial killers, ou dos matadores sérios, mas não foi para isso que nos escalfámos esta tarde, não, nem sequer foi pelo facto singelo de nesta cidade morar o clube que contratou o Naldo por 4,5 milhões de euros, depois de este ter custado cerca de três milhões de euros e umas vergastadas ao Sporting, e praticamente não ter jogado coisa numericamente visível em termos de jogos, ou outras metragens numericamente fiáveis do ponto de vista estatístico, ainda assim se constituindo como a venda mais milagrosa de Bruno de Carvalho e do (ai) Jesus, mas vamos aqui fazer um parágrafo e não tarda voltámos… a sério. 

sábado, 27 de agosto de 2016

é o que é

Ando indeciso, após a leitura do meridiano de sangue do Cormac dificilmente a vida poderá ser a mesma coisa, não há qualquer redenção que emane daquelas páginas retiradas de um qualquer lugar inóspito. Ando indeciso, deambulo por entre Sterne e Wodehouse, tentando adocicar a coisa, procuro um banho de misérias em fundo histórico com Gore Vidal, observo de soslaio Zola, encolho-me à passagem de um expresso da semana passada com o Camilo a brotar de páginas amorfas. Nada me basta, me cura, nada me salva daquele meridiano, procuro brandura recorrendo a outro Cormac, não observando a regra de uma vida, não ler dois seguidos do mesmo autor, nada me basta, nada me cura, mesmo esta luz travessa que me banha em pequenos farrapos me aborrece, como me aborreceu ainda agora aquele a árvore da vida do Malick, meia hora de bom cinema não basta para esconder quase duas horas de inutilidade entediante. Canso-me a mim próprio (deixem passar)…é o que é. 

sábado, 20 de agosto de 2016

Isto para (re)começar


Andar para trás, dela dizem que muitas vezes assim anda, a vida, para trás, mentem, não anda, caminha inexoravelmente em direcção ao nada. E alguém sabe onde fica o nada?

domingo, 24 de julho de 2016

dispensa de retenção

às vezes ao domingo é domingo: os vizinhos do lado fazem o seu número de circo brejeiro,  escutando-se bem, lá em baixo, enche uma banheira, o sol tenta entrar coado por várias barricadas e, não tarda, cheirará a algum assado com batatinhas, mesmo sendo verão. Às vezes é domingo ao domingo: limpar a casota, dar de comer a um ou dois vícios, ficar em casa até ao final da tarde, extenuado por um tédio galopante, fazendo contas à vida que se esvai numa lentidão de formalidades, maneirismos, preocupações, diversões vazias e auto-impostas, enquanto não chega hora de mais uma formalidade protocolar, ser recebido num tasco por membros de uma seita de idiotas chapados. Às vezes ao domingo é domingo e temos consciência disso. O pior é quando se aproxima uma segunda-feira que também é domingo. O sábado de ontem cometeu suicídio. Por esse facto pedimos as nossas desculpas e a vossa melhor compreensão.

domingo, 17 de julho de 2016

A escorregar na obscuridade

queria andar com uma sapatilha com atacador de bruma para quem anda nas nuvens, escreveu um dia Dinis Machado, era com sapatos, acho, não interessa, um atacador de bruma faz sempre jeito para quem anda nas nuvens, podia ser um atacador de nevoeiro cerrado, mas não era a mesma coisa, queria viver junto ao aço dos corações como quem voa, ou nem isso, coração pequenino, desperto em múltiplas situações que o bater das asas desconhece, correr assim como quem vai à mercearia antiga e depois os produtos são levados a casa, está calor, aí estão os artigos, folha de vinte e cinco linhas, a contabilidade das dores, não oxida?, nunca oxida a contabilidade, também temos gestão das dores, é outra coisa, a gente leva a casa, não se preocupe, não oxida, é perto do mar?, aí vão as dores, ó se vão, agora em contentor, vou correr com isto tudo a tiracolo, sai uma bomba da asma, e parágrafo nada?, não sei nadar, diz a encomenda, mas vai, vai como quem não sai do sítio, deve existir uma aplicação para isto tudo, deve, deve existir um sítio onde se sentam todas as dores, a luz é péssima, diz que sim, mas vá que não vá, um sítio onde as dores fazem um barulho de ondas, ali, diz que será ali. ninguém sabe...

sábado, 2 de julho de 2016

Feira medieval de antiguidades suevas


A páginas tantas lembrei-me da antiga Roma, não da série, mas de uma quantidade de merdas que li e sobrevoei durante estes caninos anos da minha vida, a cena do circo, quer dizer, pão (algum) e circo, Roma percebeu logo a decadência na plenitude dos sentidos, percebeu o logro, o simulacro do entretenimento como forma de empapar os sentidos, percebeu-o em vida, afastando-se já daquele tronco grego de que tanto havia sorvido a seiva. Nem isso é hoje o país da bola cujos bilhetes saem no juá de uma grande superfície. À tona percebe-se uma alegria que apenas bruxuleia perto de uma câmara de televisão, na recepção de um autocarro, numa promoção de leve dois pelo preço de um. Nos estádios, faz pena aquele silêncio de quem mói um pensamento, de quem está  habituado a curvar-se ao destino, de quem não sabe a importância de um símbolo. O rebanho acardita naquilo como acardita no Big Brother para incontinentes. Tanto faz. Faltam apenas dois empates. 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Volta ao mundo dentro de uma parceria público privada

