quinta-feira, 27 de novembro de 2014

dia não sei por acaso sei que é quinta: limpeza da casota?

Como sou e não me assumo um pensador, dá-me para retrospectivamente viver determinadas merdas, as mesmíssimas merdas que vivi antecipadamente antes de (deixem passar). Na verdade a chuva de Outubro e a chuva de Novembro amaciaram as folhas, um tipo cão não se pode perder a passear entre estalidos da folhagem, não é pouco, mais ainda o desaparecimento das árvores de folha caduca na cidade, uma ali, outra acolá, outra além, ficando assim em falta a palete de cores que nos irmanava com a paisagem, amarelos desmaiados, castanhos, laranjas, laranjas acastanhados com toques de vermelho, tudo na única época do ano em que me farto do verdum, em que passeio com o cheiro a castanhas dentro da mochila, confundindo os dias, as horas, o caralho dos segundos, um tipo cão tem que que se recordar do Annie Hall ou do Manhattan do Woody para imaginar um outono antes da sopa a fumegar, quando chega a casa. Está frio e ainda não se congemina o que fazer com o resto do salmão de ontem: talvez um paté com cornichons e ovo e maionese, já se sabe desde o Bernardo Soares que não saber de si é viver e saber mal de si é pensar. Sendo assim, estou fodido, ou talvez não. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

dia não sei lá eu quantos dias sei: transição poética

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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

dia de sexta euseiláeu: sem manual de instruções

Após uma apurada investigação acerca do chuchu e da sua viabilidade utilitária (deixem passar) na base de uma sopa, decidi-me por avançar, a ver se. A manhã havia sido langorosa e desenxabida, semelhante a uma página policial do Chandler (ou até de um Bukowski menos ressacado), daquelas em que o detective espera por qualquer merda (seja qual for), sentado numa cadeira com as pernas esticadas na mesa, enquanto beberica de uma garrafa retirada sabe- se lá de onde. Nuns casos, o tipo sai disparado para o balcão de um bar ou para o balcão de um bar. Noutros, entra uma loira com o Roger Rabbit a tiracolo. Não é bonito de se ver. Mas não aconteceu nada disso. A um pão de forma brioche pingo doce torrado e um chá verde, sucederam alguns momentos de tensão que culminaram com o arremesso de um corpo para uma cama, onde este se resignou, sombreado por um ecrã táctil, restos de bolachas e um livro daqueles de história, à sua insignificância. Daí a uma intervenção rápida  em regime de duodécimos ainda demoraram alguns minutos, daqueles bem passados. Não tardaria a primeira incursão ao mundo exterior [risos terríficos]. Não sei se volto já. 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

dia de quarta sei lá quantas: "p" em parte de

E depois aquela cena da copologia, associada, ou não, ao empreendedorismo como locomotiva de mudança da realidade através de soluções sustentáveis e criativas e inovadoras, ou isso, potenciando uma visão desde logo motivadora, o que nos leva aos copos propriamente ditos (e reais), ou não. Estando o copo a meio, diz a ciência da copologia comportamental que determinadas unidades anatómicas o olham como meio vazio, ao passo que outras unidades anatómicas observam esse mesmo copo como meio cheio. Aqui chegados já não é fácil manter as transições ofensivas para o bom senso, todavia, antes que a loucura descomportamental tome conta de nós, convém esclarecer alguns (poucos) pontos. Primeiro: que líquido se encontra dentro do copo? É muito importante sabê-lo. Por moi, se for vinho bom (ou mesmo cerveja) vejo esse copo sempre meio vazio. Noutro sentido, se se tratar de uma bebida isotónica de baixo teor de nutrientes mesmo não incluindo beterrava com compota de amendoim, vejo esse copo como meio cheio e digo que não quero mais. Segundo ponto: a cor do caralho do copo. Não é preciso dar uma volta no IKEA para saber que hoje em dias existem copos para todas as cores gustativas e putativas, existindo mesmo copos simulacro de bebidas, a gente levanta escorre vira (deixem passar) e não sai nada. A que caralho de copos se refere esta ciência quando lança a infalível lança em África: vês o copo meio cheio ou meio vazio (isto partindo do principio que vês alguma coisa)? Não sabemos, mas ficamos logo motivados e criativos e sustentáveis e eventualmente copofónicos. Isto para chegar ao “p”. “P”de parte e “p” de part. Desta vez explico: estando alguém a trabalhar (honestamente ou não) em parte, isto é, em part-time, ou tempo parcial, este estará empregado (aqui podemos avançar também com os famosos biscates técnicos) em parte , isto é, em tempo parcial, ou estará desempregado em parte, isto, é em tempo parcial? Isto sem contar com as estatísticas, demografias, infografias e afinidades formativas ou de formação. Deixo aqui a parábola e vou ver da sopa e da marmita. 

domingo, 2 de novembro de 2014

dia até sei muito bem que é domingo [mas quantos?]: cada bola mata um

Estava agora mesmo a pensar em dedicar-me a uma efémera análise comparativa da obra de Friedrich Wilhelm August Fröbel, ou melhor, do pensamento de Friedrich Wilhelm August Fröbel, com a obra de Jean-Jacques Rousseau, ou se quisermos, com o pensamento de Jean-Jacques Rousseau, quando me dei conta, não sem algum espanto, que a rotatividade (ou rotativismo) de pensamentos e acções não se tem desenrolado da forma esperada (haveria alguma?), culminando num saco acinzentado de hábitos e ramerrame, cujo limite (igualmente) pardacento (deixem passar) poderá porventura assumir a figura de um ultimatum exógeno ou mesmo exterior (deixem passar) à mochila de ossos que escrevinha esta posta. O céu cinzento (por favor, deixem passar) de domingo, a demanda da rosca, o burro atrás do balcão, o chá verde, a manteiga dos açores fundindo-se inexoravelmente com a rosca, o cheiro a essa rosca quente com manteiga, a possibilidade de fiambre, a perspectiva de uma limpeza da casota, a derrota (na véspera) de uma equipa de libelinhas que já se assemelhou a uma equipa de futebol, tudo isso revela um hematoma gigantesco no membro superior esquerdo da mochila [dos ossos], com reflexos no projector de slides que a encima. Do jogo falaremos noutra oportunidade.