Albergar alma humana implica um esforço cuja imensidão toca os ventos agrestes que sopram de norte nas praias do Minho. E que nos adianta um Verão assim de corpos panados sem alma que o valha? Tenho trabalhado nisso, mas fundamentalmente tenho construído mais umas cidades para os outros, cidades, cobertos, celeiros, arrumos no sopé das montanhas por eles sonhadas. Tenho contribuído com a minha fé para amortalhar cada segundo válido deste mundo, bem amortalhado até perder o sentido, e assim provocar a desaceleração da construção interna de questões pelos nossos neurónios. Quer dizer, queria não pensar, pensando, queria o deleite sem o derrame de quotidiano que nos aflige os sentidos, queria viver como quem respira sem notar que está a respirar. Já pensei em comprar uma bicicleta daquelas com motorzinho e sair por aí a disparar impropérios contra o quotidiano, contra a rotina, contra as calças que já se compram rasgadas nos joelhos, tudo isso devagarinho, ora com o motor ligado, ora desligado, e assim seguir mundo dentro que já se faz tarde. E depois beber um ginger ale e escutar o grande génio do senhor Walker.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

tipo faicebuque

trabalhar não tem piada nenhuma...

ando

assim assim ou assim assado, falho o alvo, nada que não fosse sonhado, ando ando, não ando ando, nada que não fosse andado, ando como quem anda, não ando assim tanto como andava, andaria se tivesse um verbo a preceito, andaste como se houvesse proveito. Para tudo um curso, uma roldana anatómica junto ao peito. Andasses...

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Amanhãs que cantam: eu já fui assim


[tendo em conta a fina e grossa ironia, já para não falar do filete afiambrado de sarcasmos, o qual está pela  hora da morte, desta vez, e apenas desta vez, não demonstramos qualquer arrependimento pelo recurso a imagens para a dinamização imagética do blogue, imagens essas que são sempre resultado da nossa fria irresponsabilidade, para não dizer irresponsabilidade fria, com licença]

quarta-feira, 25 de maio de 2016

em casa

É um prazer andar em círculo, fazer de conta, limpar as armas,  esconder as gorduras em frascos de cheiro a dar para o limpo, tudo isso fingindo que há tempo para tudo, esse tempo que vem embalsamado em imagens previamente embaladas, teclado no baú dos esqueletos outrora guardados no armário. Fazer um ponto junto ao tempo, galgar a madrugada dessa ponte que nos ilude em círculos (deixem passar) perfeitamente anatómicos, reconhecer a barbaridade disso tudo (deixem passar) enquanto se tecla é um prazer andar em círculo, fazer de conta, limpar as armas,  esconder as gorduras em frascos de cheiro a dar para o limpo, tudo isso fingindo que há tempo para tudo, esse tempo que vem embalsamado em imagens previamente embaladas, teclado no baú dos esqueletos outrora guardados no armário. Estar em casa. Saber onde estão as meias.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

projectos

acordar, voltar a correr, caminhar como quem voa, ler umas coisas, fazer yoga na banheira, escovar a biblioteca, beber cerveja pela garrafa apenas ao fim-de-semana, esconder as amolgadelas da vida, meter o turbo, continuar a trabalhar, trabalhar continuando, fazer compras a desoras, planear viagens imaginárias, viajar sem planear, escolher as vertigens sem etiquetas, construir cidades que não sejam para os outros, dar de frosques por momentos, ouvir música, formar uma banda imaginária e tocar no roque rendez vous, passar nas passadeiras, estudar a direito como se fosse torto, não achar nada disto suficiente, dormir pouco dormindo muito, ou isso. Não fazer contas.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Agenda

Passam os dias. É assim que deve ser, quer se queira, quer não. Passam os dias. Escorrem como água na parede caiada. Venha o mar, outras cidades, a lembrança de uma madrugada. Faz frio junto ao silêncio de cada dia que não acolhes. Diz que corta, essa sombra que anuncia aquilo que és que foste que serás. Ninguém sabe como termina esse dia todo cheio de farrapos de neblina. Fica bem assim, como quem não fica. A vida é água a correr junto do dia que fez a pena de Boris Vian. O que vier que venha. Ou não.

domingo, 15 de maio de 2016

Impossível fugir

Não passa pela cabeça a um cão tourear um touro, quando muito morder-lhe os calcantes e dar de frosques. Esta seria, aliás, uma questão muito pertinente para os protectores humanos dos animais, protectores esses que, não raras vezes, se esquecem da sua própria espécie. Posto isto, tourearei um touro: o touro do trabalho. Tinha três opções: pegar o touro pelo cornos com a boca; agarrar-lhe o rabo com a boca, servindo como leme; ser o terceiro ou o quarto da fila, o tal que fica sempre para os aplausos mas não fez nada de especial. Optei, à força de muita reflexão, por enfrentar o touro de frente, agarrando-me como puder. Não queria estar no lugar do touro. Nem no meu. Mas do meu é impossível fugir. Agora vou ali a ver se nasce uma árvore na sala de jantar

domingo, 8 de maio de 2016

este fim-de-semana não correu mal, a sério

gadgygedh iahhxuhcj shci jcus ishchoucgadg daicaducg huhcsiugcusi, farai gafreonvhed, grisra darisbs, nagdo, hsuc, hscxb, sjosne, eheheheh, hassocntra, axksn, hehehehe, gooooooooooolo, haxbhxbsx, gxuagxhg, hsosch, sncgatx, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ hehehe soichac, gusenocb, ? haoxefoax, heure jamrias kretiro adamere, neiure, labostad. A sério?

sábado, 7 de maio de 2016

esta semana até não correu mal, a sério

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zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz Z?

terça-feira, 26 de abril de 2016

actualização

a vida frenética continua por estes lados, sem refreio, nem cansaço. Dormir cerca de nove horas e meia. Levantar e adiar o duche para a parte da tarde. Beber chá preto acompanhado de cacete galego de ontem torrado. Manteiga e um simulador de morangos barraram esse pão. Previamente, uma dose de furoato de fluticasona para dar o mote. Após o previamente e o pequeno-almoço, uma dose de budesonida/fumarato de formoterol di-hidratado. A coisa começava bem. Seguiu-se-lhe caminhada e estudo, da hermenêutica exegética filológica, a uma outra, de caracter ainda formal, mas eivada de boas intenções histórico-culturais. Caminhada de volta a tudo isto. Almoço: sopa de couve e sandes de atum (previamente empastado em cornichons, cebola e maionese), com alface e tomate. Bebeu-se o resto do chá preto do pequeno-almoço, frio.  Uma vista de olhos ao jornal Público terá aproximado este corpo de uma realidade ainda mais esotérica e acrítica do que lhe seria possível imaginar. Um café e a lavagem da loiça assumiram então verdadeiros contornos de loucura natural. Agora, talvez vá dar uma arrumadela nos livros da estantina. Uma estafa…

sábado, 23 de abril de 2016

notícia de última hora:

o mundo tornou-se triste porque um fantoche foi, em tempos, melancólico (...), escreveu um dia Oscar Wilde a caminho de uma bola de ferro a tiracolo....

quinta-feira, 21 de abril de 2016

you can do it


[o recurso a imagens desta natureza, cuja irresponsabilidade é, desde logo, assumida pelo dinamizador deste blogue, apenas demonstra o caminho do oportunismo gráfico mais andrajoso, credor de uma inquinada e superficial inteligência, cujo défice criativo, para não dizer criador, nos revela, doutamente, o nível subterrâneo onde se encontra a chafurdar o seu autor.]

segunda-feira, 18 de abril de 2016

podes crer

e eu creio, quer dizer, acredito em coisas, cenas, merdas esquisitas, o Sporting ser campeão, acabar o meu romance imaginário, os meus contos imaginários ao lado de merdas a tresandar a marketing gastronómico na vitrine, acredito, a sério, nos meus estudos, nos passos perdidos que apenas se escutam no silêncio das catedrais, não em todas, apenas em algumas, acredito nas gaivotas desvairadas, loucas, passeando e deixando-se ficar a 40 km do mar, isto não vai bem assim com gaivotas em terra tão longe do mar, acredito que arranjarei um trabalho digno, um trabalho que apeteça abraçar e embalar, ou então, acredito que um dias destes vou jogar no Placard, acredito que me vai sair uma boa maquia e não saberei bem o que fazer com ela, logo frutificará outra ideia, depois outra, algum dia hei-de saber fazer parágrafo…a sério…

terça-feira, 12 de abril de 2016

não dou pelo corpo a passar...

Lembro-me bem: por onde eu passo não se nota qualquer passagem, assim a olho nu, vou passando como quem passa, ou não passando como quem não passa, honro cada passagem com uma vénia, e cada não passagem com uma vénia, faz-se um (outro?) corpo destas vénias a preceito, mesmo com o corpo levantado, hirto, formando uma falange que congemina o passo seguinte. Respondo a perguntas como quem vai ao médico subindo a uma árvore. Pensando bem, é tudo carne um pouco mais pesada, sem ser penugem ou cortiça; para nas tendas ser levada ou para usar em qualquer liça, como diria, François Villon. O François sabia destas coisas.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

observando as regras de interpretação

lá fui respondendo às questões que me eram colocadas, questões pertinentes, sorrateiras, temáticas, idiossincráticas, questões cuja leveza transportava água no bico suficiente para inundar ali a zona dos bares em Coimbra; questões que apesar de tudo não se limitavam a questionar, antes a tentar antever, pressagiar, construir cenários, levantar lebres.

Terminei educadamente à boa maneira de shveik: declaro com obediência, senhor, que a minha língua não pode sair mais do que isto.

terça-feira, 5 de abril de 2016

diz-me com quem andas e com quem te sentas no meio do caminho...

fotografia tirada à má fila e depois enviada para o Cão por alguém que, sob a capa do anonimato, aprecia enviar mensagens despojadas de qualquer nexo ou mesmo de qualquer elevação...estaremos atentos às manobras de bastidores e também às outras, as tais...

domingo, 3 de abril de 2016

festa da espuma dos dias

Este fim-de-semana, ao contrário do anterior, tem sido dedicado à projecção de acendalhas ensopadas em gasolina para o interior de alguns circuitos nervosos sobreviventes aos últimos dias, trabalho cuja loucura poderá ser avaliada pela visualização (embora parcial) de um filme (vamos chamar-lhe assim) chamado de “predadores”. Se no passado fim-de-semana embebi-me em cerveja e outros líquidos paliativos, ficando submerso, ou melhor encaixado na parte profunda da piscina, este fim-de-semana, pelo contrário, ainda tenho pé, encontrando-me na parte da pisciana utilizada pelas crianças e por alguns suicidas em tratamento. Agora mesmo, por exemplo, dedico-me à limpeza da casota e depois lá irei despejar algum dinheiro na mercearia das nossas dores. Tem que ser. 

quarta-feira, 30 de março de 2016

Estava a pensar nisto

Se, como afirma Clausewitz, a estratégia é a utilização da batalha para ganhar o fim da guerra, então o que fazer da vida? Quer dizer, partindo do princípio de que a vida é uma batalha.E mesmo sendo uma batalha, será possível ganhar a guerra? Faremos então os possíveis para que a vida não seja uma batalha e, nesse caso, não precisaremos de uma estratégia (não há guerra para ganhar). Ok?

sexta-feira, 25 de março de 2016

terça-feira, 22 de março de 2016

Fica-te tão bem esse Artaud

Não sei porquê, se calhar até sei, mas não me apetece dizer, volto sempre às maravilhosas primeiras páginas do “Heliogabalo ou o anarquista coroado”, desse génio merecidamente e estoicamente incompreendido, que dava pelo nome de Antonin Artaud, um tipo que já carreguei bastas vezes às costas, eu bêbado, ele morto bem morto a rir-se de mim como um perdido, e já sabemos pelas palavras sempre avassaladoras de Bataille que o riso é mais divino, é mesmo mais indecifrável do que as lágrimas. Estava eu nisso, quer dizer, tinha umas merdas importantes para fazer e arranjei logo maneira de não o fazer, como?,  voltando às primeiras páginas do “Heliogabalo ou o anarquista coroado”, desse génio merecidamente  e estoicamente incompreendido, que dava pelo nome de Antonin Artaud, resisti à magnífica primeira página do capítulo “o berço de esperma” e segui para a segunda página do mesmo capítulo onde ansiosamente li: mas há que ver como esse culto, extinto e reduzido às ossadas de gestos a que Bassianos se entregava, ressuscita, desde o aparecimento de heliogabalo menino nos degraus do templo de Emesa, e retoma, sob as práticas e os paramentos, a sua energia de ouro concentrado, de luz retumbante e cercada, e volta a ser prodigiosamente activo. Com isto desaguei aqui, ganhando tempo ao fazer em nome do não fazer. 

quinta-feira, 17 de março de 2016

a forma que aspira a um fim

pensava eu (deixem passar) na minha (futura) nova roupagem primavera verão, pensava nisso como quem come nozes sem cerveja por perto, isto é, distante, não apenas dos pensamentos como da distância que nos separa(va), talvez por ser ainda de manhã, não sei, de qualquer maneira os pensamentos ganharam outra forma, mais leve, uma penugem que escondia algures uma luzinha que depois (certamente) se reflectiria no olhar (o meu, mas desta perspectiva não é fácil assegurar),  um pensamento cuja matriz (de cor cinzenta) se firmava nos últimos dias, dias em que uma nuvem afecto-contagiosa (de cor cinzento escura, embora parecesse aos incautos branquinha como cal), se instalara no espaço cognitivo da República com consequências ainda difíceis de analisar à vista desarmada [PAUSA: O AUTOR DESTAS LINHAS TEVE QUE SE AUSENTAR POR MOTIVOS PESSOAIS DURANTE, deixa ver, CERCA DE TRÊS HORAS… e EIS QUE VOLTA]:
…. quer dizer, essa virose (que atingiu inclusive dois conhecidos meus e um papagaio da vizinhança, mas neste caso com consequências muito inferiores) que se propagou pela forma da cidade (a Politeia, também se poderá ler constituição – uma cena dos gregos), contaminando ilusoriamente, simulando, constituindo-se como acto solene de fancaria, cujas verdadeiras proporções (e consequências) estão ainda longe de ser conhecidas. Quem entrasse na República por estes dias, teria a insidiosa sensação de estar a entrar na casa de pasto do costume, mas sem serrim no chão, com paus de incenso perto dos rojões (agora magros), e uns tipos e pasme-se (tipas) a beberem coquetailes a acompanhar as tripas e o sangue. Já para não falar na delicadeza no atendimento. Imaginem só!

quarta-feira, 16 de março de 2016

e ficou ali parado...

O Jardim de Verão estava carrancudo, escreveu a páginas tantas Béli no seu Petersburg, no início do quarto capítulo, o tal em que a linha da narração se quebra e um tipo fica agarrado aos tomates, mas apenas por breves instantes. Já se sabe como estas coisas doem. 

terça-feira, 15 de março de 2016

Colecção primavera verão

Às vezes, não sei bem porquê, tudo isto me mete nojo, o que é tudo isto?, sei lá, em primeiro lugar sou eu, tenho uma posição privilegiada para me ver, pelo menos era o que pensava, na verdade não vejo um caralho à minha frente de mim (deixem passar), e relativamente às outras frentes vejo, distingo, rumino, martirizo-me com merdas que não interessam a ninguém,  não aprendo nada, não aprendi nada, penso, mas até esse pensar é pesado, balofo, entregue a uma voragem que culmina sempre no caralho do eu, eu, eu, mim, mim, eu, ou isso, é como se transportasse o meu cadáver às costas (como num poema, não me lembro qual), ou se calhar transportasse a ideia de um cadáver que transportava às costas, não podemos esquecer que o cool arrumou as suas roupinhas à nossa porta, o cool, a natureza, a macrobiótica, os micróbios fixes, as calças rotas (com rotinhos desenhados geometricamente) compradas na loja, merdas que nos recordam a existência de parágrafos. Quero dizer, estou aqui, ando por aí, cago, mijo, vou comendo umas cenas, bebo muita cerveja (o que em princípio me aproximaria de muitas unidades anatómicas), desloco-me de forma autónoma e locomotora, isto é, sou uma espécie de material rodante privilegiado, não vou ao cinema ver aqueles filmes do costume que depois passam duzentas vezes no Canal Hollywood, fumo cigarros de enrolar uns atrás dos outros mas só lá mais para a noute, faço merdas incrivelmente banais, passíveis de me anular completamente, mesmo anuladinho de todo, ali a canto, e ainda assim parece que cresce uma vontade (já não sei o que escrevi atrás) neste aparelho inóspito, uma contradição a dar para o paradoxo (deixem passar), uma cena que não se consegue envolver em massa pão, nem sequer esconder atrás da bicicleta do puto do vizinho, não se consegue. Queria criar uma  colecção primavera verão de mim próprio. Uma colecção que arrumasse com isto. 

sexta-feira, 11 de março de 2016

Uma sombra olhava a outra

hoje dormi umas nove horas, quase prego a fundo, quando acordei fiquei na penumbra a sentir os membros dormentes, adormecidos, estava ali diante de mim como uma pedra diante de outra pedra, claramente uma era mais dura, ainda assim talhada numa forma indefinida, embora eu conseguisse perceber que o escultor se estava a marimbar para o efeito. Nada disto se entrevia facilmente, porque filtrado por uma luz minúscula, que se resumia a um esplendor indecente rosnado por debaixo da porta, parecia mesmo rosnado, um feixe de luz miserável que se divertia em diatribes no quarto. Além. Também fazia escuro dentro de mim, mas esse escuro dentro de mim parecia estrangeiro, tisnado pela luz, formando uma camisola de equipa adversária, as listas não eram horizontais, nem verticais, mas eram certamente listas, juro, a cada momento uma tenaz poderia assomar com a sua voz a indicar o caminho dos cereais, do duche, cereais?, pensei, enquanto bebia água (isto às escuras) de uma garrafa localizada estrategicamente na mesa de cabeceira. Foi então que gritei. A voz devolveu-me uma certa calma e a janela finalmente abriu-se: estava sol. Isto não quer dizer nada, pensei...

quinta-feira, 10 de março de 2016

isto vai

hoje até dormi quase sete horas, acordei a pensar na cena, já ontem dormi seis e acordei a pensar em cenas, levitei nessas cenas durante quase um hora e voltei a adormecer, voltei a acordar, as cenas habitavam um espaço muito confuso com árvores e castelos medievais, uma cidade ali para os lados da Guarda, uma posta de pescada cozida (tenho saudades de pescada fresca cozida), dois contos intermináveis, uma posta a publicar, aquilo era um lugar muito estranho, pouco recomendável. Levantei-me ainda com a cenas que carreguei todo o santo dia, isto ontem, hoje vai pelo mesmo caminho, as cenas bifurcam-se, encolhem, insinuam-se como a Cristina Ferreira em revistas estrangeiras aos gritos, porque gritas?, perguntam-lhe, ela não sabe responder coitadinha, levantei-me, isto hoje, decidido a meter as cenas na ordem, mas estava, estou, dobrado, lavei os dentes antes de tomar o pequeno almoço deixei arrefecer o chá, duchei no meio disto tudo, acho. Isto vai...

terça-feira, 8 de março de 2016

um gajo fica mesmo a pensar nesta merda:

O aborrecimento é o envelhecimento da seriedade, escreveu um dia Oscar Wilde (só podia ser, diz-me a voz)

sexta-feira, 4 de março de 2016

faz de conta

que estou sóbrio (podemos extrapolar por favor?) e escrevo isto na posse de, pelo menos, duas ou três faculdades, entendidas respeitosamente como tal, posto isto, e posto mesmo aquilo, ou outra coisa qualquer, exige a demanda uma declaração de interesses, a saber, o escriba deste diário é um ser vivo residente em território português, pedaço de terra com nove séculos de histórias para contar (isto faz-me lembrar qualquer coisa), sem contar (deixem passar) os séculos anteriores ao nascimento do menino, ora este ser vivo não consegue acompanhar com suficiente indiferença (temos que ter em conta o muito tempo livre, apesar do estudo) a vertigem estupidificante, imbecilizante até idiotizante (sem contar com o futebol nas suas ramificações do mais profundo e inoxidável vazio) que nos assola de norte a sul e até no alentejo, perto de lisboa, já para não falar da madeira, que é como quem diz. Não fosse a minha total dependência relativamente à vida, uma vida, aliás, consagrada ao desmantelamento do sistema de parágrafos (atente-se no tamanho do anterior), e possivelmente assistiríamos ao nascimento de uma revolta (veja-se este filme, por favor) cujo desenlace estaria, porventura, muito bem escondido, amordaçado, e até projectado no inimigo, num livro do Eco, por exemplo o Péndulo de Foucault, descoberto num cemitério de Praga. Eu já volto com a história toda.

terça-feira, 1 de março de 2016

entretanto...

levei o cérebro a pastar, e não tarda vou a mais uma cena para inspector dos cogumelos. Só queria ser um funcionário cansado.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

E a consciência viu aquilo em que habitava

e nem sempre era (é) bonito, quer dizer, o Béli, transforma qualquer placa de texto numa virose de efeitos absolutamente imprevisíveis ( e aqui não irei fazer qualquer analogia humorística com o vírus da moda, o kika, ou zika, bem entendido), ou melhor, transforma qualquer partícula ínfima de texto, mesmo desestruturada do alicerce do bolo, quer dizer, mesmo descontextualizada, numa pandemia linguística de efeitos totalmente imprevisíveis. A este respeito, por exemplo, aquela cena da consciência quando esta se vira para trás, emitindo duas sensações, e as tais sensações se baixam como mãos, sentindo uma forma (que se parece com uma banheira), cheia até às bordas de uma imundície malcheirosa, e a páginas tantas (da mesma página), as sensações começam a chapinhar na banheira com água misturada com estrume, as sensações aderem ao recipiente, a consciência, coitada, tenta arrancar-se dali, escarpar-se, debalde, as sensações arrastam atrás de si qualquer coisa pesada. É então que a consciência vê aquilo em qua habita, neste caso, Apollon Apollónovich, por acaso, mas não podemos deixar de extrapolar, ainda agora, compenetrado na limpeza da casota, não posso deixar de sentir que as sensações trepam, tomando de assalto o último dos redutos da consciência, talvez aí, lá no fundo do corredor germine uma ideia, vaga, uma sombra que ainda não permite esgaçar um símbolo sequer, uma sílaba, se quiserem, para ficarmos no mundo fodido da linguagem. Isto para dizer que hoje acordei com a sensibilidade de uma porta lacada a branco, muito na moda, asseguram-me os arquitectos. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

é paradoxal

Mas, às vezes, o V mistura-se com o canto V, a polémica não chega a um leve roçar de asas no vento (deixem passar), mas ainda assim anima as hostes cansadas do Cão. Entretanto, os dias prosseguem a sua jornada rumo à mediocridade, perdão, eternidade, ecoando, se se escutar bem, a interrogação (as interrogações também ecoam, e não apenas as perguntas): por onde andará o Aranha?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Canto V

Io venni in luogo d'ogni luce muto, escreveu um dia Dante, e não precisava de ter escrito mais nada...

sábado, 20 de fevereiro de 2016

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

zzrataztata-ta

zzzzZZZZZZZzzzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzze dpois tatatatatáta ratata rata ra tatatata ta e às vezes huuuuu huuuu [batidas no peito] yupiii iiiiii zzz zzzzzzzzzz poesiaaaaaaaaaaaa onde, onde? zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz tatatá ratata ta ta ou mesmo my rat ta-ta...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Uma tristeza inconsciente despertada a espaços

Praticamente resolvido em tribunal o litígio com os dias, contentamo-nos em recorrer ao descanso, à preguiça, madrasta de todas as virtudes. O tédio, todavia, avizinha(va)-se, sem que, contra isso grandes esforços sejam feitos. Debalde. Voltar ao estudo, caminho único para embater na luz projectada pelo comboio. Resta-nos o consolo de o túnel ser novinho em folha. Bons tempos…

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

rinoconjuntivite alérgica: a prova


A utilização de imagens (como último recurso ou como último reduto?) é da inteira irresponsabilidade do autor, premiando, desse forma, o desejo de futilidade gangrenosa que percorre a blogowebsfera, por assim dizer, embora, neste caso particular, a imagem encerre a sete chaves um fundo de verdade, lá mais para a primavera, não quer dizer que não seja um até já...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O dente do tempo estava a trincá-lo

Ao levantar da cama cinco gramas de Andrei Béli, nada mais, nada menos, o Andrey Biely para o Vilamatinhas, o tal que havia sofrido uma crise nervosa ao sentir a ascensão irremediável das lavas do sobreconsciente, em todo o caso, Андрей Белый, Andrei Biéli, pseudónimo de Boris Nikolaevich Bugaev. Aqui apetecia-me interceder pela expressão em todo o caso: em todo o caso cinco gramas bastam, começando talvez por Petersburgo. Leio sempre melhor de manhã. Dói-me a cabeça e leio melhor. Ressaco e leio melhor. Estudo sempre melhor de manhã, final da manhã, bem entendido, faço melhor as necessidades, e são muitas, de manhã (risinhos), final da manhã, bem entendido. Desespero sempre menos de manhã, seja ao meio da manhã, seja no final da manhã. Por essa hora, quando os pensamentos já se entretêm a brincar aos médicos, ducho, quase sempre.  Alimento-me, quase sempre. É que, a páginas tantas, esses pensamentos que brincam aos médicos, põem um tipo a olhar para o boneco de chapéu de palha e óculos, esse tipo não sabe se deve sair agora ou mais tarde, instalando-se uma situação próxima da oxidação desse momento, uma situação que se agiganta sobremaneira até embater em qualquer coisa dura. Tem que ser dura. De tarde vagueio, limpo as ideias com um pano, seco-as ao sol, compro tabaco mortalhas filtros. De tarde vou ver da promo do skip. Eu que gostava tanto do Juá. Saiam sempre umas coisas no Juá. Agora é isto…

sábado, 30 de janeiro de 2016

Problemas de metodologia

Fazer prova da entrevista. Refazer o curriculum à luz ténue mas elucidativa de 2016. O outro não serve, aquele que era um europass to nowhere? Não?, ok, imaginar uma carta de apresentação para as nações unidas, não fazer por menos, chá verde e pão de ontem torrado com manteiga mais um doce de uma cena vermelha, limpar a casota ao sábado, mayday...mayday...mayday, mais um dia à paisana, mas eis que começa a chover, denuncia-se o cabrão, anda dia do caralho, a gente vai continuar dia do caralho, quem sabe um duche, lá fora cá dentro, quem sabe um almoço com os restos do jantar de ontem, viva o velho, quem sabe ler umas merdas, ver umas merdas na televisão, temperar a perna do peru para mais logo, coitado o peru está manco, mayday...mayday, já cá faltava um parágrafo nisto tudo, um parágrafo nisto tudo…

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Nenhuma imagem disponível

Tenho uma (não confundir com a) vida muito ocupada: nos intervalos das coisas aproveito para fazer outras coisas. Corto as coisas aos bocados para melhor as entalar umas com as outras, já muita gente canina se debruçou acerca da necessidade de cortas as coisas se depois as vamos entalar. Recuso-me a entrar nesse tipo de polémicas ocas, estéreis, para não dizer desnecessárias, se queremos merdas que nos fodam a cabeça o melhor será seguirmos qualquer um dos programas sobre bola na televisão, seja ela qual for, programas esses em que os elementos participativos (garantem-me ) recebem,  em troca da dita participação, dinheiro verdadeiro, e não, como seria de esperar, notas daquelas que se encontram no monopólio, jogo que por estes dias está pela hora da morte. Tudo isto me deprime, embora tenha uma (não confundir com a) vida muito ocupada: nos intervalos das coisas aproveito para fazer outras coisas. Quer dizer…

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Perguntem ao pó

Madruguei. O dia começou com um dói-me bué o mundo – pelo menos foi o que eu percebi. Saí de casa. Por causa das coisas não tomei café. Depois entrei na biblioteca para deixar lá o embrulho do engano. Não resisti e fui em peregrinação às prateleiras. Numa lia-se: literatura norte-americana. F de Faulkner, ainda não é desta, F de Fante, qualquer coisa do pó (do Fante tenho dois em casa, não este), abri, estava lá o Bukowski sentado ao balcão, continuei a abrir, era um prefácio do velhadas sobre o tal qualquer coisa do pó do Fante. O prefácio era de mil novecentos e setenta e nove. Está a ficar velho o mundo, pensei. Comecei a ler e continuei ler: Quando tinha vinho barato à disposição, eu não ia à biblioteca. Uma biblioteca é um belo lugar para se estar quando não temos o que comer ou beber, ou quando a senhoria anda atrás de nós para lhe pagarmos a renda em atraso. Fiquei a pensar nisso uns trinta segundos e decidi levar o prefácio debaixo do braço. Veio também o livro. A sério, perguntem ao pó…

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Trate-os como se fossem dinheiro

Fui a uma entrevista para inspector dos cogumelos. Sonhei com a família micro-ondas e escrevi mentalmente sobre isso ainda no sonho. Encontrei DaDa atrás de uma soirée unicamente dedicada à intoxicação humana através da utilização de cartas de apresentação. Desliguei um ou dois curricula vitae da máquina. Foi com prazer que condescendi às sementeiras da discórdia. Por acaso, ultimamente, não tenho encontrado o Andy Warhol (sem óculos) nas paragens de autocarro (Braga). Nem o homem aranha pequenino. Entretanto, recebi informação fidedigna que decorre uma campanha eleitoral para o pequeno nada. Tudo com letrinha pequena. Continuamos a procurar o Grande NaDa. Continuamos a explorar o abismo.

sábado, 16 de janeiro de 2016

oub'lá querido diário: quero é que tu te bás foder!

Posto isto, vamos lá merdar um pouco ao jeito de sábado: zzzzzZZZZZ zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz e logo a seguir tratatara tatara tatatatatatatataratatatatatatatatata pensamentos tatatatatata decisões tatatatatatatata o ano novo começa no aniversário (?) tatatatatatata raaaa tata e coiso tatatata chá preto, batoque, torrada tatatataataratata huuuuuuuuuuuuuuuu tatata e ainda já foste tatatatataataratatatata quero é que bás

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Trópico de capricórnio

David Bowie, capricórnio. A minha Avó do Lume, capricórnio. Gerónimo Cão, capricórnio. Emmy Hennings, Capricórnio.  Elvis Presley, capricórnio. Paul Young, capricórnio, O P(R) e o B, capricórnio(s). Marilyn Manson, capricórnio. Kate Moss, capricórnio. Jô Soares, capricórnio. Michael Schumacher, capricórnio. Uma amostra dos nados de Janeiro, os verdadeiros (alguns nascidos no mesmo dia). Mas afinal que terá esta gente (cão incluído) em comum? Esta, e outras respostas, nunca serão encontradas algures neste pedaço etéreo/digital  que obedece ao nome de Diário de um Cão. O resto que se foda. 

[por acaso, o Henry Miller também é capricorniano mas dos de Dezembro, isto é, do ano anterior]

The man who sold the world.

Um dia escreveu assim David Bowie (e fez uma música com isso): I thought you died alone, a long long time ago /Oh no, not me/ I never lost control/ You're face to face/ With The Man Who Sold The World.

[nota: eu já volto com o horóscopo da semana]

domingo, 10 de janeiro de 2016

continua a chover e um dia destes pensei nisto:

Fazer ao contrário, seguir outro caminho, andar de marcha atrás, expurgar a vida da rotina maliciosa.

[por vezes o pensamento encontra-se em areias movediças, esperneia-se, ilude, mas na realidade não fode nem sai de cima: o mesmo com o que fazemos da vida].  

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

2015, ou isso...

Todas as minhas vivências heterónimas foram assoladas por um comboio de camiões (deixem passar que é tipo aquele do comboio dos duros), repleto de emoção e emoções, pouca terra, pouca terra, huu huuu, chuva, sol, alguns mastins em perseguição e morte. Uma morte significativa, real, que supostamente me fez (faz?) sentir a morte e a vida, ou vice-versa, ainda dois mil e quinze ia no adro. Isso e o trabalho de pasto, cuja duração (mais uma vez) roçou o tempo de antena televisivo do emplastro, deram o mote à sopinha de nabos que me acompanharia na desmama dos dias. De qualquer maneira não se tem a certeza de estar vivo entre estas conversas sem cabaret que as valha, ornadas pela tasquice mundana da moda, gordurosas as putas das palavras desperdiçadas entre bancos de jardim, vazios, agarram tudo até essas palavras das conversas que levo nos bolsos e deito fora. Entretanto, imagino com deleite um ano ainda pior que essa água estagnada polida neste penico do céu, isto vai, penso, mais um dia, dois, três mil, seiscentos e picos, que horas são?, mas com direito a ar condicionado, trabalho condicionado, a coisa lá ia à base de descarregar livros nas férias da estiva. Uma vez quis ser estivador e fui lá ao sítio da estiva, não fui sozinho levei outro bêbado, foi numa qualquer noite anterior a qualquer coisa e depois logo de manhãzinha começou o mito. Fiz, é sabido, um pacto de anulação com a vida, zero a zero e não se fala mais nisso, embora lá vá semeando a discórdia a desoras (que a idade não perdoa não é Lautreamont?), ainda assim pareço-me digno de figurar num guia de bons costumes em fancaria. Não obstante, continuamos (aqui já no plural), são seis pães, por favor, que bons ovos, olhe era uma cerveja, duas cervejas, trezentas cervejas, chá verde matinal a acolchoar a dor de cabeça, olhe veja lá se está disponível um dia destes caro cérebro, não diga isso meu bom amigo – mesmo ao fim de semana a alcateia passeava-se na redoma universal, o bom deus pachorrento, infiltrações de tédio ruminavam odes cada vez mais ruidosas, vamos lá ao centro comercial mostrar as nossas dores ao Cão. E depois chovia, ou nem isso. Um lago imaginário cercado por um poente imaginário (deixem passar) voltava a pintar-se junto aos dogmas: a família, o amor, o leite de soja – enquanto isso a vida consumindo-se em recordações metalúrgicas, barcos que não partem nunca, corpos a suar aquele perfume trazido pelo mar da escrita de Melville. Voltamos a abrir a porta, a caminhar junto ao hall desse ínfimo mundo, a escrevinhar acerca do temporal do outro lado do abismo. É quase sempre a mesma merda. E cada vez somos menos.